sexta-feira, 30 de setembro de 2016

A Caridade sustenta a vida humana
Paiva Netto

A Caridade é um tema muito presente em meus artigos, pois a considero imprescindível à nossa sobrevivência. Aproveito o ensejo para lhes adiantar pequeno trecho de O Capital de Deus, livro que estou preparando, com muito cuidado, no qual apresento algumas das palestras que proferi a partir da década de 1960: 
Meditemos sobre esta passagem do Apóstolo João, na sua Primeira Epístola, 4:20: “Se alguém disser: Amo a Deus, e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”. 
Caridade, criação de Deus, é o sentimento que mantém o Ser vivo nas horas de tormenta de sua existência. Se você me falar que não precisa de Amor, está equivocado, ou equivocada, enfermo, ou enferma... Em resumo, trata-se simplesmente disto: Amor, sinônimo de Caridade, de que tanto carece a sociedade míope, obumbrada pela cultura insidiosa, mantida por aqueles que provocaram, para os povos, as desgraças todas que ensanguentam a História e que nos põem em perigo constante. Até quando?
A Caridade sustenta a vida humana. O jornalista Francisco de Assis Periotto, ao ouvir essas minhas palavras, completou-as assim: "no pão e na decência".

Elevado Espírito Social
O avanço tecnológico tem derrubado muitas fronteiras e feito algumas desabar sobre outras. Entre elas, econômicas e sociais. Contudo, a globalização não vai impedir a diversidade. Porquanto, se mundializa, dá também expressão ao regionalismo. De várias formas, todo mundo influencia todo mundo. No entanto, barreiras, em diversas partes do planeta, ainda tornam cada vez mais distantes ricos e pobres. Isso pode resultar em consequências profundas, em amplitude internacional, a exemplo do fim do Império Romano. Entretanto, desta vez, tais transformações poderão provocar providências inusitadas até em corações de pedra, antes contrários ao pragmático espírito de Caridade, que serão levados a pensar que existem algumas coisas vitais, até mesmo para eles, como... a compaixão. (...) Caridade não é pífio sentimentalismo, a que alguns gostariam de reduzi-la. Acertou, pois, quando escreveu o grande Joaquim Nabuco (1849-1910): “À luta pela vida, que é a Lei da Natureza, a Religião opõe a Caridade, que é a luta pela vida alheia”.
Não seria essa a função de um verdadeiro político? O que seria mais importante para o fortalecimento das comunidades do que esse elevado espírito social?
É possível igualmente esperarmos do alto significado da Caridade, na atitude diária, o completo caminho da verdadeira independência de nossa pátria.
Caridade é assunto sério.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 


segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Não nos situamos no reino das nuvens
Paiva Netto

A distorção do pensamento a respeito do abrangente significado da Caridade tem produzido grande prejuízo à sociedade. É preciso, em definitivo, entendermos que, no mais amplo sentido, o Mandamento Sublime da sobrevivência pessoal e coletiva é a Caridade. Ela não se restringe ao simples ato de dar o pão. Expande-se por todos os estratos da atuação criativa espiritual-humana, nos quais aguarda o convite da Alma para nela manifestar-se.
Philipp Melanchthon (1497-1560), o respeitado teólogo e educador alemão, que liderou o luteranismo após a morte de Martinho Lutero (1483-1546), colocou-se do lado dos que preferem servir: “Nas coisas necessárias, unidade; nas coisas incertas, liberdade; em todas as coisas, a caridade”.
Ensinava o Apóstolo Paulo, em sua Primeira Carta aos Coríntios, 13:13, que, das três virtudes teologais (Fé, Esperança e Caridade), a maior delas é a Caridade, que, como não nos cansamos de repetir, é sinônimo de Amor. Duvida?! Basta consultar um bom dicionário.
Há, igualmente, os que acreditam ser a Caridade a ação de fracos, fuga dos que não desejam a solução definitiva para os problemas sociais... Só que as propostas que, por tanto tempo, vêm apresentando não resolveram as aflições do mundo. É que tudo deve começar pelo ser humano com o seu Espírito Eterno, o alvo da Caridade, que não é o refúgio de sonhadores ou proposta escapista de gente acomodada. Pelo contrário, tê-la como decisão de vida, de atividade promotora de transformações profundas na sociedade, a partir do sentimento de cada criatura, exige determinação, caráter e coragem. Como demonstra o famoso orador da Antiguidade, Demóstenes (384-322 a.C.), ao afirmar: “Não podes ter um espírito generoso e valente, se tua conduta é mesquinha e covarde: pois quaisquer que sejam as ações de um homem, tal será o seu espírito”.

