sábado, 29 de abril de 2017

Reflexão de Boa Vontade — Por Paiva Netto*


Sem Fraternidade Ecumênica, não há planeta

A Legião da Boa Vontade, LBV, que integra o Conselho Econômico e Social (Ecosoc) das Nações Unidas desde 1999, com status consultivo geral, apresentou em julho de 2013, no Escritório da ONU em Genebra, Suíça, suas recomendações aos chefes de Estado e de Governo, representantes das agências internacionais, do setor privado e da sociedade civil presentes na Reunião de Alto Nível do órgão, que discutiu “Ciência, Tecnologia e Inovação, e o potencial da cultura na promoção do desenvolvimento sustentável”.
Do documento que preparei especialmente para a ocasião, publicado na revista BOA VONTADE Desenvolvimento Sustentável, em espanhol, francês, inglês e português, trago-lhes mais alguns trechos:
Sempre defendi e fiz constar em artigos, na imprensa e na internet: não há limites para a solidária expansão do Capital de Deus, isto é, o ser humano com o seu Espírito Eterno.
Portanto, a melhor tecnologia a ser desenvolvida nestes tempos de globalização desenfreada é a do conhecimento de nós mesmos. É superior a qualquer descoberta tecnológica, pois tem o poder de impedir que o indivíduo (informatizado ou não) caia de vez no sofrimento por ter desabado na barbárie mais completa.
Sem o sentido de Fraternidade Ecumênica, acabaríamos com o planeta, mantendo nossos cérebros brilhantes, mas os corações opacos. A almejada reforma da sociedade não virá em sua plenitude se o Espírito do cidadão (ou cidadã) não for levado em alta conta. (...) O mundo precisa de progresso, sim e sempre, que lhe dê pão e estudo; todavia, necessita igualmente do indispensável alimento do Amor e, por conseguinte, do respeito.
A Solidariedade, a Generosidade e a Fraternidade são justamente combustíveis que motivam a ação diligente de todos os atores sociais idealistas da comunidade internacional.

 

Paz e entendimento entre os povos

Se a tecnologia, pois, supera barreiras humanas — a internet é um exemplo disso —, é fundamental que a Solidariedade se desenvolva à sua frente, a fim de iluminar-lhe os caminhos. Nunca estivemos em momento mais auspicioso para demonstrar quão potencialmente grandes são as possibilidades de usá-la a serviço dos povos.
Que sob a invocação de Ciência, Tecnologia, Inovação e Cultura, sem prescindir de exaltado espírito de solidariedade humana, possamos (...) abraçar, juntos, uma agenda de realizações pautada no entendimento comum que os membros da ONU, desde a sua fundação, perseguem, assim como as Mulheres, os Homens, os Jovens, as Crianças e os Espíritos de real Boa Vontade.

 

O dogma da Fraternidade

Em Epístola Constitucional do Terceiro Milênio (1988), escrevi: Haverá um tempo majestoso em que o ser humano só aceitará um dogma: o da Fraternidade sem fronteiras.

* José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Espírito e laboratório

Paiva Netto


No artigo de hoje, comentaremos acerca da tese do médico norte-americano Stuart Hameroff e do físico britânico sir Roger Penrose segundo a qual a existência da Alma pode ser comprovada cientificamente. Tomando por base uma teoria de 1996, sugerem que o cérebro seria uma máquina biológica, com 100 bilhões de neurônios, funcionando como rede de informação.
Entrevistados pelo jornal inglês Daily Mail, os pesquisadores explicaram a teoria quântica da consciência, pela qual as Almas estariam contidas em estruturas denominadas microtúbulos, localizadas, por sua vez, nas células cerebrais. A gravidade quântica nesses microtúbulos é, na opinião deles, a responsável pelas experiências da consciência.
Exemplifica o dr. Hameroff: “Vamos dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir, os microtúbulos percam seu estado quântico. A informação quântica dentro dos microtúbulos não é destruída. Ela não pode ser destruída; simplesmente, é distribuída e dissipada pelo universo. (...) Se o paciente é ressuscitado, esta informação quântica pode voltar para os microtúbulos, e ele passa por uma EQM (experiência de quase-morte)”.

O Espírito e a Mente
Ainda são teorias.
Mas observamos crescente interesse sobre o tema, cujo campo de pesquisa é muito vasto. Todavia, necessário se faz ressaltar que o Espírito ou a Alma não se resume a uma projeção da mente carnal, o raciocínio material. Trata-se de essência eterna e inteligente que, enquanto ligada ao corpo — por um fio luminoso que se desprende por efeito da morte —, anima a vida como a conhecemos no mundo. Salomão, o governante sábio, em Eclesiastes, 12:6 e 7, fala-nos desse “fio de prata”, que, ao se romper, leva o pó (corpo) de volta à terra de onde veio, e o Espírito retorna a Deus, que o concedeu. Na verdade, como há décadas dizemos, o Espírito não é simples projeção da mente.

