sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Ano-Novo e ação humana
Paiva Netto

Com a proximidade de um novo ano, repete-se o salutar costume dos votos de esperança por tempos mais felizes. Na palestra que proferi em 20 de dezembro de 2008, transmitida pela Boa Vontade TV, pela Super RBV de rádio e internet (www.boavontade.com), procurei analisar esse anseio de renovação, fundamentando minhas palavras nos versículos iniciais do capítulo 21 do Apocalipse de Jesus, segundo São João, e nos derradeiros do capítulo 22.
Visei com a mensagem demonstrar que o Livro das Profecias Finais apenas relata as consequências dos feitos humanos. Em nossa intimidade, escrevemos as páginas do nosso destino. Logo, quanto mais educado o povo, instruído e espiritualizado, melhor o rumo das nações. Como sempre ressalto: Ano-novo! Ano-bom? Depende de nós!
21:1 – “E vi novo céu e nova terra, porque o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar não mais existe”.
A profecia de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, anuncia profunda transformação batendo às portas. E se é “um novo céu e uma nova terra”, vislumbra-se Humanidade renovada! Contudo, aquilo que o Amor não consegue concretizar a Mestra Dor comparece e apresenta a lição.
21:2 – “Eu, João, vi também a cidade santa, a nova Jerusalém, que da parte de Deus descia do céu, vestida como noiva adornada para o seu esposo”.
Jerusalém é um grande símbolo religioso, político e social no mundo, principalmente para judeus, cristãos e islâmicos, de várias etnias. Todos filhos de um mesmo Pai, pois assim devemos ver-nos, para, aliados, auxiliar na prevenção de tanto assunto que pode ser diplomaticamente afastado ou resolvido, até mesmo com antecedência.

A Esperança não morre nunca
Notem que João Evangelista narra Jerusalém descendo do Céu. Por que esse e não outro burgo? Vamos por partes: Ele era judeu. A ideia que tinha de cidade maior, para o seu coração crente, era Jerusalém. Também conhecia Roma. Entretanto, dificilmente diria: “Desce do céu a nova Roma”. Esta era metrópole culta, cosmopolita, porém altamente bélica. Cartago que o diga. Jerusalém possuía algumas dessas características. Não obstante, o seu povo acreditava num Deus único, assim como o Evangelista-Profeta.
Jerusalém é um encanto místico. Comove o coração da gente. Mas tem sido pelos milênios pretexto para tristes acontecimentos. Todavia, a Esperança não morre nunca, raciocínio que concebi, há mais de duas décadas, ao ver, na televisão, um moço lamentar haver perdido a fé no futuro. Alguns, até com motivo envinagrados, retrucam: “Eu não creio nessa coisa de Esperança”. Então, o que propõem? O desânimo? O desprezo da criatura por si própria e por seus pares? Tem de haver Esperança! E, acima de tudo, vontade de realizar. Do contrário, o que lhes resta? Deitar e morrer? A Alma carece de bom estímulo. (...) Como dizer aos jovens que não alimentem a Esperança? Se o idealismo não sobreviver, que lhes sobrará? Um campo aberto para o esmorecimento. Todos percebem que, num mundo globalizado, o mal que acontece lá (qualquer lá) poderá nos abranger. Vejam a questão da economia, de que poucos suspeitavam. Inacreditável, não é? (...) Outrossim, necessário se faz algo além do atual estágio do conhecimento terrestre: ligarmo-nos ao governo ideal que começa no Céu. Trata-se de tema que, um dia, a cautelosa Ciência abordará sem preconceitos. A intuição é a inteligência de Deus em nós. Muita vez, o que a razão demora a captar ela mais rápido alcança.
Que no novo ano busquemos na Espiritualidade Superior a bússola de nossa existência. E que haja Esperança, sim, e trabalho, de modo que ergamos para os moços condições de usufruírem um mundo mais digno, sem nunca esquecer os mais vividos, idade a que a maioria, com o avanço da medicina, certamente atingirá.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 


sábado, 24 de dezembro de 2016

Natal Permanente de Jesus

Paiva Netto


O exemplo de Jesus simboliza, há mais de dois mil anos, a possível convivência pacífica entre os povos permanentemente.
Um dos mais nobres propósitos de todos os cristãos de Boa Vontade é Perseverar, com Fé Realizante, no anúncio da Volta Triunfal do Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, ao nosso convívio no planeta. Considero sempre oportuno tratar com vocês a respeito desse tema.
A abrangência da Boa Nova, que o Benemérito e Altruísta Filho de Maria e José nos apresentou, demonstra que Sua presença entre os seres da Terra jamais deve sugerir receio aos Irmãos em humanidade que não professem o Cristianismo.
Jesus não gera incômodo ao bom senso humano. Sublime Benfeitor, Ele vem para somar no pleno progresso sustentável, espiritual, material, ético e social que trabalhamos por atingir.

 

O Cristo sobre as nuvens

Para dar minha modesta contribuição ao assunto, lancei, em 2000, Apocalipse sem Medo, no qual reuni algumas das palestras que venho fazendo pelo rádio, pela TV (e pela internet) desde a década de 1960.
Mas vejamos este ponto: que significa também Jesus vir sobre as nuvens?
No Apocalipse, 1:7 e 8, lemos:
“7 Eis que Jesus vem com as nuvens, e todos os olhos O contemplarão, até mesmo os daqueles que O traspassaram. E todas as nações da Terra se lamentarão sobre Ele. Sim. Amém.
“8 Eu sou o Alfa e o Ômega, o A e o Z, o Princípio e o Fim, diz o Senhor, Aquele que é, que era e que há de vir, o Todo-Poderoso Deus”.
Quem profere essa previsão confortadora sobre a Volta Triunfal de Jesus é o próprio Deus (versículo 8).
Não temamos, pois, o Livro das Revelações, que anuncia que Ele vem sobre as nuvens, isto é, no Alto, para sublimar nosso conhecimento na Religião, na Ciência, na Filosofia, na Política, na Economia, na Arte, nos Esportes etc., por força do que Ele conhece muito bem: o Amor Fraternal e a Justiça Divina.
Dia virá em que testemunharemos toda a sabedoria terrestre receber a Sua incomparável Claridade. É necessário que os jovens concebam isso e passem a analisar os fatos humanos, pessoais e internacionais, sob a luminosidade dos ensinos Dele; livres, porém, de qualquer fanatismo. Jesus não é algema, mas liberdade sem libertinagem ou drogas e outros desatinos que nada mais significam do que a implacável destruição do indivíduo.