Indigentes da Fé e da Caridade
Nestes tempos de mundialização, em que muitas fronteiras caem preferentemente sobre as cabeças das populações mais pobres, o povo procura um rumo seguro para a existência, regida por forças discrepantes. Nem sempre é o melhor de todos o destino que lhe oferecem. E a história se repete no somatório de enganos que podem desembocar num movimento incontrolável de massas. As nações também vomitam. O que já vêm ocorrendo. E como será necessária a Caridade de Deus nos corações! E, nesses tempos de penúria e delírio, muitos reconhecerão o inestimável valor estratégico dela. Porque não haverá Sociedade Solidária, e, possivelmente, com o tempo, o próprio planeta como o conhecemos, senão a compreendermos como um Plano Divino para que haja sobreviventes à avidez humana.
Por falar em Deus, bem apropriado para o texto esta máxima de Mary Alcott Brandon: “Existe uma força que dirige o Universo. O nome que dermos a ela é secundário”.
Pobre é quem ignora a perfeita Lei de Fraternidade e de Justiça, aquele que se esquece do Criador e de Suas criaturas. Palavras de Eliú, Livro de Jó, 34:11 e 12: “Deus retribui ao homem segundo as suas obras e faz que a cada um toque segundo o seu caminho. Na verdade, Deus não procede maliciosamente; nem o Todo-Poderoso perverte o juízo”.
Por intermédio da psicografia de Chico Xavier (1910-2002), o famoso médium espírita de Uberaba/MG, Cornélio Pires (1884-1958), jornalista, poeta e um dos maiores divulgadores do folclore brasileiro, deixou registrado, no livro Conversa firme, esta sugestiva quadrinha:

“Sociedades e grupos
São destinados ao Bem,
Deus não cria mal nenhum
Nem cativeiro a ninguém”.

Fraternidade é a Lei. Ética, a sua disciplina. Justiça, a sua aplicação. Ninguém mais infeliz do que o indigente da Fé e da Caridade. Quem é verdadeiramente rico? Aquele que ama. Como sábio e afortunado é o que da mesma forma se comporta, promovendo o bem-estar da sociedade. É o caso do filósofo, médico e musicólogo, intérprete de Bach (1685-1750), Albert Schweitzer (1875-1965), que por mais de 50 anos cuidou dos doentes em Lambarene, antiga África Equatorial Francesa. Dizia ele: “O exemplo não é a principal coisa na vida: é a única coisa”.
O conhecido missionário, que também foi Prêmio Nobel da Paz de 1952, era tido por Albert Einstein (1879-1955) como “o maior homem vivo” de sua época. Gandhi (1869-1948) já havia sido assassinado.
 Por termos confiança no ideal da Boa Vontade, persistiremos até alcançarmos a concretização da Economia da Solidariedade Espiritual e Humana, firmada no Novo Mandamento de Jesus, parte integrante da Estratégia da Sobrevivência, conforme publiquei em 1986, na Folha de S.Paulo.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 


sábado, 24 de setembro de 2016

Medalhista olímpica do Vôlei de Praia, Jackie Silva, visita Centro Educacional da LBV no RJ
A primeira mulher a conquistar medalha de ouro nas Olimpíadas interage com os alunos da LBV

Na manhã desta quarta-feira, 3 de agosto, os alunos do Centro Educacional José de Paiva Netto, da Legião da Boa Vontade (LBV), de Del Castilho, Rio de Janeiro, receberam uma visita muito especial: Jackie Silva, uma das pioneiras no vôlei de praia.

Com apenas 9 anos, Jackie teve o primeiro contato com o vôlei, em 1971, na praia de Copacabana, onde jogou a primeira partida. Ingressou no Flamengo, em 1972, sendo dirigida pelo técnico Ênio Figueiredo, conquistando o primeiro título de campeã carioca pelo time rubro negro. Jacqueline tornou-se Jackie Silva nos EUA, sendo considerada a rainha do esporte por lá e de lá para Atlanta, em 1996, nos jogos de verão, foi um caminho natural, quando o vôlei de praia estreou como modalidade olímpica. Com Sandra Pires, tornou-se a primeira mulher a conquistar a medalha de ouro em olimpíadas e a primeira brasileira a conquistar ouro em esportes coletivos. Atualmente, Jackie Silva dedica-se ao projeto Atletas Inteligentes que incentiva o jovem a manter-se na escola por meio do vôlei e ainda atua como técnica de equipes de alto nível, realizando também palestras motivacionais e clínicas do vôlei.
Diante de tantos títulos e uma trajetória profissional de sucesso, nada mais justo do que uma singela homenagem feita pelos alunos do Coral Ecumênico Infantojuvenil Boa Vontade, que a recepcionaram com músicas que exaltam a paz, o amor e a Solidariedade humana.

Jackie Silva percorreu os ambientes da unidade escolar e conheceu a inovadora  linha educacional da LBV, formada pelas Pedagogias do Afeto e do Cidadão Ecumênico, a proposta impõe à educação “uma visão além do intelecto”, conforme preconiza o seu criador, José de Paiva Netto. Além disso, a visitante conheceu as atividades extracurriculares, como os projetos esportivos, particularmente o judô*, que são fortes aliados à educação.  Em entrevista à Boa Vontade TV, deixou registra suas impressões acerca de tudo o que viu:  
“Me deixou feliz saber que existe um trabalho sério, um trabalho competente, que ajuda tantas crianças com essa necessidade. É supreendente, porque é uma escola particular, formada por doadores. Mas, o mais importante que eu acho, são os caminhos que essa escola traçar. Tem muita seriedade no seu trabalho, aqui dentro tem tudo o que uma criança precisa, tem muita atenção nos mínimos detalhes. Nutricionista, psicólogos, um berçário maravilhoso. Um dia que a criança passa aqui, tenho certeza que ela sai daqui, bem, recuperada, numa boa escola, isso tudo é uma forma de pensar. A LBV está pensando assim, e que bom que escola deu certo e é uma pena que não tenhamos mais escolas como essa.”