A Ciência chegará ao Espírito

Escrevendo no Jornal de Brasília, em 20/6/1991, afirmei que tempo há de vir em que o Espírito será claramente levado por todos em consideração. A Ciência está chegando até ele: o que a Religião intui a Ciência um dia comprovará em laboratório. (Bem que, na área científica, como tantas vezes já afirmei, não pode haver convicções pétreas nem negações sem remissão.) Ciência sem Religião pode tornar-se secura de Alma. Religião sem Ciência pode descambar para o fanatismo. Por isso, na época ideal que todos desejamos ver surgir no horizonte da História, a Ciência (Cérebro, Mente), iluminada pelo Amor (Religião, Coração Fraterno), elevará o ser humano à conquista da Verdade. Assim como houve acelerado progresso material neste século 20 (estávamos em 1991) — rapidamente passamos da carroça para o foguete interplanetário —, ocorrerá o mesmo no campo do sentimento (Espírito), de modo que se estabeleça um mundo mais apreciável. Conforme dizia o poeta e jornalista Alziro Zarur (1914-1979): “Atingir o equilíbrio é a meta suprema. O Bem nunca será vencido pelo mal”. Tal equilíbrio virá quando a criatura, pelo Amor ou pela Dor, compreender que é preciso aliar à inteligência do cérebro a do coração. De qualquer forma a Humanidade evolui sempre... Ou será que, materialmente falando, estamos ainda nos tempos das cavernas?!... Evidente que não! O mesmo se dará no campo moral-espiritual, e creio que mais pelo efeito da Mestra Dor, que, por sinal, é a libertação da Alma.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 


terça-feira, 25 de abril de 2017

Reflexão de Boa Vontade — Por Paiva Netto*

Fé e Boas Obras


A respeito de Boas Obras aliadas à Fé, a qual defini como Fé Realizante, destaco-lhes o que afirmei em uma palestra radiofônica, proferida numa quarta-feira, 30 de dezembro de 1992: a Fé somente não pode satisfazer (de modo pleno) a Lei Divina, pois tem de produzir resultados benéficos para a Humanidade. Por exemplo, a consequência da Fé deve ser o bom relacionamento entre as criaturas. Assim, independentemente da tradição religiosa que professamos ou não, construiremos juntos, por meio de Boas Obras, um mundo melhor para todos. E isso, sem dúvida, é aprovado por Deus, que é Amor. Portanto, espera que Seus filhos se amem.
Ainda sobre esse assunto, vale reproduzir a página 35 do meu livro Reflexões da Alma (versão pocket):
Um dos maiores questionamentos de boa parte daqueles que desejam a salvação espiritual é “O que mais agrada a Deus?”. O grande reformador Martinho Lutero (1483-1546) tem a resposta, citada pelo professor Leônidas Boutin: “(...) ter Fé verdadeira e inabalável na Palavra de Deus, que está contida nas Sagradas Escrituras. E quem tem verdadeiramente Fé há de praticar Boas Obras, isto é, amará ao próximo, pois é impossível ter Fé sem praticar Boas Obras, que são, assim, decorrências naturais e inevitáveis dela*.
Não sem motivo, deixei claro, nas minhas pregações durante anos, que orar e vigiar são dois atos da Política de Deus, do Cristo e do Espírito Santo.

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* Citação encontrada na abertura do livro Da Liberdade Cristã, de Martinho Lutero. O professor Leônidas Boutin iniciou a tradução dessa obra em 1958, com o apoio dos reverendos pastores Heinz Soboll e Richard Wengan, da Comuna Evangélica de Curitiba/PR, Brasil.