 

Apocalipse superior a Nostradamus

A expressão marcadamente cifrada do Livro das Profecias Finais serve para provocar nossa curiosidade. Se tudo estivesse destrinchado, vocês o leriam de uma só vez e ainda exclamariam: “Bah!”.
Bom exemplo para essa argumentação é o de Nostradamus (1503-1566). Todos falam nele... Mas poucos alcançam uma definição palatável do que previu. É porque o vidente de Salon escreveu de tal maneira labiríntica que há mil e uma interpretações para o que pretendeu transmitir. (...) Eles vivem, então, mesmo sem o demonstrar, atentos ao que o áugure francês disse, justamente pelo apetite de decifrar seus escritos e conceituar tais vaticínios. Isso faz parte do espírito das gentes.
Ora, o Apocalipse, por ser de Jesus, é superior às previsões do autor das Centúrias. Notamos isso claramente quando, tendo “olhos de ver e ouvidos de ouvir”, procuramos interpretá-lo em Espírito e Verdade, à luz do Mandamento Novo do Cristo (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35): “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros”. Isto é, jamais sob a visão do ódio que procura esmagar as criaturas.
Salve o Natal Permanente de Jesus!

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O Espírito é o fundamento do Universo

 

Paiva Netto


No dia dois de outubro de 1993, portanto há mais de 20 anos, vistoriei a concretagem dos subsolos do Parlamento Mundial da Fraternidade Ecumênica, o ParlaMundi da LBV, que arquitetonicamente surgiu das entranhas da terra, assim como o seu ideal nasceu das entranhas de Deus. Ora, sabemos que a grande verdade que a Ciência humana começa timidamente a vislumbrar  consiste no fato de que o fundamento do Universo não é material, mas espiritual. Brevemente todos compreenderão que o Espírito (Energia Inteligente) é a verdadeira sustentação de tudo.
Uma das maiores mensagens deste Parlamento Ecumênico — inaugurado em 25 de dezembro de 1994 — é a necessidade de descobrirmos nossa origem, porquanto, em pleno terceiro milênio, a ignorância a respeito do que fomos ontem, do que somos hoje e do que seremos amanhã (assim como a consequência moral desse conhecimento) continua crassa. O homem colocou-se sobre o pedestal da ciência materialista e pensa que o soma tudo resume, censurando ironicamente o “primata supersticioso”. Mas, no campo quase inexplorado do saber espiritual, questiono: onde se retarda ainda a Humanidade, apesar de todo o seu proclamado avanço tecnológico, senão um pouco acima do primarismo a respeito dos assuntos ligados ao Espírito!? Quando escrevemos sobre “A abrangência do Templo da Boa Vontade”, monumento ao lado do qual ergui o ParlaMundi da LBV, lançamos as bases de algo inteiramente novo, como disse o dr. Célio de Souza, conceituado jurista de Brasília, falando ao nosso prezado Irmão Haroldo Rocha, chanceler da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, hoje, em Portugal: “Esse Parlamento é algo totalmente novo”. E é mesmo. Trata-se de um Fórum no qual não apenas os seres reencarnados, que somos nós, falarão, mas também terão oportunidade de se manifestar por intermédio da meditação e da prece, com toda sua potência moral e intelectual, os homens sem corpo, os Espíritos, que constituem a comprovação de nossa existência verdadeira: a do Mundo ainda Invisível aos deficientes sentidos físicos.
A criatura de Deus não é somente corpo, é apenas passageiramente corpo e eternamente Espírito. Como colocarmos o episódico acima do eterno, mesmo e principalmente na Política? É vital que sigamos, passo a passo, as instruções do Cristo: Deus não é Deus de mortos, mas de vivos. Como não credes nisto, errais muito” (Evangelho de Jesus, segundo Marcos, 12:27).


José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

O Sol nasce para todos

Paiva Netto


O Pai Celestial permanece sempre disposto a nos oferecer reiteradas oportunidades, mostrando-nos um infinito de belezas sem igual. Basta ver que nos mandou Jesus, entre outros veneráveis mensageiros, para trazer-nos a Sua fórmula de elevação perene (Evangelho, segundo João, 3:16 e 17), retratada na perspectiva de Martinho Lutero (1483-1546) como a passagem mais tocante da Boa Nova:
“16 Porque de tal maneira amou Deus ao mundo, que lhe deu o Seu Filho Unigênito, para que todo aquele que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
“17 Porquanto Deus enviou o Seu Filho ao mundo, não para que julgasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por Ele”.
Ora, dessa Medida Celeste de ascensão moral e espiritual das criaturas resultará o definitivo erguimento social das massas se elas, convictamente, portanto com perseverança, cumprirem este ensinamento do Cristo (Evangelho, consoante Mateus, 6:33): “Buscai primeiramente o Reino de Deus e Sua Justiça, e todas as coisas materiais vos serão acrescentadas”.
Que custa, sem fanatismos, experimentá-lo?
Diante desse roteiro magnífico de Libertação Divina, quantas vezes, por causa de um simples “me-dá-lá-aquela-palha”, esquecemos as munificências que o Pai preparou para que não nos atrasemos, presos às garras da ignorância.

 

Tudo acabou, nada!