A respeito do incentivo da Legião da Boa Vontade às práticas esportivas* como forte aliado da educação, a medalhista olímpica avaliou: “ o esporte é um braço da educação. Utilizar o esporte dentro de uma área educacional, é uma perfeição. Criança adora esporte, necessita de esporte. Ela adquire uma série de coisas, disciplina, colaboração brincando. Nessa hora, o esporte se torna uma brincadeira. Então, é muito fácil inserir esses contextos na formação da criança. É bom que sejam lutas, que tenham essa preocupação, porque são crianças que vivem em áreas que tem que ter muita garra e tem que lutar muito. É bom que se aprenda a lutar”, ressaltou.

Ao término da visita, a atleta fez questão de deixar registrado suas impressões sobre o trabalho que conheceu de perto: “ Vou rezar e torcer para que vocês continuem com esse trabalho maravilhoso. Tantas famílias conseguem esse benefício e vai fazer com que a vida deles se transformem. Abraços da campeã olímpica Jackie Silva.”

Neste clima Olímpico - Rio 2016, no mesmo dia, a Unidade educacional da Instituição recebeu também a visita da subsecretária de Esporte, Lazer e Juventude do Rio de Janeiro – Seelje, a professora Rita Beltrame , que recentemente fez o percurso com a Tocha Olímpica e jovens judocas atendidos pelo programa Cruzada do Menor.


No Rio de Janeiro, RJ, o Centro Educacional José de Paiva Netto, da Legião da Boa Vontade, está localizado na Av. Dom Hélder Câmara, 3059 — Del Castilho. Para outras informações, ligue: (21) 3297-7100.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Resgate da cidadania
Paiva Netto

Originário da campanha permanente da Legião da Boa Vontade contra a fome e pela cidadania — lançada pelo saudoso Fundador da LBV Alziro Zarur (1914-1979) no fim da década de 1940, com a popular “Sopa dos Pobres” —, o programa socioeducativo Ronda da Caridade da LBV, lançado em 1o de setembro de 1962, completa mais um ano de atuação.
Tive o privilégio de participar da Ronda inaugural, em 1o/9/1962, no Rio de Janeiro/RJ. Guardo, até os dias de hoje, aquele espírito do começo, perseverando e tendo a honra de ver multiplicada esta equipe que, diuturnamente, levanta das calçadas brasileiros iguais a nós. Lembro-me de que nessa ocasião completava-se o 23o ano do início da Segunda Guerra Mundial, quando Hitler (1889-1945) invadiu a Polônia. Com a Ronda da LBV, se fez e se faz o contrário: proclama-se a “guerra” contra o desamparo, a deseducação e a miséria.
Com o passar do tempo, aprimoramos a iniciativa, adequando-a aos parâmetros da Política Nacional de Assistência Social (PNAS). Hoje, as ações desenvolvidas com as famílias visam à aquisição do conhecimento de seus deveres e direitos, à percepção de oportunidades e à melhoria das práticas comunitárias, com vista a aumentar a qualidade de vida das gentes por meio de palestras educativas, entrega de refeições e/ou alimentos não perecíveis e oficinas de incentivo à busca de novos conhecimentos, de forma que as pessoas atendidas possam exercer efetivamente a cidadania plena. São realizadas, também, atividades lúdicas que estimulam boas atitudes e o relacionamento dentro do grupo, sem esquecer a prece no lar, que traz o conforto espiritual tão necessário nos momentos difíceis.
Minha homenagem a todos os voluntários da Equipe Legionária Altruística e Ecumênica, que se dedica a amenizar o sofrimento alheio, de modo que vivamos um mundo melhor.

 

Objetivos do Milênio e a Ronda

É importante ressaltar que os Oito Objetivos do Milênio — estabelecidos pela ONU e subscritos por 191 países, cuja meta é trabalhar vários pontos, desde a erradicação da pobreza e da fome até a preservação do meio ambiente — alinham-se de maneira peremptória com os princípios da vanguardeira atuação da LBV.

 

Super RBV

Coincidentemente, em 1992, num 1o/9, iniciei a programação 24 horas da Super Rede Boa Vontade de Rádio, no Brasil, no exterior e também pela internet. Por sinal, o surgimento da LBV deu-se a partir do famoso Hora da Boa Vontade, que Zarur estreou na Rádio Globo, do Rio de Janeiro, a 4 de março de 1949. 
Ao longo desses anos, a Super RBV caracterizou-se pelo pioneirismo de veicular uma prece, de hora em hora, no Momento Ecumênico de Oração. Com uma grade diversificada (esporte, cultura, jornalismo e utilidade pública), a maior audiência fica por conta da mensagem do Evangelho-Apocalipse de Jesus, explicado em Espírito e Verdade, à luz do Mandamento Novo do Cristo Ecumênico, o Divino Estadista: “Amai-vos como Eu vos amei”.
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* Super Rede Boa Vontade de Rádio — Rede radiofônica criada por Paiva Netto, que hoje conta com emissoras interligadas via satélite e conectadas permanentemente à internet:
www.boavontade.com.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

