segunda-feira, 26 de junho de 2017

Vítimas inocentes

Paiva Netto

O Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão (4 de junho), instituído pelas Nações Unidas em 19 de agosto de 1982, teve inicialmente o propósito de chamar a atenção para o drama dos milhões de pequeninos que sofrem os efeitos da guerra, muita vez perdendo suas vidas.
Os cidadãos de bem, em toda parte, não podem ficar surdos aos gritos de dor desses inocentes. Trata-se de patrimônio humano, garantia de futuro — que desejamos mais feliz — da civilização.
Mas o despertar da sociedade deve abranger igualmente as crianças que padecem de agressão nos próprios lares, nas escolas, nas ruas, mesmo em países não considerados campos de guerra declarada, e as sacrificadas pelo horrendo tráfico de órgãos, ou, ainda antes de nascerem, pelo procedimento criminoso do aborto.
O psicólogo dr. Pedro Lagatta, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP), em entrevista ao programa Viver é Melhor, da Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV — Canal 196), expôs aos telespectadores várias faces da violência que acomete as crianças, sejam elas físicas ou emocionais; incluídos aí o execrável abuso sexual e o perverso bullying. Tudo isso com consequências dolorosas e duradouras.
Trago-lhes hoje esclarecimento importante do dr. Lagatta, em que ele procura estabelecer um diferencial em torno da polêmica e famosa palmada, ainda em uso por muitos pais na educação dos filhos. "Palmada é um termo bem ruim; é um eufemismo que tenta de alguma maneira esconder o que acontece realmente nas casas. Quando a gente fala que as crianças apanham de chinelo e objetos duros, o que acontece é um sistemático espancamento. Palmada parece que os pais só vão lá e dão umas palmadinhas para fazer a criança parar de chorar, mas muitas vezes não se trata disso, se trata da autorização para a violência, uma violência séria".
O tema merece de pais e educadores vigilância constante quanto aos limites que devem ser absolutamente respeitados. Corrigir não significa agredir. É o que defende a Pedagogia do Afeto, que desenvolvemos na rede de ensino da LBV.
A sabedoria popular ilustra bem ao comparar as crianças com a argila, pronta para ser moldada. Ora, os melhores jarros, as mais belas cerâmicas carecem de cuidados específicos em sua confecção. Se o oleiro não souber unir disciplina e carinho, o trabalho apresentará defeitos indesejáveis.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 


sexta-feira, 23 de junho de 2017

Vencendo as diferenças

Paiva Netto

O dia 25 de junho marca a adoção pela ONU (Organização das Nações Unidas) da Declaração e Programa de Ação de Viena (1993). Consta lá, entre seus 100 tópicos, que “a Conferência Mundial sobre Direitos Humanos considera a educação, o treinamento e a informação pública na área dos direitos humanos elementos essenciais para promover e estabelecer relações estáveis e harmoniosas entre as comunidades e para fomentar o entendimento mútuo, a tolerância e a paz”.
Sabemos que muito falta fazer para vermos todos os objetivos desse memorável documento integralmente cumpridos. Daí meu empenho de sempre apresentar também nossa modesta colaboração.
Aliás, no tocante ao entendimento geral de povos e nações, como escrevi em meu livro Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987) e anteriormente no Jornal da LBV (janeiro de 1984): (...) quando falamos na união de todos pelo bem de todos, alguns podem atemorizar-se, pensando em capitulação de seus pontos de vista na enfadonha planura de uma aliança despersonalizada, o automatismo humano deplorável. Não é nada disso. Na Democracia, todos têm o dever (muito mais que o direito) de — honestamente (quesito básico) e com espírito de tolerância — enunciar seus ideais, sua maneira de ver as coisas. Entretanto, ninguém tem o direito de odiar a pretexto de pensar diferente, nem de viver intimidado pela mesma razão. Dizia Gandhi (1869-1948) que “divergência de opinião não é motivo para hostilidade”. E foi por nisso acreditar que, com certeza, o Mahatma se tornou o personagem principal da independência do seu povo.
É ainda do sábio indiano esta notável afirmativa, quanto à necessidade de se fomentar a Cultura de Paz nos corações para vencer as animosidades entre os diferentes: “Que seus pensamentos sejam positivos porque eles se transformarão em palavras. Que suas palavras sejam positivas porque elas se transformarão em ações. Que suas ações sejam positivas porque elas se transformarão em valores. Que seus valores sejam positivos porque eles determinarão seu destino.