Muita vez você está desesperado (ou desesperada) e exclama: “Tudo acabou! Nada mais existe. Não resta a mínima esperança!”. No entanto, o Sol continua brilhando lá fora; o ar, circulando à sua volta; a vida, vivendo... A Humanidade persiste, repleta de confiança, malgrado tantos tropeços. Pessoas se amando, existindo, realizando... Todavia, Você vê e sente tudo com azedume, porque se tornou particularmente amargo (ou amarga). Talvez falte um pouco de piedade no seu coração. Ensina o Profeta Muhammad  “Que a Paz e as bênçãos de Deus estejam sobre ele!”: “A misericórdia é a riqueza dos crentes”.
Há dois mil anos, porém, Jesus advertia: “Se os teus olhos são trevas, que grandes trevas serão!” (Evangelho, segundo Mateus, 6:23).
Isto é, quão sombria será a sua sorte!
Entretanto, milênios de Cristianismo humano transcorreram. E, quando o Mestre, apesar de todas as aparências em contrário, se aproxima para iluminar, por meios que apenas Ele conhece, o planeta, com o Seu Cristianismo total, sublimando realmente a trajetória terrena, você pensa em desistir?!... Querer “morrer na praia”, depois de atravessar oceanos de lutas e dificuldades, que pareciam desejar afogá-lo (ou afogá-la) no desespero?!
Nos momentos de desânimo, lembre-se destes dizeres do saudoso papa João XXIII (1881-1963), que, com o seu conhecido alto-astral, afirmava: “Sou sempre otimista, ainda quando exprimem perto de mim profunda inquietação pelo destino da Humanidade”.
O Sol nasce para todos. Não tem culpa de que o egoísmo ainda vigore na Terra. “Quousque tandem, Catilina*?”
Winston Churchill (1874-1965), não obstante os seus muitos críticos, foi um exemplo de pertinácia. Na hora dramática em que, com mão poderosa, conduzia a sua “pequena ilha” na resistência a Adolf Hitler (1889-1945), a voz dele levantava-se contra o medo. E o povo fortalecia-se na férrea decisão de não ceder aos nazistas. Isto já faz parte da História.
Contudo, nestas palavras que retratam bem sua forte determinação, até hoje nos convida a jamais desanimar:
“Nunca desista,
“Nunca, nunca, nunca!
“Em nada, grande ou pequeno,
“Importante ou insignificante...
“Nunca desista!”.

Acertada medida é, pois, em ocasião alguma capitular ante os desafios da existência espiritual e física. Mas entenda, acima de tudo, a lição do Educador Celeste tal como os Seus Apóstolos a compreenderam: insista sempre mais um pouco e sentirá que a sua redenção está próxima.
Disse o Cristo: “Na vossa perseverança, salvareis as vossas almas” (Evangelho, segundo Lucas, 21:19).
Por conseguinte, é proveitoso guardarmos esse Divino Alertamento no coração e na mente em todos os instantes de nosso viver. Dessa forma, trilharemos cada vez mais no rumo da felicidade eterna e da Glória de Deus.
Jesus é forte mensagem de esperança numa época de tamanha desilusão para tantos.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 


Nota do autor
* Frase de Cícero (106-43 a.C.) — Marcus Tullius Cícero: orador e político romano. Ficou famoso o seu eloquente repúdio a Catilina (Lucius Sergius Catilina), quando este teve a audácia de comparecer ao Senado Romano, depois de descoberta a sua conspiração contra a República: “Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?(Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência?). Cícero publicou, além de tratados de retórica, obras de Filosofia.


sábado, 10 de dezembro de 2016

Direitos Humanos e Deveres Espirituais

 

Paiva Netto


Em 10/12, comemora-se oficialmente o 68o aniversário da Declaração Universal dos Direitos Humanos, votada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, no Palácio de Chaillot, no ano de 1948. Ela se tornou uma das principais cartas que regem as nobres iniciativas da ONU, inspirando a elaboração de outros importantes documentos e constituições, a exemplo da Carta brasileira, proclamada em 1988, a “constituição cidadã”, na definição do deputado Ulysses Guimarães (1916-1992), que presidiu a Assembleia Nacional Constituinte.

O “Rascunho de Genebra”
Eleanor Roosevelt (1884-1962), viúva do presidente norte-americano Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), comandara desde janeiro de 1947 o Comitê dos Direitos Humanos, reunido pela ONU, até a adoção dos 30 artigos naquele memorável dezembro de 1948. Considerada a força motriz do projeto, dona Eleanor liderou um grupo com 18 integrantes de heterogênea formação cultural, política e religiosa, elaborando o que ficou conhecido como o “Rascunho de Genebra”, em setembro de 1948, apresentado e submetido à aprovação dos mais de 50 países membros. É com grande orgulho que recordamos a participação do ilustre jornalista brasileiro, meu dileto amigo, Austregésilo de Athayde (1898-1993), um dos mais destacados colaboradores desse extraordinário trabalho. Ele também ocupou a presidência da Academia Brasileira de Letras (ABL) e do Conselho de Honra para a construção do ParlaMundi da LBV, em Brasília/DF.

A almejada liberdade
Ao longo das eras, o estudo do Direito foi sendo aperfeiçoado, a fim de dar garantias cada vez mais sólidas à sociedade. O século 20, por exemplo, nos legou um imenso aprendizado por meio de sucessivas conquistas civis.
Em homenagem a tantos ativistas que, ao longo da História, almejaram liberdade e condições dignas de vida, e em contribuição a tão significativo marco, trago-lhes trecho de modesta palestra que proferi, publicada, entre outros, em Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987) e no Manifesto da Boa Vontade (21 de outubro de 1991):
Acreditar que possa haver direitos sem deveres é levar ao maior prejuízo a causa da liberdade. Importante é esclarecer que, quando aponto os deveres do cidadão acima dos seus próprios direitos, em hipótese alguma defendo uma visão distorcida do trabalho, em que a escravidão é uma de suas facetas mais abomináveis.
Por isso, queremos que todos os seres humanos sejam realmente iguais em direitos e oportunidades, e cujos méritos sociais, intelectuais, culturais e religiosos, por mais louvados e reconhecidos, não se percam dos direitos e liberdades dos demais cidadãos. Porquanto, liberdade sem fraternidade é condenação ao caos. Almejamos ainda uma sociedade em que Deus e Suas Leis de Amor e Justiça inspirem zelo à liberdade individual, para garantir segurança política e jurídica a todos, como nos inspira o Natal do Cristo de Deus. Falo do Criador Supremo, não do errôneo entendimento que procura fazer Dele, que é Amor, instrumento execrável de fanatismo e tirania, preconceito e ódio. Consequentemente, não me refiro ao deus antropomórfico, caricato, criado à imagem e semelhança do homem imperfeito. (...)
As virtudes reais serão aquelas constituídas pela própria criatura na ocupação honesta dos seus dias, na administração dos seus bens e no respeito pelo que é alheio, na bela e instigante aventura da vida. Uma nação que se faça de tais elementos será sempre forte e inviolável.
Desejo que, em pleno século 21, consigamos consolidar esses ideais e expandi-los aos povos da Terra, para que sejam plenamente vivenciados. E jamais repetir o século 20 naquilo em que ele foi um fracasso.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Reflexão de Boa Vontade