O júbilo da Vida

Paiva Netto

Quando finalmente nos integramos na Fraternidade, encontramos Deus. Não me refiro ao antropomórfico, criado à imagem e semelhança do ser humano falível. E aí não mais nos confrange a ansiedade de negar ou provar a Sua existência. Simplesmente, Ele é haurido por nosso Espírito, à maneira do ar, o qual ainda nos permite viver e sobreviver dignamente. O júbilo da vida é o que lha ofertamos.
É aquele fato: há pessoas que matam ou se destroem em dias gloriosos de sol. Os pássaros cantando, as flores se abrindo, tanta beleza em volta e a criatura não percebe. E está tudo ali, convidando-a à prática do bem e ao viver feliz.
Adverte Jesus no Seu Evangelho, segundo Mateus, 6:23: “Se, porém, os teus olhos forem maus, todo o teu corpo estará em trevas. Portanto, caso a luz que em ti existe sejam trevas, que grandes trevas serão!”. Eis que tudo lhe parecerá tenebroso se mantiver a Alma sombria. O Pai Celestial oferece-lhe todas as riquezas da vida Dele; e você persiste em reclamar, sem ao menos propor novos caminhos éticos? Quanto maior a lamentação, menos se é produtivo. Observaram que os que se queixam muito geralmente nada ou pouco realizam? Não falo de reivindicação justa. Esta deve ser feita.
Repito, o júbilo da vida é aquele que lha damos. Logo, se ela for altamente desafiadora, não quererá dizer que não venha a se tornar rica em realizações e felicidade. Tem de ser vivida em magnitude, pois há sempre ocasião de se vivenciar o bem.
E quando sentimos Deus, que é Amor elevado à enésima potência, a vida alcança o ritmo e a extensão da Eternidade. Quer dizer, espaço–tempo, integração no Dia do Senhor, conforme lemos no Apocalipse, 1:10.

 

Respeitar a própria existência

Precisamos saber mensurar a intensidade da vida pelo que a pessoa sabe espiritualmente usufruir. Por isso, o suicídio é um dos piores crimes que o indivíduo pode perpetrar contra si mesmo. Daí a necessidade de respeitá-la. Reflexão de minha autoria, em Como Vencer o Sofrimento: Honremos, o extraordinário dom que Deus nos concedeu, que é a vida, e Ele sempre virá em nosso socorro pelos mais inimagináveis e eficientes processos. Substancial é que saibamos humildemente entender os Seus recados e os apliquemos com a Boa Vontade e a eficácia que Ele espera de nós. A permanente sintonia com o Poder Divino só nos pode adestrar o Espírito, para que tenha condições de sobreviver à dor, mesmo que em plena conflagração dos destemperos humanos.

 

Como é bom semear o Bem

Na década de 1980, falando pela Super Rede Boa Vontade de Rádio, li a seguinte página do livro Lendas e Fatos, do pastor presbiteriano Miguel Rizzo Jr.:
Thorvaldsen, célebre escultor dinamarquês, residiu na Itália algum tempo. Quando, em 1838, voltou à sua pátria, a convite do próprio rei, levava consigo um grupo de estátuas que haviam de torná-lo imortal.
 “Um criado, ao abrir os caixotes em que elas se achavam, espalhou em um pátio a palha com que tinham sido encaixotadas. No verão seguinte começaram a aparecer em Copenhague algumas flores que só existiam nos jardins de Roma. Germinaram elas de sementes que se haviam ocultado no empalhamento com que se fez a embalagem das referidas estátuas.
“O famoso escultor embelezou, assim, sua terra, não só com as finas obras de escultura que genialmente cinzelara, como também com um novo elemento que, acidentalmente, o acompanhara na viagem.
“Quase sempre são duplos os efeitos da verdadeira consagração: alguns deles podem ser previstos por quem se dedique consagradamente a qualquer obra boa; outros reflorescem à margem desses resultados primordiais.
“O que admiramos nas obras dos grandes homens não é só o que elas objetivamente representam, mas também o exemplo e os estímulos que apresentam para o aperfeiçoamento das gerações que se sucedem no cenário da História”.

O texto, em si, guarda importante recado. Agora, transportemo-lo para o cotidiano. Veremos, então, como é bom semear o Bem! Os resultados sempre florescem.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Camada de ozônio e flagelos do Apocalipse

Paiva Netto

 

Ao comentar em meus artigos sobre a camada de ozônio do planeta, prometi voltar ao assunto, intrinsecamente ligado à nossa sobrevivência, visto que ela nos abriga dos raios nocivos à vida humana. E inicio citando trecho de reportagem da Reuters:
“A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de sua agência de clima e ambiente, disse nesta quinta-feira (29/10/2015) que não há razão para alarme no aumento do buraco da camada de ozônio, recorde, que foi detectado neste mês de outubro. Visto que ela voltará, em breve, a encolher.
“Esse tamanho recorde do buraco que surge na Antártida varia, comumente chegando à sua maior extensão na primavera polar (...). No ano passado, 2014, a OMM — Organização Meteorológica Mundial — afirmou ter detectado o primeiro sinal de recuperação da camada, motivado, sobretudo, pela proibição dos gases que destroem a camada de ozônio, que está em vigor desde 1987. Afirmou ainda que uma década pode se passar até que o buraco comece a encolher. (...) ‘Isto nos mostra que o problema ainda está aí e que precisamos continuar vigiando. Mas não há motivo para alarmismo’, declarou Geir Braathen, cientista-sênior da Divisão de Pesquisa Atmosférica e Ambiental da OMM. ‘No geral, contudo, isso não reverte a recuperação [em andamento] de longo prazo projetada para as próximas décadas’, afirma a declaração.
“Os agentes químicos que destroem o ozônio, como os clorofluorcarbonetos (CFCs), muito usados em geladeiras e latas de spray, foram banidos pelo Protocolo de Montreal de 1987. O Programa Ambiental da ONU disse que esse tratado evitará 2 milhões de casos anuais de câncer de pele até 2030”.
Uma esperançosa notícia que certamente merecerá outros estudos e análises dos especialistas no tema. Acompanhemos os acontecimentos sem perder de vista que muito ainda precisa ser feito para ficarmos livres desse tormento.