 

Mesmo que diferentes

Destino traz à mente o fulgor das crianças nas quais pensamos, ao nos empenharmos em levar-lhes uma cultura de Paz por meio da educação básica aliada ao afeto. E lhes apresento o resultado desse esforço, quando benfeito, nas palavras, na ocasião, de um Soldadinho de Deus (carinhosa maneira de nos referirmos às crianças, na LBV), que vinha crescendo sob as asas da Pedagogia do Afeto, bandeira de vanguarda de nossa lide legionária. Letícia Tonin tinha 7 anos quando disse: “O Amor é maior do que tudo, mesmo que as pessoas sejam diferentes”.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 


terça-feira, 20 de junho de 2017

Não temos outra morada física senão a Terra

Paiva Netto

Andamos alegremente esquecidos de que somos criaturas dependentes da Mãe Natureza; portanto, devemos cuidar muito bem dela. Quanto às Profecias Bíblicas, a exemplo do Sermão Profético de Jesus (Evangelho, segundo Mateus, capítulo 24) e do Apocalipse, não são para apavorar. Pelo contrário, servem de aviso milenário. Assustador é o que faz o ser humano. As predições são alertamentos de Deus a respeito deste fato: se prosseguirmos como vamos indo, usando mal o nosso livre-arbítrio, as consequências serão tais, tais e tais. As admoestações dos Profetas, pois, não são para atemorizar ou mesmo “visões” de quaisquer doidivanas. Na verdade, debiloide é a ação de gente considerada prática, e que de prática não tem nada, mas, sim, de gananciosa e suicida, porquanto não temos outra morada a não ser este sofrido planeta, cuja paciência vai-se flagrantemente esgotando. Razão por que Jesus, o Profeta Divino, no Seu Evangelho, consoante Mateus, 24:21, diz, ao se referir à Grande Tribulação, que esta será como nunca vista, desde a fundação do mundo, nem jamais se repetirá. Tal fato de tamanha envergadura não se deu na Terra ainda. Pelo menos no período em que nós, seres humanos, passamos a habitar sobre a sua face. E aqui a transcrição do versículo 22: “Se Deus não abreviasse aqueles dias, nem os escolhidos seriam salvos”.

“Último Armagedom”
Afirmo sempre: sem o Novo Mandamento de Jesus, que Alziro Zarur (1914-1979) apresentava como Chave da Vida e Chave da Morte, até as Divinas Leis, no coração dos que não sabem amar por não conhecerem e não cumprirem o Mandamento do Senhor da Terra, podem ser usadas como ferramentas de tirania. Porquanto, infelizmente muita vez o ser humano rebaixa as grandes ideias às suas restritíssimas capacidades de entendimento diante do infinito dos Universos. Perde o seu tempo, atrasa a sua evolução espiritual, porque a Lei de Deus não vai se perturbar por causa da ação mesquinha do homem.
Finalizo com estas confortadoras palavras deixadas por Alziro Zarur: “O último Armagedom passará, como passarão todas as guerras, todos os sectarismos, os ódios, as doenças, as baixezas e todos os horrores da vida e da morte. E vocês verão um novo Céu e uma nova Terra. Formarão — diante de Deus — um só Rebanho para um só Pastor, serão as ovelhas escolhidas pela Boa Vontade, assinaladas pelo Novo Mandamento do Cristo, o Amor eterno, sem divisionismo e sem farisaísmo, o Amor sem fim, que vem de Deus para os filhos que O amam, amando a terra e amando o céu”.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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sábado, 17 de junho de 2017