Dia Nacional da Família

Paiva Netto

 

Em 8 de dezembro comemoramos, no Brasil, o Dia Nacional da Família. Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, no artigo 16, podemos ler: “A família é o elemento natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção desta e do Estado”.
Em nossos pensamentos diários, observemos sempre se estamos dando o justo valor à Família. Um país melhor, mais feliz e, por consequência, uma Humanidade equilibrada dependem dos núcleos familiares bem constituídos, devidamente prestigiados por seus integrantes e pela comunidade. A importância da família transcende a compreensão mais comum. Nela, a vida humana encontra o seu refúgio, a exemplo da criança especial, que tem o seu dia celebrado em 9 de dezembro.

Apostemos nas famílias
O ilustre Espírito dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831-1900), que foi prefeito da cidade do Rio de Janeiro no tempo do Império, numa mensagem por intermédio do Sensitivo Legionário Chico Periotto, deu ênfase ao nosso tema de hoje. Peço-lhes a atenção para suas palavras:
“A existência na Terra é de luta — não há outra denominação melhor —, mas a tranquilidade de Alma existe quando vemos que as Forças Benditas envolvem a família e os casais, elevando-os a patamares de compreensão, buscando as sementes que germinaram os frutos da semeadura, por intermédio dos filhos.
“Apostemos na ideia das famílias unidas pelo Cristo de Deus. Apostemos nisso. Que a palavra da Boa Vontade de Deus possa fazer o trabalho preponderante do Bem e ser ouvida e seguida na Terra. (...)
“Falamos sobre a importância da egrégora familiar, assunto recorrente e sempre de necessária abordagem, porque necessitamos oferecer condições de segurança, principalmente às mulheres (na Humanidade), às mulheres esposas e às crianças, com a parede, com a muralha dos bons sentimentos e das boas ações, fazendo descer sobre elas a cachoeira espiritual de bons fluidos que vem do Etéreo.
“Muitos casais e muitas famílias se desfazem porque não se preocupam com o diálogo salutar, com a compreensão mútua, enfim, com a presença do símbolo da unidade familiar, cujos arroubos sempre causam transtornos perigosos, problemáticos e danos irreparáveis aos que postulam a sedimentação da família no planeta Terra.
“Constituímos nossas vidas, também no Etéreo, pelo espírito de família que trazemos dos laços aflorados e traduzidos em harmonia e união advindos da matéria. Somos mais felizes no Espaço quando encontramos o nosso verdadeiro Amor na Terra.
“Se Jesus aproximou, uniu e fez com que frutificasse o Amor por intermédio dos filhos, dos felizes filhos que desabrocham, temos que trabalhar para suprir as deficiências do cotidiano, da convivência, do livre-arbítrio e de raciocínios que, às vezes, fogem do verdadeiro prumo necessário ao desenvolvimento da família. (...)
“Saibam que, na Pátria da Verdade, não nos descuidamos das lutas em que todos estão envolvidos no mundo. Mas queremos ainda maior afinação dos seres terrestres com seus Anjos da Guarda. Não deixem vícios humanos atingir seus Espíritos nem suas famílias, principalmente esses vícios que são fartamente divulgados nas mídias. Desde um simples cigarro, aparentemente inofensivo, às drogas, às bebidas. Blindem, blindem suas Almas. O corpo, o vaso físico que todos recebem na encarnação presente, é instrumento de Deus emprestado, inclusive os órgãos genitais, pois procriam, interagem a energia do homem com a da mulher para a evolução, a continuidade na Terra”.
Dr. Bezerra — muito conhecido também como “Médico dos Pobres” — continua vivo no Céu, no Mundo Espiritual, como Espírito, Anjo da Guarda, Nume Tutelar, enfim, há vários nomes que definem a mesma condição de prosseguir existindo. O princípio de tolerância, que deve reger a convivência em sociedade, nos inspira este raciocínio: ainda que nem todos acreditem na possibilidade da vida eterna ou que exista diálogo entre Céu e Terra, hão de levar em consideração o conteúdo da mensagem. É um texto sensato e que merece reflexão. A segurança material e espiritual de nossas famílias significa a boa guarda de nós mesmos.


José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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sábado, 3 de dezembro de 2016

Vencedores

Paiva Netto

Em 3 de dezembro, celebramos o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, oportuna data instituída pelas Nações Unidas em 1992. Trata-se de uma vitória, pois visa ao aumento da consciência dos povos para a melhoria das condições de vida daqueles que enfrentam algum tipo de necessidade especial. Não por acaso, em 2/12 temos o Dia Internacional para a Abolição da Escravatura. Entre as execráveis formas de escravidão conhecidas, o cativeiro do isolamento, ao qual, por vezes, os deficientes são condenados, urge também ser abolido.
Conheço de perto a luta das pessoas com deficiência, mas sei igualmente da força de vontade que são capazes de desenvolver. Minha querida e saudosa irmã, Lícia Margarida (1942-2010), não enxergava. Contudo, com muito esforço, dedicação e Amor Fraterno pelas criaturas, conquistou a grande habilidade de ser feliz. Sua afabilidade no trato humano era impressionante. Além de ter um senso de humor saudável, sua memória era espetacular.
Habitando hoje o Mundo Espiritual, ao lado de nossos amados pais, Idalina Cecília (1913-1994) e Bruno Paiva (1911-2000), Lícia segue sua jornada evolutiva, agora com os olhos iluminados pela vida em outra dimensão. Os mortos realmente não morrem!