Os Sete Flagelos e ação humana

Chamou a atenção dos meus leitores a similitude da mensagem do Apocalipse de Jesus, no Quarto Flagelo, 16:8 e 9, com o tema em questão:
“O quarto Anjo derramou a sua taça sobre o sol, e lhe foi dado afligir os homens com calor e fogo. Com efeito, os homens se queimaram com o intenso calor, e blasfemaram o nome de Deus que tem a autoridade sobre estas pragas, e não se arrependeram para lhe darem glória”.
Uma linguagem profética de há quase dois mil anos que diz muito dos tempos atuais. Apesar do conhecimento que se têm dos efeitos nocivos de uma exposição exagerada ao sol, há quem isso não reconheça (que significa “ranger os dentes contra Deus”) e se coloque entre os que poderão desenvolver, por exemplo, câncer de pele, catarata ou outras doenças.

 

Avisos do Supremo Criador

Trago, por oportuno, trecho de improviso radiofônico, de 1991, com a análise dos Sete Flagelos, na série “A Instituição dos Diáconos”, que apresentei nas aulas do Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração:
(...) Advertiu um mentor das Claridades Divinas que — “Se a semeadura é livre, a colheita é obrigatória”. Daí entendermos o porquê dos Sete Flagelos, citados nos capítulos 15 e 16 do Apocalipse. Trata-se da vindima de uma semeadura irresponsável. Paulo Apóstolo aconselhou, em sua Epístola aos Gálatas, 6:7: “Não vos deveis enganar, porque Deus não se deixa escarnecer; aquilo que o homem semear, isso mesmo terá de colher”.
Vamos ao versículo primeiro do capítulo 15 da Revelação de Jesus segundo João — Os Sete Flagelos: “E vi no céu outro sinal grande e admirável, sete Anjos que tinham os sete últimos flagelos, pois com estes se consumou a Cólera Divina”.
Um sinal do céu já é algo muitíssimo significativo. Mas João faz questão de ressaltar que este outro sinal é grande e admirável. É como a nos chamar a atenção para o fato de que não podemos andar distraídos diante do que nos poderá sobrevir, pois a manifestação celeste é realmente grandiosa, admirável mesmo: nada menos do que Sete Anjos traziam os Sete Flagelos, que eram os últimos da série de coisas graves — por que não dizer terríveis? — que nós, seres humanos, fomentamos pelos milênios, tais como os males causados à camada de ozônio, muito mais prejudiciais do que pode imaginar a Humanidade desatenta, principalmente os jovens, tão esperançosos no futuro; porém, em sua maioria, distraídos dos avisos do Supremo Criador de todos nós.

 

O exemplo do telhado

Para ilustrar essa realidade realmente apocalíptica, criada pelos homens e não por Deus, é como se, levianamente, tivéssemos derrubado o telhado de nossa casa e exposto a família e nós próprios às intempéries, em um clima já afetado pela irresponsabilidade de seres gananciosos. Só que o “aguaceiro” que cai do Cosmos, atravessando o telhado aberto no topo atmosférico da Terra, deixa passar coisas piores que chuva, mesmo quando ácida. Aí está algo sobre a ação dos Sete Flagelos, provocados pela nossa incúria, que reforça a validade dos alertamentos divinos contidos no Livro das Profecias Finais. Exemplo disso temos na descrição do Sétimo Flagelo, capítulo 16, versículo 21 do Apocalipse: 
“Também desabou do céu sobre os homens grande chuva de pedras que pesavam cerca de um talento; e, por causa do flagelo da saraivada, os homens blasfemaram de Deus, porquanto o seu tormento (causado pelos próprios seres humanos) era sobremodo grande”.
Temos, portanto, que — perdendo o medo do Apocalipse — serenamente desvendar suas advertências, enquanto há tempo, e criar juízo para defender nossas vidas, porque a esperança é infinita. (...)
Inspirado no Cristo, tenho afirmado: o ser humano preferencialmente cresce quando desafiado pelos problemas da existência. Por isso, também com o pensamento elevado ao Divino Educador, venho lembrando a Vocês que é nos momentos de crise que se forjam os grandes caracteres e surgem as mais poderosas nações. Quando estamos integrados em Deus, as dificuldades só nos fazem crescer. Ensinam-nos a lutar com acerto.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 


quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Independência e Novo Mandamento

Paiva Netto

 

Foi num 7 de Setembro, ano de 1959, que o jornalista e radialista Alziro Zarur (1914-1979) fez, em Campinas/SP, no Hipódromo do Bonfim, a Proclamação do Novo Mandamento de Jesus.
O dia escolhido por ele não poderia ser mais apropriado. Quando se comemora a independência política de nosso país, necessário se torna, firmado no espiritualmente revolucionário Mandamento Novo do Cristo Ecumênico, o Sublime Estadista, convidar a população também a refletir sobre os preceitos apresentados por Jesus, estrutura pela qual podemos construir um mundo novo. Por quê?! Porque o governo da Terra começa no Céu. Não parece, mas é.