Quem tem ideal não envelhece

Paiva Netto

Achei, nos meus alfarrábios, texto que publiquei, em 3 de maio de 1987, na Folha de S. Paulo, dedicado à Melhor Idade:
Na Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo procuramos sempre aliar a energia dadivosa dos mais novos ao patrimônio da experiência dos mais idosos. E isto se consegue pela influência do Amor Fraterno, que não é velho nem novo; é eterno porque é Deus. O Pai Celestial é Amor, consoante definiu João, em sua Primeira Epístola, 4:8. E completava Zarur“E nada existe fora desse Amor”. Por isso, quem tem ideal não envelhece. O corpo pode baquear. Mas o Espírito está sempre alerta. Jovem é aquele que não perdeu o Ideal no Bem.
Que é novo, que é o antigo, afinal? Nada! Immanuel Kant (1724-1804), o grande filósofo alemão, autor de Crítica da Razão Pura, afirmava, mutatis mutandis, que o tempo é a grande mentira dos homens. Portanto, acima de tempo-espaço e seus limites. Real é a Vida, que é eterna.
Sidónio Muralha, poeta português que se radicou no Brasil, onde viveu até o seu falecimento em 1982, louvou essa eternidade do valor intemporal no seu belíssimo “Cântico à Velhice”: “(...) É este o cântico/ Dedicado ao que chamam/de velhice/ que é a infância/ lançada mais longe,/ onde o horizonte/ se rasga e alarga (...)”
A composição poética, a recebemos de Dona Helen Anne Butler Muralha, esposa do saudoso poeta, que gentilmente também nos cedeu a foto do casal. Vamos, então, ao esforço bem-sucedido de Muralha, por desmistificar o tempo, esse fantasma que atormenta o homem-ser-restrito, até que um dia ele perceba que, na verdade, é Espírito Eterno, pairando acima de todos os grilhões da carne perecível.  

 

“Cântico à Velhice”

“Minha velha Portuguesa/ com o teu rosto marcado,/ mas sem medo da vida/ (e ainda menos da morte),/ atira o teu cajado contra o tempo/ que passa e não tem presente,/ porque na segunda sílaba do  presente/ já passou a ser passado.
“Atira teu cajado, companheira,/ contra esse tempo efémero/ que não consegue apagar-nos.
“Nós corremos no sangue/ das novas gerações/ e os velhos são as crianças/ do futuro, /as primaveras que vieram dos invernos,/ as flores que rebentam,/ que explodem da terra,/ como tu,/ minha querida portuguesa,/ que em cada ruga que tens/ existe um poema escrito/ tão grande e tão profundo/ que é um cântico à velhice.
“Sim, um cântico sem fronteiras,/ porque os velhos/ têm asas imensas/ que voam no sentido contrário,/ desafiando o espaço/ como quem roça o mar,/ mergulha para sempre/ mas deixa, perto do sol,/ uma mensagem salgada.
“Velha portuguesa/ feita de oceano/ como todos nós,/ que somos navios,/ barcos, canoas,/ remos e lemos,/ quilhas,/ algas e maresia,/ mastros de audácia/ que derrotam tempestades,/ caravelas, descobertas,/ velha portuguesa/ descobre que o tempo/ tem medo do teu cajado/ e desanca as horas,/ e desaba as horas,/ e desaba os relógios/ que são acidentes/indecentemente formais.
“É este o cântico/ dedicado ao que chamam/ de velhice/ que é a infância/ lançada mais longe,/ onde o horizonte/se rasga e alarga.
“Não esqueças, portuguesa amiga,/ de vergastares o tempo/com o teu cajado.”   

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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quarta-feira, 14 de junho de 2017

Parece que foi ontem...