Para-Heróis
Aproveito o ensejo para lhes voltar a falar de um belo trabalho literário que recebi, em 2014, da jornalista Joanna de Assis, da SporTV. Ela lançou Para-Heróis, em que constrói o perfil de 10 dos maiores medalhistas paralímpicos do Brasil, a exemplo do atleta Alan Fonteles e do nadador Clodoaldo Silva.
A percepção e a sensibilidade da autora, ao relatar um pouco da epopeia constante da biografia desses seres humanos vencedores, podem provocar milagres na existência de seus privilegiados leitores. Parabéns!
Agradeço, de coração, as dedicatórias e os autógrafos que recebi da jornalista e de alguns desses esportistas paralímpicos de sucesso reconhecido: “Para Paiva Netto, as histórias dos nossos verdadeiros heróis! Beijo enorme! Joanna de Assis”; “Um grande abraço para meu amigo Paiva Netto. Alan Fonteles”; “Para Paiva Netto, de Clodoaldo Silva”; Daniel Dias; “Abraços, Fernando Fernandes; e “De Terezinha Guilhermina.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
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quinta-feira, 1 de dezembro de 2016

Dia Mundial de Luta contra a Aids

Paiva Netto

Dezembro, além do Natal de Jesus, reserva expressivas datas no que diz respeito à valorização da vida. Em 1o/12 logo lembramos o Dia Mundial de Luta contra a Aids, criado a partir de decisão da Assembleia Mundial de Saúde, em outubro de 1987.
Sobre o tema, há décadas escrevi que os nossos Irmãos que padecem com o vírus HIV e os que sofrem de outros males físicos, mentais ou espirituais precisam em primeiro lugar de Amor Fraterno, aliado ao socorro médico devido. Se a pessoa se sentir humanamente amparada, criará uma espécie de resistência interior muito forte, que a auxiliará na recuperação ou na paciência diante da dor. Costumo afirmar que o vírus do preconceito agride mais que a doença.
(...) Longe do Amor Fraterno, ou Respeito, se assim quiserem apelidá-lo, o ser humano jamais saberá viver em Sociedade Solidária Altruística Ecum­­ênica, porque a sua existência ficará resumida a um terrível “cosmos”, o mesquinho universo do egoísmo. Por esse motivo, escreveu o pensador e sociólogo francês Augusto Comte (1798-1857): “Viver para os outros é não somente a lei do dever, mas também da felicidade”. Trata-se de uma lição que ninguém deve esquecer em circunstância alguma.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Spinoza, Lao-tsé e natureza divina da matéria

 

Paiva Netto


Na minha página “Ciência e Fé na trilha do equilíbrio”, explanei sobre Baruch Spinoza (1632-1677), autor de amplos sistemas metafísicos que influenciaram e influenciam grandes pensadores. “Ignoro por que a matéria deva ser indigna da natureza divina, já que fora de Deus não pode existir nenhuma substância dotada de natureza divina... Por isso, de forma alguma se pode asseverar que... a substância extensa... é indigna da natureza divina, desde que eterna e infinita”, destacou o famoso filósofo.
Em 29 de abril de 1993, em minha coluna no Correio Braziliense, escrevi que, durante muito tempo, a matéria foi considerada obstáculo ao Espírito. Contudo, agora deixará de ser, à medida que percebermos e respeitarmos sua função superior. (...)
O malefício não se encontra na matéria, ou no que dela restou depois da reforma da Ciência Física instituída por Einstein (1879-1955), mas no uso que dela fizermos.

 

Planeta de aparências

O grande mal, que ainda dificulta aos cérebros excessivamente céticos vislumbrar horizontes na esfera do Espírito, é querer apenas aceitar os fatos do ponto de vista físico absoluto. Esquecem-se de que o “Tudo”, na verdade, está submetido à ação de Sublimes Poderes, que nos colocam em postura distinta da que têm como probabilidade legítima, visto que esta perspectiva, no entanto, não passa de enorme delírio. O que se compreende como inexistente é o real. Não assusta mais a descoberta, na Mecânica Quântica, de que o “vazio” é realidade. A Ciência de ponta já definira o átomo como, sobretudo, vazio. Mas o que é em suma o vazio? A respeito do assunto, comenta o físico Juliano Carvalho Bento, que me honra com a sua leitura e audição: “A Ciência hoje prova que podemos observar no ‘nada’ físico, ou seja, no vácuo absoluto (que por si só já não é possível detectar na Natureza por somente existir em condições ideais) a existência de um resíduo de energia que, pela física clássica, não pode ocorrer. Isso só foi possível verificar com o advento da Mecânica Quântica, pois, se esse vácuo total existisse, estaria contrariando o Princípio da Incerteza de Heisenberg, que evidencia que deve existir uma energia mínima, por conta desse postulado físico, base da Teoria Quântica. Uma comprovação para isso se deu com o chamado efeito Casimir, no qual se detectou que duas placas metálicas paralelas neutras no vácuo se atraem pelo fato de surgir uma força proveniente desta energia do vácuo. O suposto ‘nada’ esconde muita coisa. Como assegura Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, em Seu Evangelho, segundo Mateus, 10:26: ‘(...) nada há encoberto, que não venha a ser revelado; nem oculto, que não venha a ser conhecido’”.

 

Atuação do visível no invisível

No Tao Te Ching, também chamado de O Livro do Caminho e da sua Virtude, o filósofo chinês Lao-tsé (570-490 a.C.) ensinou: “Trinta raios convergentes no centro,/ Tem uma roda,/ Mas somente os vácuos entre os raios/ É que facultam seu movimento./ O oleiro faz um vaso, manipulando a argila,/ Mas é o oco do vaso que lhe dá utilidade./ Paredes são massas com portas e janelas,/ Mas somente o vácuo entre as massas/ Lhes dá utilidade –/ Assim são as coisas físicas,/ Que parecem ser o principal,/ Mas o seu valor está no metafísico”.
O tema é realmente instigante e nos leva a exalçadas reflexões sobre a existência humana e o papel que desempenhamos na contextura do Universo. Voltarei ao assunto.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Muro de Berlim e as fronteiras vibracionais

Quem poderia conceber que aquele portentoso paredão, que muito mais que concreto era ideológico, tombaria? Mas caiu!