* José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

sábado, 22 de abril de 2017

Reflexão de Boa Vontade — Por Paiva Netto*

Ecumenismo é Paz no planeta

Reflexões da Alma, título que lancei em 2008, em terras lusitanas, segue a Ideologia do Bom Samaritano, tão bem acolhida pelo ilustre povo português, acerca da qual escrevi na revista BOA VONTADE, número 197, de janeiro de 2005: ajudar o próximo e esclarecê-lo, espiritual e intelectualmente, para que saiba enfrentar os inúmeros desafios cotidianos e consiga erguer uma jornada de vitórias. E conforme elucidei em Como Vencer o Sofrimento (1990), quando o ser humano se esmera em aprimorar-se no Espírito, tudo melhora à sua volta. A saída está em educar ecumenicamente.
O Ecumenismo Divino é uma questão a ser realizada, pois o estado do mundo real infelizmente é, sob diversos aspectos, ainda este: “Mesmo que seja certa a proposta de outra criatura, se não é do meu rebanho, não interessa”. A solução, portanto, para tamanho absurdo é o Ecumenismo, do qual tanto lhes falo nas múltiplas publicações da Editora Elevação e na mídia eletrônica, destacando-se a internet. Exemplificando que a Boa Vontade é o elo de sapiência que nos une como seres espirituais e terrenos, porque a vida na Terra começa no Céu, exponho nos meus escritos e palestras o pensamento de gente dos incontáveis redis religiosos, políticos, científicos. E, universalizando, ideológicos. Esses meus Irmãos em humanidade, quando trazem em si e nos seus textos uma extensa variedade de expressões em que todos podemos, com um mínimo de Boa Vontade, encontrar-nos, demonstram, assim, que o Ecumenismo é verdadeiramente instrumento de Paz num planeta em que qualquer diletante promove a guerra. Mas “se queres a Paz, prepara-te para a Paz”, já dizia Rui Barbosa (1849-1923). Concordo com Vinicius de Moraes (1913-1980), o saudoso poetinha — como ficou conhecido o inesquecível parceiro de outro gênio da Bossa Nova, Tom Jobim (1927-1994) —, que, com sua peculiar inspiração, versejou: “Você é, ao mesmo tempo, um coração que bate e um único batimento nesse corpo chamado humanidade”.

* José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.



domingo, 16 de abril de 2017

Morte e Ressurreição

Paiva Netto

Pelos milênios, a celebração da Semana Santa demonstra-nos o inigualável suplício vivenciado por Jesus, o Cristo Ecumênico, o Celeste Estadista, na Sua dedicação extremada em prol da Humanidade, como no drama do Getsêmani. Sendo Espírito sem mácula, o Ungido de Deus voluntariamente carregou nossos erros sobre Seus ombros, a fim de nos livrar da ignorância que origina a Dor.
Pouco antes de ser preso pelos beleguins do poder da época, de conformidade com a narrativa de Lucas (22:39 a 46), o Divino Crucificado reitera para todos nós:

 

Jesus no Getsêmani

“E, saindo, foi, como costumava, para o Monte das Oliveiras; e também os Seus discípulos O seguiram. E, quando Jesus chegou àquele lugar, disse-lhes: Orai, para que não entreis em tentação! E apartou-se deles cerca de um tiro de pedra; e, pondo-se de joelhos, orava, dizendo: Pai, se queres, afasta de mim este cálice; todavia, não se faça a minha vontade, mas a Tua.
Então, Lhe apareceu um Anjo do Céu, que O confortava. E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o Seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra.
“Levantando-se da oração, foi ter com os discípulos e os achou como que dormindo de tristeza. E disse-lhes: Por que estais dormindo? Levantai-vos, e orai, para que não entreis em tentação”.

 

Jesus, o Senhor do Apocalipse, o Pão que desceu do Céu, doa a Sua própria vida

De que modo o ser humano pode manter-se acordado dignamente, perante Jesus e a Sua Política Eterna, a ponto de compreender o significado divino da Dor, que fez com que Deus O abençoasse com Poder e Autoridade? Alimentando-se do Pão que desceu do Céu, porquanto, antes da definitiva reforma social, necessário se faz realizar a do Espírito, mas com Amor, Fraternidade, Solidariedade e Generosidade. Afinal, as palavras e os exemplos do Sublime Ser, que derramou Seu sangue para o nosso resgate, constituem esse alimento eterno, consoante lemos nas Escrituras:
I —“Eu sou o Pão Vivo que desceu do Céu. Se alguém comer desse Pão, viverá eternamente" (Evangelho de Jesus, segundo João, 6:51); e
II — “(...) pelo Seu sangue [Jesus] nos libertou dos nossos pecados” (Apocalipse, 1:5).

 

Não há Política sem Amor Solidário

Como?! É o seguinte: dizer que Jesus nos libertou dos nossos pecados significa asseverar também que o Divino Mestre nos deixou um roteiro doutrinário excelente para nossa vitória. Ao seguirmos esse Sagrado Estatuto com verdadeiro espírito de Caridade e de Justiça, nos transformaremos no esteio de nossos semelhantes na Terra. Porquanto não há pecado maior do que a ausência de Amor solidário para com os cidadãos (ou cidadãs) de cada país.