Paiva Netto

Estou comemorando 61 anos de trabalho na LBV. Amanhecia 29 de junho de 1956 – Dia de São Pedro e São Paulo. Nasci no Rio de Janeiro. Com 15 anos, num gesto intuitivo, liguei o rádio. Estava no ar a Tamoio. Vivíamos os festejos juninos. Surpreso, ouvi os acordes de Noite Feliz! em tempo ainda distante do Natal. E logo vibrou a palavra de Alziro Zarur (1914-1979). Esse fato mudou a minha vida, tal qual a de tantos outros que aguardavam algo que lhes falasse o que precisavam ouvir a respeito de Quem, no dizer de João Batista, nem somos merecedores “de limpar-Lhe o pó das sandálias”: Jesus! Zarur entoava o “Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra aos homens de Boa Vontade!” (Evangelho, segundo Lucas, 2:14). Naquela hora, como que um raio desceu sobre mim, mas não me fulminou. Pelo contrário: percebi que não sou apenas um produto da carne, posto que certa mentalidade por aí faz alguns pensarem que este mundo seja um açougue. Tenho Espírito. Não em resultado de combinações químicas cerebrais, porquanto a inteligência situa-se além do corpo, como que havendo uma mente psíquica fora do cérebro somático. (...) A partir daquele momento, o que foi despertado em mim não poderia surgir de um pedaço de matéria que um dia se transformará na rebelião famélica dos vermes. Ah! Somos alguma coisa bem superior, que sintoniza as estrelas! É essencial ter, portanto, em nós um diapasão que ressoe na grandeza de sua melodia. (...) No mesmo instante, virei-me para minha saudosa mãe, Idalina de Paiva (1913-1994), e, decidido, sentenciei: “É com esse que eu vou!”.
Aprendi nestes anos de vida legionária que ninguém faz nada sozinho. No meu 61 aniversário de trabalho nesta Obra – que luta ininterruptamente por um Brasil melhor e uma Humanidade mais feliz – compartilho também essa marca com todos os que, com suas preces e apoio às nossas iniciativas, formam a grande família da Boa Vontade de Deus. 


José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com 


segunda-feira, 12 de junho de 2017

Dia dos Namorados

Paiva Netto

Dedico aos que se amam — e os enamorados pela vida também estão incluídos — trecho de uma prece ecumênica que proferi, de improviso, na Super Rede Boa Vontade de Rádio:
Ó Jesus, cuja misericórdia nos sustenta, hoje o nosso pedido é em favor daqueles que se amam, se unem, se casam, que pela força do Amor enfrentam as dificuldades do caminho, criam seus filhos — se os têm — e avançam na direção de Deus, o Amor Supremo que liga realmente os corações dos que se amam.
Amor é medicina para a Alma. É o segredo do sucesso permanente. Amor, ensinamento de Jesus, é, nesta definição do Apóstolo Pedro (I-4:8), o poder que “cobre uma multidão de pecados”, isto é, quem age em função dele transforma seus erros e os dos demais em semente para tempos melhores; constrói a segurança que o mundo, por desfazer do Amor, não consegue realizar ainda. O segredo está em saber amar na medida deixada por Ti, Cristo Ecumênico, Divino Estadista, para todos os povos, porque o Amor derruba as fronteiras. É a maior força da Vida. É o que sustenta todas as obras de Boa Vontade. Que nos impede de claudicar. Que nos alimenta e nos dá força, afastando de nós as carências.
É ele, o Amor, que vibra nas nossas Almas, que mantém juntos os que realmente se respeitam. Por isso, se amam, e amam-se porque se respeitam. Para todos esses, sem exceção, o nosso pedido a Deus, ao Cristo e ao Espírito Santo para que se realizem no Amor eternamente.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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sexta-feira, 9 de junho de 2017

Doe vida

Paiva Netto

Não há nada mais valioso na Terra do que a existência humana. No planeta, somos os únicos seres conscientes da finitude física, embora prossigamos nossa jornada de aprendizado, no âmbito espiritual, após o fenômeno chamado morte. A partir do momento que valorizamos a vida desde o seu estágio físico, construímos, verdadeiramente, uma Sociedade Solidária Altruística Ecumênica.
A doação de sangue, aplaudível vereda que aproxima o ser humano de sua humanidade, é indispensável em favor de tantos que lutam para sobreviver.
No Brasil, em período de férias e feriados, justamente quando ocorrem mais acidentes de todo tipo, cresce a demanda por sangue e diminui o número de doadores. Um cálculo cujo saldo preocupa os hemocentros do país.