Paiva Netto


Após a inauguração do Templo da Boa Vontade, em Brasília/DF, Brasil, em 21/10/1989, testemunhamos, pela TV, em 9 de novembro, na Alemanha, a queda do Muro de Berlim. Esses dois acontecimentos, que completaram 27 anos, trazem em similitude a vitória da liberdade. A ignorância, porém, persiste, em várias regiões do mundo, em desejar tolher o direito inerente à criatura humana de poder exprimir, com equilíbrio, as suas convicções políticas, científicas, artísticas, filosóficas, religiosas, esportivas, e assim por diante, na busca de um mundo melhor.
Quem poderia conceber que aquele portentoso paredão, que muito mais que concreto era ideológico, tombaria? Mas caiu! Da mesma forma, as fronteiras vibracionais entre esta e outras dimensões também virão abaixo, mais cedo ou mais tarde.

Universo Invisível
Em 1981, durante a conferência “A Decodificação do Pai-Nosso”, que realizei, de improviso, em Porto Alegre/RS, Brasil, no Ginásio de Esportes do Colégio Protásio Alves, convidei o povo simples que me honrava com sua atenção a desenvolver este raciocínio:
A Ciência humana, a despeito dos respeitáveis esforços de tantos abnegados idealistas, encontra-se no início de sua brilhante trajetória, apesar do extraordinário progresso a que nos tem conduzido. Vejamos o justificado deslumbramento de suas mais importantes figuras ante a restrita parcela do Cosmos que se vê. Mas e diante da imensidade que não se enxerga, que não se descobriu ainda?... Não aludimos apenas ao Universo físico, com suas galáxias, que é algo realmente de assombrar: só a Via Láctea, da qual fazemos parte, abarca bilhões de estrelas... É incrível a sua abrangência!... E os mais poderosos telescópios e radiotelescópios alcançam a mínima parte deste Universo físico. Os seres humanos, e mesmo os invisíveis de razoável grandeza espiritual, pois essas são muitas no “Outro Lado” da Vida, acabam também fascinados, e com muita razão... Entretanto, e a amplitude que até agora não perlustramos? Aqui está a filigrana: quando arguimos pelo que falta desbravar, não estamos unicamente a nos referir à composição material dos corpos celestes que vagam pelo espaço: essa enormidade que os maiores cientistas não puderam até o presente momento pesquisar nem sequer ver de todo.
Falamos também do Universo Invisível, ultradimensional, onde as Almas residem, que, no estágio evolutivo da civilização contemporânea, não pôde, até agora, ser devidamente percebido pelos olhos somáticos nem acreditado pela Ciência terrestre, em boa parte. E o mais surpreendente: nem por alguns religiosos que pregam a Vida Eterna. Todavia, quando diversos pioneiros começam a analisar e estudar as possíveis dimensões em que habitam os Espíritos, há quem procure depreciar sua labuta. Na verdade, temem avançar na direção descortinada pelos precursores. De certa forma, é como na fábula de Esopo (aprox. 620-564 a.C.): Vulpes et uva (A raposa e as uvas). Na famosa história, uma raposa, não podendo alcançar as almejadas uvas, que se encontravam num galho alto, acusa-as de estarem verdes, embora estivessem maduras.
O filósofo e sociólogo inglês Herbert Spencer (1820-1903) acertou quando definiu que há um princípio utilizado como uma barreira contra qualquer informação, semelhante à prova oposta a todo tipo de argumento. Esse preceito jamais pode falhar, de modo a manter a Humanidade numa ignorância contínua e perpétua. Trata-se de condenar antes de investigar.
A Ciência tradicional deverá preparar-se para absorver os muitos dados novos coligidos pela Ciência de ponta. Entretanto, terá de incluir nas novidades o reconhecimento do Mundo Espiritual, não como resultado de químicas cerebrais que excitariam a mente humana na região do ilusório, pois esta conclusão é muito cômoda, sobretudo ante a realidade pluridimensional, onde existe o prolongamento da vida consciente e ativa do ser, nas esferas ainda imperceptíveis ao sentido visório.
Ainda em 1981, popularmente discorri sobre essa questão das dimensões materiais do Universo, tendo em vista ensinamentos do Evangelho e do Apocalipse de Jesus: em geral, cogita-se de grandeza, dimensão, distâncias físicas... Contudo, os limites do Universo podem igualmente ser vibracionais... O ser humano falece, o corpo fica... O Espírito (ou como o queiram chamar), que não pode ser reduzido ao restrito território da mente, migra para outro Universo ou outros universos, que ainda não se veem... A Ciência, em seus elevados termos, a posteriori comprova o que a Religião, de maneira intuitiva, bem antes percebera. A primeira conceitua; a segunda ilumina, quando realmente Religião e nunca reserva de tabus e preconceitos. No entanto, a Intuição, conforme afirmamos, é sempre mais rápida. É a Inteligência de Deus em nós.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

A Fé é a sabedoria que vem de Deus

 

Paiva Netto


Todos sofrem, desde a mais simples das criaturas à maior autoridade de um país. Portanto, sempre chega um momento em que procuram solução mais elevada para a própria dor. Afinal, os problemas pessoais afligem a Alma e atormentam, por exemplo, o campo das atividades sociais e políticas. E é então que oram, mesmo que não saibam como. Por conseguinte, se cultivarem a Humildade — que é também sinônimo de Deus — buscando o amadurecimento, poderão entrar em sintonia com seus Anjos Guardiães, que, no Mundo Superior, participam da Revolução Social dos Espíritos de Luz. Trata-se de um extraordinário acontecimento que a Humanidade ainda não percebeu de todo. O Plano Espiritual existe sem pedir licença aos poderosos da Terra.
O saudoso jornalista, radialista, escritor e poeta Alziro Zarur (1914-1979) ensinava que “o segredo do governo dos povos é unir a Humanidade da Terra à Humanidade do Céu”. O meio: Fé Realizante (que se opõe à ociosa) e Boas Obras. É como aliar Paulo e Tiago.
A Fé é um atributo da inteligência iluminada, assim como a Oração o é da Alma. A união das duas, permeadas pela vigilância, isto é, o trabalho, eleva-nos à lucidez de Espírito. Eis por que, no campo das realizações humanas e sociais, é preciso que a Fé permaneça unida às Boas Obras, por ela divinamente inspiradas, para que possamos erigir uma sociedade em definitivo ecumênica, portanto solidária, altruística.
É o que ensina o Divino Mestre, quando nos manda amarmo-nos uns aos outros como Ele nos tem amado, única forma de podermos ser reconhecidos como Seus discípulos (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35). Por isso, um bom político (mesmo sendo ateu, agnóstico ou adepto de outra venerável crença que não esteja relacionada como cristã) não deve furtar-se de estudar, pelo prisma do Amor Fraternal, o Evangelho do Cristo, que é um notável código de ética para o homem público.
A Fé é a sabedoria que vem de Deus; as Boas Obras, a sua prática.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 