 

Tratado Divino

Toda nossa labuta nas Instituições da Boa Vontade, “por um Brasil melhor e por uma Humanidade mais feliz”, fundamenta-se neste Tratado do Espiritualmente Revolucionário Novo Mandamento de Jesus, consoante o Seu Evangelho, segundo João, 13:34 e 35; 15:7, 8, 10 a 17 e 9: “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. Se permanecerdes em mim e as minhas palavras em vós permanecerem, pedi o que quiserdes, e vos será concedido. A glória de meu Pai está em que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu Amor; assim como tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no Seu Amor. Tenho-vos dito estas coisas a fim de que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja completa. O meu Mandamento é este: que vos ameis como Eu vos tenho amado. Não há maior Amor do que doar a própria Vida pelos seus amigos. E vós sereis meus amigos se fizerdes o que Eu vos mando. E Eu vos mando isto: amai-vos como Eu vos amei. Já não mais vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor. Mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto aprendi com meu Pai vos tenho dado a conhecer. Não fostes vós que me escolhestes; pelo contrário, fui Eu que vos escolhi e vos designei para que vades e deis bons frutos, de modo que o vosso fruto permaneça, a fim de que, tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome, Ele vos conceda. E isto Eu vos mando: que vos ameis como Eu vos tenho amado. Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no meu Amor”.

 

Súplica Especial

Ó Jesus, cuja misericórdia nos sustenta! É um conforto para os Teus servidores fiéis saber que Tu nos escolheste. Então, urge corresponder à Tua escolha. E ela tem sido para que sigamos pelo mundo e realizemos bons frutos, “de modo que o nosso fruto permaneça”. Que revelação importante! Enaltecedora para os fiéis, os que se conservarem desse modo – “a fim de que tudo quanto pedirdes ao Pai em meu nome (Jesus), Ele vos conceda”. Está aqui o segredo do nosso trabalho, da nossa perseverança, para que mereçamos estas palavras do Educador Celeste.
Tu disseste: “Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo” – e em seguida Tu fazes um pedido. Imaginemos nós o Supremo Governante da Terra descendo até a nossa qualidade de espírito, tão inferior à Dele, e rogando pelo nosso próprio bem-estar espiritual e físico: “Permanecei no meu Amor!”. 

 

Prece do Pai-Nosso

Agora, vamos orar a Prece Ecumênica de Jesus, a Oração do Senhor deste planeta, que se encontra no Seu Evangelho, segundo Mateus, 6:9 a 13.
Minhas Irmãs e meus Amigos, minhas Amigas e meus Irmãos, todos podem rezar o Pai-Nosso. Ele não se encontra adstrito a crença alguma, por ser uma oração universal, consoante o abrangente espírito de Caridade do Cristo Ecumênico, o Divino Estadista. Qualquer pessoa, até mesmo ateia (por que não?!), pode proferir suas palavras sem sentir-se constrangida. Não somos todos herdeiros de Deus? É o filho que se dirige ao Pai, ou é o ser humano a dialogar com a sua elevada condição de criatura vivente. Trata-se da Prece Ecumênica por excelência: 
“Pai Nosso, que estais no Céu (e em toda parte ao mesmo tempo), santificado seja o Vosso Nome. Venha a nós o Vosso Reino (de Justiça e de Verdade). Seja feita a Vossa Vontade (e humildemente dizemos: jamais a nossa vontade, visto que ainda estamos aprendendo a tê-la em plenitude) assim na Terra como no Céu. O pão nosso de cada dia dai-nos hoje (o pão transubstancial, a comida que não perece, o alimento para o Espírito, porque o pão para o corpo, iremos consegui-lo com o suor do nosso rosto). Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoarmos aos nossos ofensores. Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal, porque Vosso é o Reino, e o Poder, e a Glória para sempre. Amém”.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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terça-feira, 6 de setembro de 2016

REFLEXÃO DE BOA VONTADE
Do Novo Mandamento de Jesus à Paz

Paiva Netto

Jesus é o Pão Vivo que baixa do Alto para alimentar as criaturas humanas e espirituais, uma vez que a morte não interrompe a Vida. Ele disse: “Eu sou o Pão Vivo que desceu do Céu. Se alguém dele comer, viverá eternamente” (Evangelho do Cristo, consoante João, 6:51).
A Bíblia Sagrada, entendida e vivida em Espírito e Verdade, à luz do Novo Mandamento do Cristo Ecumênico, o Sublime Estadista, é a mesa farta em que, sob os auspícios do Amor Divino, todos dele nos podemos nutrir: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abri-la para mim, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. Ao vencedor, Eu o farei sentar-se comigo no meu trono, assim como também Eu venci e me sentei com meu Pai no Seu trono de glória. Quem tem ouvidos de ouvir ouça o que o Espírito diz às Igrejas do Senhor” (Apocalipse de Jesus, segundo João, 3:20 a 22 — Carta à Igreja em Laodiceia).
A regra perfeita para estudo e vivência, que afasta ódios e fanatismos da interpretação das Escrituras Bíblicas, é, voltamos a dizer, o Mandamento Novo do Divino Chefe, a Ordem Suprema de Deus, a Ciência Universal do Cristo: “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (Boa Nova, consoante João, 13:34 e 35, Bíblia de Jerusalém). Existem aqueles que acham, como se fora fatalismo por eles atribuído em censura aos místicos, que a guerra é indissociável do ser humano, sem que haja outra possibilidade de rápido progresso. Naturalmente, encontram-se iludidos. Talvez por enquanto lhes falte a resolução de contrapor-se a qualquer obstáculo e pugnar sem receios por tempos de fato mais pacíficos. Isso requer dose decisiva de arrojo: ir contra aquilo que certos “costumes milenares” ruinosos “decidiram” ser o caminho inarredável das massas. Mas há muitos que possuem esse destemor. Sérgio Vieira de Mello (1948-2003), diplomata brasileiro morto em missão de Paz a serviço da ONU no Iraque, foi um deles. Não afirmo que o instinto assassino vá desaparecer de uma hora para outra da face do planeta, a não ser pela manifestação de uma vontade superior à nossa: a de Deus. Apenas não aceito modelos radicais, capitulados como realismo irremovível, que paralisam a sociedade. Digamos, a fim de argumentar, que, se a guerra viesse, teríamos de enfrentá-la com toda a necessária coragem. Nada de fugir a coisa alguma. Entretanto, um dia, a Fraternidade e a Justiça mudarão para melhor o destino acidentado dos indivíduos, das famílias, das pátrias.
Quando a criatura se purifica, tudo se transforma à sua volta.