 

Déficit Nacional

Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV — Canal 196), a dra. Selma Soriano, médica hematologista e hemoterapeuta da Fundação Pró-Sangue de São Paulo, fez um apelo: “Que a população antes de tirar férias, de sair em viagem, faça a sua doação de sangue. Normalmente, a demanda de sangue em feriados aumenta em torno de 30%, e a doação cai em torno de 40%. Daí trabalharmos sempre com os estoques no limite. Desse modo, priorizamos o atendimento de urgência (...)”.
A transfusão de sangue é imprescindível não somente no socorro às vítimas de graves acidentes, de catástrofes como deslizamentos de terra, inundações etc. A dra. Selma explica: “Precisamos, e muito, de doações de sangue no tratamento de pacientes que estão em Unidade de Terapia Intensiva; para os que lutam contra o câncer que, às vezes, carecem de reposição de sangue; e para os pacientes de transplante de órgãos. No caso de doenças congênitas, temos a hemofilia. Isso sem falar nas cirurgias. Nas de grande porte, 60% delas necessitam de transfusão de sangue”.
Segundo o Ministério da Saúde, 3,7 milhões de pessoas doam sangue anualmente no Brasil. Está longe de ser o ideal, já que deveríamos ter cerca de 5,4 milhões de doadores. Para suprir esse déficit são feitas campanhas de apelo à sociedade. “Temos 1,8% da população brasileira que doa sangue, e a gente deveria estar entre 3% e 5%. Faltam componentes sanguíneos para algumas situações específicas”, revela a hematologista.

 

Minutos que salvam

Que essa ação caritativa se torne um hábito saudável e permanente, já que é algo que não exige sacrifício algum. “Entre a pessoa chegar a um banco de sangue e fazer a sua doação, ela permanece de 40 a 50 minutos no máximo. O ato em si, propriamente dito, leva apenas 7 minutos”, afirma a dra. Selma.
Inúmeros são os postos de coleta no Brasil. No site www.prosangue.sp.gov.br, você encontra vários deles e se informa quanto aos requisitos básicos para ser um doador de sangue.
Eis nosso contributo no esclarecimento geral a respeito desse importante assunto. Doar sangue, gesto que merece o devido apoio de todos, pode ser a própria salvação do ofertante amanhã.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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quarta-feira, 7 de junho de 2017

Deserto, seca, poluição...

Paiva Netto

Dezessete de junho é o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca. Vale, portanto, ressaltar recentes e alarmantes estatísticas. Uma delas vem da OMS, conforme nos informa o site da ONU-Brasil: “A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou a necessidade de reduzir as emissões de poluentes como o carbono negro, o ozônio, o metano e o dióxido de carbono, que não só contribuem para as mudanças climáticas, como também provocam mais de 7 milhões de mortes associadas à poluição do ar por ano”. E, conforme noticiou a Deutsche Welle, uma pesquisa do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica diz que os reservatórios de água no país, considerados críticos pela Agência Nacional de Águas (ANA), perderam em média 80% de sua cobertura florestal.
Ora, os danosos impactos desse verdadeiro “arboricídio” estão aí. O ar, o solo e a água diariamente escasseiam em qualidade, fertilidade e abundância.

 

Cuidado, estamos respirando a morte

Há 17 anos, em 1o de julho de 2000, a revista Manchete publicou um artigo meu que parece até que foi escrito hoje:
Atualmente, em vastas regiões da Terra, o simples ato de respirar corresponde à abreviação da vida. Sofrimentos de origem pulmonar e alérgica crescem em progressão geométrica. Hospitais e consultórios de especialistas vivem lotados com as vítimas das mais diferentes impurezas.
Abeirar-se do escapamento de um veículo é suicídio, tal a adulteração de combustível vigente por aí. Isso sem citar os motores desregulados...