quinta-feira, 17 de novembro de 2016

O Ecumenismo que pregamos

Paiva Netto


Em 16 de novembro, comemoramos o Dia Internacional da Tolerância. Por oportuno, apresento a vocês, prezadas Irmãs e Irmãos leitores, extrato de meu livro Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade, no qual, me dirigindo à Mocidade Legionária, falei nestes termos:
O Ecumenismo que pregamos é o dos corações fraternos, iluminados, desejosos de trabalhar “por um Brasil melhor e por uma Humanidade mais feliz”.
Já lhes expliquei que, em meus escritos, emprego o termo ecumênico (vem do grego oikoumenikós) no seu sentido etimológico: “toda a Terra habitada” e “de escopo ou aplicabilidade mundial; universal”. Portanto, a missão de Vocês, ó Militantes Ecumênicos da Boa Vontade, é propagar a Política de Deus a todos os cantos. Ela é para o ser humano, mas, antes de tudo, para o seu Espírito Eterno. Fraternalmente renovado o indivíduo, a partir da Alma, transformada estará a Humanidade. É papel das novas gerações levar adiante a Ciência de Deus; entronizar a Economia de Deus; mostrar a verdadeira função pacificadora do Esporte; apresentar a Arte com o seu extraordinário ofício de caminhar à frente de importantes modificações; iluminar as consciências com a Cultura, que não é aquela apenas nascida da mente, contudo a fortalecida pelo sentimento, beneficiado pela Generosidade de Deus.
Vocês, Jovens de todas as idades, da Terra e do Céu da Terra, estão, de forma integral, capacitados para realizar a grande reforma que, consciente ou inconscientemente, é esperada desde que o mundo é mundo. Necessário se faz ter Jesus Dessectarizado como objetivo e compreender, em profundidade, o Seu desejo mais íntimo: o milagre pelo qual assimilemos o “amai-vos como Eu vos amei” (Evangelho, segundo João, 13:34). Servir a Jesus não é sacrifício. É privilégio!


José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 


segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Templo da Paz no Novembro Azul

 

Paiva Netto


Em novembro, as sete faces do Templo da Boa Vontade (TBV), em Brasília/DF, estarão iluminadas de azul, em apoio às campanhas que alertam os homens para a importância do diagnóstico precoce do câncer de próstata e o povo em geral para os cuidados necessários na prevenção do diabetes.
Em 14 e 17 deste mês, foram instituídos, respectivamente, os dias mundiais do Diabetes e de Combate ao Câncer de Próstata. Duas enfermidades que atingiram dados alarmantes.
O dr. Aguinaldo Nardi, ex-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), estima que “um a cada seis homens terá câncer de próstata e um a cada 36 morrerá da doença”. E a International Diabetes Federation, em 2012, já falava em 371 milhões de pessoas com diabetes no planeta. Portanto, para multiplicar as ações de esclarecimento, juntamo-nos a essa rede de solidariedade, cujo nobre objetivo visa à melhoria da saúde dos cidadãos. O TBV e a Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV, imprensa e internet) encontram-se em campo.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Tributo a Villa-Lobos