Recado Divino
Enfatizo, então, ao término desta página, Recado Divino de um Senhor sempre preocupado com o bem-estar dos povos: “Minha Paz vos deixo, minha Paz vos dou. Eu não vos dou a paz do mundo. Eu vos dou a Paz de Deus que o mundo não vos pode dar. Não se turbe o vosso coração nem se arreceie. Porque Eu estarei convosco, todos os dias, até o fim do mundo!” (Evangelho de Jesus, segundo João, 14:27 e 1; e Mateus, 28:20).
No entanto, Ele, com o sumo valor que todos conhecemos, não se permitiu largar do flagelo para repelir os vendilhões no magnífico Templo de Jerusalém (Evangelho, segundo João, 2:15).

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Solidariedade: um caminho para a Paz

 

Paiva Netto

 

A Paz desarmada jamais resultará apenas dos acordos políticos, todavia, igualmente, de uma profunda sublimação do espírito religioso. Como grandes feitos muitas vezes têm suas raízes em iniciativas simples, mas práticas e verdadeiras, de gente que, com toda a coragem, partiu da teoria para a ação, com a força da autoridade de seus atos universalmente reconhecidos, valhamo-nos deste ensinamento de Abraão Lincoln (1809-1865): "Quando pratico o Bem, sinto-me bem; quando pratico o mal, sinto-me mal. Eis a minha religião". Ora, ninguém nunca poderá chamar o velho Abe de incréu...
Dinheiro e fama podem tornar-se um pesado fardo para o ser humano. Dificilmente trazem felicidade. A não ser à medida que correspondam a benefícios promovidos em favor do coletivo. Eis um caminho para a Paz entre aqueles que tudo têm e os que necessitam de auxílio: Solidariedade.
Quando Você compreende o sentido da renúncia, aprende a amar. É nesse momento que a felicidade genuinamente se apossa do seu coração. Lição do Bhagavad-Gita: “Conhece a Paz quem esqueceu o desejo”.

Pensamento firmado na Paz — Transformações perenes com frequência surgem nos instantes de grande agitação histórica. Os tenazes crescem em tempos de refrega. Se o fizerem com o pensamento firmado na Paz, o efeito de seus esforços marcará sua passagem pela Terra com o sinete da Luz. O ilustre médico brasileiro Dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831-1900) ensinava que, “se aspiramos transmitir a Paz, se queremos elevar o coração da criatura, não podemos prescindir, em nossas vidas, de uma profunda e radical mudança na busca do fortalecimento da Fé e do entendimento dela”.

O efeito da Justiça será a Paz — Os povos geralmente conseguem sobreviver às maiores confusões que lhes atravessam o caminho. É muito boa essa teimosia, esse bom senso de tanta gente que fundamenta as suas ações na Coragem, como também no Amor, no Bem, na Solidariedade, na Fraternidade e na Razão esclarecida pelo raciocínio iluminado por Deus. No entanto, nunca no fanatismo.
Tamanho denodo é que tem feito a Humanidade subsistir a tanta loucura. A seguinte lição de Isaías, no seu livro do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada (32:17), referenda essa realidade quando afirma: “O efeito da Justiça será Paz, e o fruto da Justiça, repouso e segurança para sempre”.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 


quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Tempo de repensar no divã

Paiva Netto

 