E nós ressuscitamos com Ele
Prossigamos, pois, aprendendo com Jesus que, superando os dramas do Getsêmani e do Gólgota, ressuscitou dentre os mortos para conforto e esclarecimento dos corações terrenos. E repetiremos, então, o que bradamos em 1997, no Rio de Janeiro/RJ, no dia 31 de dezembro, na passagem do ano-novo: Jesus ressuscitou, e nós, com Ele. Graças a Deus!
A morte é apenas a abertura de novas experiências de vida. Todavia, que ninguém considere o violento ato do suicídio e suas trágicas consequências como uma escolha libertadora. Tudo, até a morte, tem leis disciplinantes.
Esses e outros modestos comentários fazem parte de meu livro Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade (2014), que, para meu gáudio, tem comovido muitos corações.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

terça-feira, 11 de abril de 2017

Bezerra, nobre amigo

Paiva Netto

Cento e dezessete anos! É o tempo de permanência na Pátria Espiritual que o ilustre dr. Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti (1831-1900) completa em 11 de abril.
Nascido em Riacho do Sangue/CE, teve uma brilhante atuação na política do Brasil Império, no século 19. Residindo no Rio de Janeiro/RJ desde os 20 anos, destacou-se como médico, militar, jornalista e escritor. Dotado de alto espírito altruísta, era chamado de o Médico dos Pobres.
Sempre disposto e dedicado a amenizar o sofrimento das criaturas, ele prossegue seu apostolado de Fé e Caridade no Mundo Invisível e na Terra, demonstrando que a morte não cessa a ação dos justos. Numa de suas manifestações espirituais, por intermédio do sensitivo Chico Periotto, falou-nos da certeza dessa colaboração: "Não tenho como retirar a cruz de ninguém, mas, para ajudar a carregá-la, contem comigo! Ajudar a conduzir essa cruz que nos leva a caminhos gloriosos da Eternidade. Vitoriosos!".
Dr. Bezerra, receba a saudação dos seus amigos da Terra.

 

Educação no mais puro sentido

Em qualquer tempo ou lugar, devem-se investir os melhores esforços nas providências que protejam e eduquem nossas crianças no Bem. Trata-se de uma ação santificada, nos dias atuais e no porvir.
Grato ao jornalista Mário Motta, de Florianópolis/SC, que destacou a realização do Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus, da LBV. Nosso amigo, que é apresentador da RBS TV, assim se refere a esses eventos realizados todos os anos, cuja última edição (a décima quinta) ocorreu em 25 de março: "O fato me faz voltar à infância, vivida há mais de meio século, no interior de São Paulo. Eu fui Soldadinho de Deus quando o fundador da LBV, Alziro Zarur [1914-1979], ainda comandava a Instituição. E muito dos princípios éticos e dos valores que trago até hoje aprendi lendo uma revistinha produzida com esse nome [Soldadinhos de Deus] e distribuída por todo o Brasil. Educação no seu mais puro sentido. Ainda bem que o movimento continua firme".

 

Educando na Fé

Agradeço também a Valdemir Antonio Camargo, jornalista responsável do Jornal União, de Londrina/PR, e a todos os seus colaboradores, que vem apresentando artigos meus em coluna denominada "Educando na Fé". É um título que realmente fala por si, pois o que nos sustenta é a certeza, a Fé Realizante, certos de que podemos, juntos, construir um futuro em que a Paz e a felicidade reinem em todos os lares. A Educação com as reconhecidas qualidades do ensino intelectual e espiritual é a base desse ousado empreendimento.
Profeta Samuel, em seu primeiro livro, 7:12, nos conforta, dizendo que "até aqui nos trouxe Deus!". E o Pai Celeste, por meio do auxílio e da solidariedade de tanta gente cordial, muito mais adiante nos levará.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