Paiva Netto


Em 17 de novembro de 1959, o célebre compositor Heitor Villa-Lobos voltou à Pátria Espiritual. Autor de cerca de 1.000 composições, é considerado o maior expoente da reformulação do conceito do nacionalismo musical brasileiro. 
Ainda menino, fascinou-se pela obra do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750), influência marcante que, anos mais tarde, resultaria nas extraordinárias Bachianas Brasileiras. Entre outras importantes peças melódicas de Villa-Lobos temos: “O Uirapuru”, “O Canto do Cisne Negro”, “A Prole do Bebê” e os “Choros”, para os quais foi buscar inspiração entre os compositores boêmios do Rio de Janeiro. 
No centenário de seu nascimento, comemorado em 5 de março de 1987, prestei, na minha antiga coluna na Folha de S.Paulo, um justo tributo a esse ícone da brasilidade musical, demonstrando, do mesmo modo, os fraternos laços que unem Villa-Lobos à LBV, do qual separei estes trechos: 
A Legião da Boa Vontade (LBV) sempre prestigiou a cultura. Está nos seus estatutos. Além de ser filantrópica, é igualmente cultural e educacional. Claro está que filantropia, para nós, não é meter o pão pela boca do necessitado para calar temporariamente o grito da fome. Não. É mais que isso. Filantropia significa Amor à Humanidade. Costumo dizer que assistência social é, acima de tudo, Amor.
No seu trabalho em prol da cultura, a LBV teria de participar das comemorações dos 100 anos de Villa-Lobos. Algumas das músicas tocadas no Programa Boa Vontade — PBV, no rádio e na televisão, são de sua autoria. Nossa homenagem é constante. Eu mesmo sou um fã do Villa.
Recordo-me dele com saudade. Também de Dona Mindinha, sua querida esposa, na Pátria Espiritual desde 1985. Era muito amiga nossa. Conhecia profundamente a LBV. Revelou certa vez que, com o saudoso Villa, escutava Jesus Está Chamando!, famoso programa de Alziro Zarur (1914-1979), que tanta polêmica ergueu no Brasil. Mas criou um caminho democrático para todos os pregadores. Zarur foi um pioneiro na luta pela liberdade religiosa em nosso país. O povo que faça a sua escolha devocional. Em entrevista a um periódico do Rio, contou Dona Mindinha: “(...) Comecei a ouvir Zarur quando ele estava na Rádio Mundial. O próprio Villa, muitas vezes, o ouvia falar. (...) Se fosse vivo, certamente poderia expressar-se melhor, com prazer maior e mais ênfase. Porque meu marido também se prendeu ao programa de Zarur. (...) Presto, aqui, a minha homenagem sincera ao criador da Legião da Boa Vontade”.
Em 1984, vigésimo quinto aniversário do seu falecimento, a Mocidade Legionária escreveu:
“Heitor Villa-Lobos nasceu no Rio de Janeiro, a 5 de março de 1887. Compositor, violoncelista, maestro e professor. (...) Em sua música, que é tão exuberante, pitoresca e confiante, como ele mesmo, tudo se conjuga em novos caminhos para a Humanidade (...). Sua técnica oscila entre as peças de harmonia singela, como sua música para crianças, até as de complexidade extrema, como o Rudepoema e a maior parte dos Choros, composições de excepcional significado no panorama musical contemporâneo. As nove Bachianas Brasileiras, escritas no período de 1930-45, traduzem sua devoção pela música de Bach. A obra ciclópica desse ilustre compositor nacionalista abrange, além das já citadas, sinfonias, poemas sinfônicos, suítes, quartetos de cordas, oratórios, peças para piano, concertos, óperas, vocais etc.
“(...) Villa-Lobos dirigiu orquestras na França, Alemanha, Itália, Estados Unidos... Recebeu inúmeras honrarias. (...) Fundou, em 1945, a Academia Brasileira de Música. (...) O governo brasileiro criou, em 1960, no Ministério da Educação e Cultura, o Museu Villa-Lobos. (...) Seu vanguardismo pode ser definido por esta sua frase: ‘Escrevo música como se fossem cartas para a posteridade, sem esperar resposta’.
“A violinista Arminda D’Al­meida (Mindinha), sua segunda esposa, a quem dedicou várias melodias, organizou e dirige o Museu Villa-Lobos.
“Aos 25 anos de sua morte, o Museu Villa-Lobos prepara uma série de homenagens. E o diretor-presidente da LBV foi presenteado por Dona Mindinha com uma apostila do evento com graciosa dedicatória: ‘Ao ilustre amigo, Dr. José de Paiva Netto, o presidente que vem honrando a Legião da Boa Vontade em substituição ao enorme benfeitor que foi Alziro Zarur. Cordialmente, a sempre Mindinha de Villa-Lobos’”.

* * *

Com Amor para a Eternidade

Afinal, o que é feito com Amor tem o selo das coisas perenes. E foi com essa qualidade sublime que Villa-Lobos definiu, em João Pessoa, Paraíba, em 1951, como surgiam as suas composições: “A minha música é o reflexo da sinceridade (...), a arte que vem do coração para um coração”.
E mais: “O Brasil tem forma geográfica de um coração. Todo brasileiro tem este coração. A música vai de uma Alma a outra. Os pássaros conversam pela música. Eles têm coração. Tudo que se sente na vida se sente no coração. O coração é o metrônomo da vida, e há muita gente na Humanidade que se esquece disso. Justamente, o que mais precisa a Humanidade é de um metrônomo. Se houvesse alguém no mundo que pudesse colocar um metrônomo no cimo da Terra, talvez estivéssemos mais próximos da Paz. Por que se desentendem, vivem descompassados raças e povos? Porque não se lembram do metrônomo que guardam no peito, o coração.
“Foi fadado por Deus, justamente o Brasil possuir uma forma geométrica de coração, e haver um ritmo palpitante em toda a sua raça, sobretudo no Nordeste, este sentido de ritmo, de coração, essa unidade de movimento, esse metrônomo tão sensível.
“Meus amigos, foi com esse pensamento que eu me tornei músico. Foi por isso que eu me tornei um escravo profundo e eterno da vida do Brasil, das coisas do Brasil. E, como não tenho o dom da palavra nem da pena, mas tive o dom do som e do ritmo, transponho em sons e ritmos essa loucura de amor por uma pátria. Eis a minha apresentação. Eis o que é, em princípio, a justificação do que tenho feito pelo Brasil até a idade que tenho hoje. Peço perdão a todos de ter que falar um pouco da minha vida em relação a esse Brasil, mas é necessário e possa talvez servir de exemplo aos jovens seguir essa mesma trilha, esse mesmo destino que Deus me deu.
“(...) Eu fui pela música. E, se por acaso o meu exemplo possa servir de alguma coisa a todos os meus patrícios, façam o mesmo. Sejam livres. Lembrem-se do coração. Lembrem-se de que este é que é o metrônomo da realidade. Com ele terão a razão econômica de tudo, das coisas. Terão a medida exata da realidade da própria vida. Lembrem-se de que é a arte que vem do coração para um coração, de uma Alma para outra Alma, e a música é a primeira arte que conduz às outras artes. Eu não digo isto porque sou músico, não. Ela, porém, tem um poder positivo, digamos, um poder biológico.
“Ela é uma terapêutica para a Alma doente. A música é um consolo para o sofredor. A música é um embalo para o pequenino no colo de suas mães, seus pais. A música é o alento do desventurado. A música é a alegria daqueles que são alegres. A religião, qual das religiões que existem sobre a Terra e que não usou da música como elemento de atração aos seus crentes? Essa música que Santo Ambrósio utilizou para formar depois os cânticos litúrgicos definidos. É com essa música, senhores, que precisamos compreender que o Brasil vive, e que ninguém percebe”.
Meus sinceros agradecimentos ao Espírito Imortal do brilhante Villa-Lobos por ter-me inspirado, em 1999, o Oratório O Mistério de Deus Revelado. Os mortos não morrem.

 

Caminho ecumênico saudável

Alziro Zarur (1914-1979), saudoso Fundador da LBV, enfatizava sempre, na mídia, a máxima do precursor da radiodifusão nacional, o médico, antropólogo, poeta e professor Roquette Pinto (1884-1954), lema para a emissora que, no Rio de Janeiro, ele fundou e leva o seu nome: “Para a cultura dos que vivem em nossa terra, pelo progresso do Brasil”.
A cultura é, sem dúvida, o caminho ecumênico saudável para o crescimento da sociedade.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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