Em 1o de setembro de 2011, lancei o livro Jesus, o Profeta Divino, durante a 15a edição da Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, no Riocentro. Para meu regozijo, esse trabalho ficou entre os mais vendidos dessa grande festa da cultura brasileira.
Trata-se do quarto volume da série de palestras “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”, a qual proferi no rádio e na TV.
Jesus, o Profeta Divino é mais uma contribuição aos que discutem seriamente o tema profético acerca do Fim dos Tempos.
O Cristo, os profetas bíblicos, os vates das religiões e muitos pesquisadores, crentes ou ateus, cada um a seu modo, falam sobre ou analisam a possibilidade de uma grande mudança ou monumental reforma em tudo o que conhecemos como sociedade e aspecto físico deste orbe.
Apresento nesse estudo, despretensiosamente, elementos dessas transformações. Elas se realizarão, creiamos nós ou não creiamos nelas? Quando?! 2012?!*1, 2057?!, 2060?!, 3797?! Num futuro mais distante?! Quem o sabe acertadamente?... Deixo o remate porém à reflexão dos estimados leitores.
Querem matar sem sustos as suas dúvidas? Como incentivo, recordo-lhes esta passagem do Apocalipse, 1:3: “Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia deste Livro e guardam as coisas nele escritas, pois o tempo está próximo”.
O que significa esse próximo?
Verifiquem as explicações no capítulo “A questão espiritual do tempo”, constante de Jesus, o Profeta Divino, a partir da página 247, bem como nos outros volumes de “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”: As Profecias sem Mistério, Somos todos Profetas, Apocalipse sem Medo e Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade.
O Tempo das grandes mudanças, no entanto, está em pleno curso. Elas são irreversíveis, desde as simples às mais complexas.
Quanto à Terceira Guerra Mundial, Alziro Zarur (1914-1979) dizia ser ela inevitável e que “o último Armagedom apocalíptico terá origem espiritual e não puramente econômica”.
Muitos estremecem ante a perspectiva da escassez e do alto preço dos alimentos; da falta de água potável; do fim do petróleo; da explosão populacional; do aquecimento global; do ferimento da camada de ozônio; do inominável aborto, do qual tantos não percebem a gravidade, razão por que me sinto compelido a fraternalmente alertá-los*2; do covarde bullying; do lamentável consumo cada vez maior de bebidas alcoólicas por adolescentes; da tragédia das drogas a ceifar tantas vidas, consumindo a mocidade*3 e trazendo desesperação às famílias; do sexo desvairado e inconsequente; das repulsivas pedofilia e efebofilia; da forte queda da umidade relativa do ar, afetando garganta, narinas, olhos, cabeça — os pais das crianças que o digam... —, entre outras ameaças.
Ainda sobre as diversas datas que assinalam “o fim do mundo”, o planeta Terra sempre restará, porque a idade de sua extinção é muito longínqua em termos humanos*4. Entretanto, existem épocas em que ocorrem transformações mais profundas que em outras. Por exemplo, em 2001, a queda das Torres Gêmeas do World Trade Center, em Nova York (EUA), pela dor, deu início a uma grande alteração no orbe. Mas o que está mudando e o que não está mudando?
No caso da Economia, os indicadores apontam anos difíceis. Daí ser imprescindível a enxergarmos como a mais espiritual das ciên­cias, no sentido mais amplo da Fraternidade Ecumênica. A Economia precisa descobrir o espírito altruístico.

O ser humano, com seu Espírito Eterno, é o centro da Economia Altruísta
Na entrevista que concedi, em 10 de outubro de 1981, ao meu velho amigo Paulo Rappoccio Parisi (1921-2016), jornalista italiano radicado no Brasil, reitero:
(...) O ser humano, com seu Espírito Eterno, é o centro da Economia Altruísta, a geratriz de todo o progresso. Sem ele, não há o trabalho nem o capital.
A riqueza de um país está no coração do seu povo. No entanto, nações inteiras ainda sofrem miséria. Convém lembrar que barrigas vazias e Espíritos frustrados geralmente não estão dispostos a ouvir. (...)
Numa época em que pelo avanço da tecnologia as expectativas de produção ficam ultrapassadas, a fome é real­mente um escândalo! Não somente a do corpo, como também a de conhecimento, isto é, Educação espiritualizada, sem a qual nenhum povo é forte. Anacronicamente, nunca o mundo conheceu, por um lado, tanta fartura e, por outro, tanta penúria. Está faltando Solidariedade à Economia. Até que o último dos seus filhos tenha as condições mínimas para uma vida digna, país algum será independente, mas apenas escravo das limitações que a si mesmo se impõe. Os impedimentos de ordem interna são mais prejudiciais ao progresso de sua gente que os de ordem externa (...). Se um povo não se prepara, como vencerá?

 

Profundas reformas

Vejam o que ocorre no campo econômico-financeiro, por consequência social, a partir da mais potente nação da Terra na atualidade, os Estados Unidos, sem falar na Europa. O capitalismo está se repensando no divã, pelo qual ainda passa o socialismo.
Zarur costumava declarar, há mais de cinquenta anos, que o poder se tornaria fluídico nas mãos dos poderosos e, assim, escaparia entre os dedos deles.
Hoje, século 21, os Estados nacionais flagrantemente não têm mais a força de outrora. Poder-se-ia afirmar que “o mundo está à beira de um precipício”. Mas isso é um velho chavão. Todavia, certos conceitos vão mudar de forma profunda. Aliás, já estão sendo revistos.
Vivemos tempos de crise, e esta sempre implica alguma transformação, no decorrer dela ou em seguida. Diante dessa conjuntura terráquea e espiritual, é mais que urgente que estudemos as previsões de Jesus, o Profeta Divino. Para isso, criei a série “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”.
Inverno de 2011
Hemisfério Sul

Notas dos editores
*1 2012 — Sobre a previsão do Calendário Maia para o ano de 2012, leia a análise do mestre em astrologia Ricardo Lindemann, na página 190 do livro Jesus, o Profeta Divino.
*2 Leia sobre o tema no capítulo “Pela Vida”, na página 351, da mesma obra.
Nota do autor
*3 Apocalipse, 8:7  “O primeiro Anjo tocou a trombeta, e houve saraiva e fogo de mistura com sangue, e foram atirados à terra. Foi, então, queimada a terça parte da terra, e das árvores, e também toda grama verde”, cuja interpretação, para muita gente, significa a juventude, e já há algum tempo pode-se incluir as crianças nisso. Basta acompanhar os noticiários.
*4 Leia “Sempre haverá sobreviventes”, na página 175, também de Jesus, o Profeta Divino.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com