sábado, 8 de abril de 2017

Brasil, berço da esperança


Paiva Netto

O Brasil é o berço de esperança de uma sociedade em que, a despeito de todos os dissabores, será possível viver em Paz consigo mesmo e com o próximo. Trata-se de terra generosa, em que a Solidariedade assumirá o papel de garantir o ensejo de uma vida próspera para todos, como descreveu o filósofo e sociólogo italiano Pietro Ubaldi (1886-1972): “A grande qualidade do Brasil, o que estabelece sua função vital, é o sentimento, o coração. Nesta terra estão as raízes daquela expansividade de afetos, que é a qualidade humana que, mais tarde, evoluindo, será a mais apta a sublimar-se no amor evangélico”.
Ainda teremos uma pátria em que cada um se sentirá incluído no significado maior da existência humana e cidadã: louvar o Criador enquanto serve à criatura, porque esta particulariza o sagrado altar no qual Ele deve ser adorado. Não há outra forma de engrandecer a Divindade, que é Amor, aliando Fé à Ação, construindo uma Política que tenha o bem-estar do povo, a ter início no elevado ensino para a sua Alma, como meta. É um trabalho que leva tempo? É um ideal ilusório?! Grande equívoco o de quem pensa assim. Há bastante tempo, Jean-Baptiste Descuret (1795-1872) demonstrou que "muito se engana quem acredita poder afirmar que a paciência é a força dos fracos, pois é preciso ser muito forte e moderado para tê-la em qualquer ocasião". (...) Há leitores ateus que me honram com sua cortesia às minhas modestas considerações. A eles, com humildade, digo que, no tocante a Deus, pode ser entendido como Fraternidade e Solidariedade, a melhor maneira de viver como povo. (...) O Brasil realmente será o Coração do Mundo e a Pátria do Evangelho-Apocalipse, apesar de todos os que ainda querem espalhar frustração por onde a Esperança persevera. Ensinou Jesus: "O que não é possível ao homem para Deus é sempre possível" (Boa Nova, segundo Mateus, 19:26).

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

sábado, 1 de abril de 2017

Aqui se estuda. Formam-se Cérebro e Coração

Paiva Netto

Num clima de muita alegria, tive a honra de comandar, em 4 de julho de 2009, a sessão solene de encerramento do 34o Fórum Internacional da Juventude Ecumênica da Boa Vontade, cujo tema foi inspirado no meu artigo “É urgente reeducar!”. Esse documento, também editorial da revista Sociedade Solidária, foi encaminhado pela LBV à Organização das Nações Unidas, ONU, em vários idiomas.
Durante o Fórum — transmitido pela Super Rede Boa Vontade de Comunicação (rádio, TV e internet) —, apresentei trechos de outra página minha, constante do livro O Capital de Deus. Atendendo a pedidos, trago alguns apontamentos que fiz naquele dia memorável:
O Espírito do ser humano, na Terra, é, no campo social, o começo de tudo. Não se pode modificá-lo por decreto.
É claro que as leis que promovem educação, saúde, alimentação, emprego, portanto condições melhores de vida, vão dar resultado, se bem estruturadas, regulamentadas e respeitadas. Contudo, não se transforma realmente uma pessoa por pura e simples imposição.
Trata-se de largo trabalho que deve, além de instruir e educar, principalmente reeducar, o que significa dizer: iluminar a instrução comum com o luzeiro da Espiritualidade Ecumênica. A cultura humana, por milênios de progresso intelectual, tem se firmado em termos gerais na falsa perspectiva de que as criaturas podem por inteiro realizar-se pelos bens materiais ou circunstâncias fora delas próprias. Torna-se imprescindível grande força de vontade individual e disciplina interior para romper a ignorância e perceber que a maior e mais completa de todas as riquezas, que é o Reino de Deus, “está dentro de nós” (Evangelho de Jesus, segundo Lucas, 17:21).
Conforta-nos o conhecimento de que o Universo é dotado de sábio mecanismo para nos resgatar dos pesadelos terrenos, desde que estejamos, de fato, decididos a deixá-los para trás. Antigo ditado oriental ensina que, “quando o discípulo está pronto, o mestre aparece”. E Albert Einstein (1879-1955) define: “Deus é sutil, mas não é maldoso”.
Insisto que não se trata apenas de ampliar os horizontes culturais do educando, o que é necessário, mas não é tudo. Em geral, quando se fala em cultura neste mundo, resume-se somente ao intelecto, e não é o suficiente. No Conjunto Educacional Boa Vontade em São Paulo e em suas escolas no país, encontra-se, em destaque, logo na entrada: Aqui se estuda. Formam-se Cérebro e Coração.

Luz e sabedoria espiritual

Aquele que experimenta, um pouco que seja, dos cenários divinos que habitam sua Alma não mais se conforma com as recompensas superficiais e efêmeras do egoísmo. Ao contrário, lutará incessantemente para despir-se das ilusões de seu ego, a fim de trajar-se com o cintilante tecido do Amor e da Justiça universais. Essa metamorfose espontânea do indivíduo — descoberta da verdadeira identidade espiritual — é fórmula segura e duradoura para a almejada reforma da sociedade, que não virá em sua plenitude se o Espírito do cidadão (ou cidadã) não for levado em alta conta.
O Novo Céu da consciência de cada um, gerando a Nova Terra da harmonia e do respeito entre todos, na Religião, na Política, na Ciência, no Esporte, na Arte, na Economia, na vida doméstica e na vida pública, e assim por diante, é instaurar no planeta a civilização que o Divino Estadista aguarda de nós.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.