 

Cidades assassinadas

Quando você se aproxima, por estrada, via aérea ou marítima, de grandes centros populacionais do mundo, logo avista paisagem sitiada por oceano de gases nocivos.
Crianças e idosos moram lá... Merecem respeito.
No entanto, de maneira implacável, sua saúde vai sendo minada. A começar pela psíquica, porquanto as mentes humanas vêm padecendo toda espécie de pressões. Por isso, pouco adiantará cercar-se de muros cada vez mais altos, se de antemão a ameaça estiver dentro de casa, atingindo o corpo e a psicologia do ser.
Em cidades praieiras, a despeito do mar, o envenenamento atmosférico avança, sem referência à contaminação das águas e das areias... O que surpreende é constituírem, muitas delas, metrópoles altamente politizadas, e só de algum tempo para cá seus habitantes na verdade despertarem para tão terrível risco.
Despoluir qualquer área urbana ou rural deveria fazer parte do programa corajoso do político que realmente a amasse. Não se pode esperar que isso apenas ocorra quando se torna assunto lucrativo. Ora, nada mais proveitoso do que cuidar do cidadão, o Capital de Deus.
As questões são múltiplas, mas esta é gravíssima: estamos respirando a morte. Encontramo-nos diante de um tipo de progresso que, ao mesmo tempo, espalha ruína. A nossa própria.
Comprova-se a precisão urgente de ampliar em largo espectro a consciência ecológica do povo, antes que a queda de sua qualidade de vida seja irreversível. Este tem sido o desafio enfrentado por vários idealistas pragmáticos. Entretanto, por vezes, a ganância revela-se maior que a razão. O descuido no preparo de certas comunidades, para que não esterilizem o solo, mostra-se superior ao instinto de sobrevivência. (...)

 

A poluição que chega antes

A infinidade de poluições que vêm prejudicando a vida de cada um deriva da falência moral que, de uma forma ou de outra, inferniza a todos. Viver no presente momento é administrar o perigo. Mas ainda há tempo de acolhermos a asserção de Antoine de Saint-Exupéry (1900-1944): “É preciso construir estradas entre os homens”. Realmente, porque cada vez menos nos estamos encontrando nos caminhos da existência como irmãos. Longe da Fraternidade Ecumênica, não desfrutaremos a Paz.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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segunda-feira, 5 de junho de 2017

Crime do desperdício

Paiva Netto

Urge impedir o desperdício. É providência sensata, humanitária, em todas as áreas e das mais diferentes classes sociais. É um crime, por exemplo, deixar estragar alimentos, quando milhões de pessoas ainda passam fome.
O dr. Alan Bojanic chamou a atenção para esse fato em entrevista ao programa Biosfera, da Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV — Canal 196). Engenheiro agrônomo boliviano, ele é representante da FAO no Brasil:
“A FAO fez um estudo amplo para ver a porcentagem de perdas de alimentos no mundo. Temos uma cifra que é muito — vamos dizer — dolorosa! Depois que o produto é coletado, até chegar ao consumidor, e mesmo na casa dos consumidores, temos perdas muito altas. É quase um terço de toda a produção mundial que vai — se pode dizer — para o lixo. Uma produção muito importante, que tem implicações de todo tipo, em primeiro lugar, humanitárias, porque é comida que poderia ser dada para muitas pessoas carentes. É um absurdo ambiental, pois muita energia foi gasta na produção. E também tem a ver com a ineficiência econômica. Então, é um absurdo humanitário, ambiental e econômico-financeiro”.
Em O Capital de Deus, livro que estou preparando, comento uma passagem evangélica, que nos traz instrutiva lição.
Conhecedor dos Soberanos Estatutos da Economia de Deus, ainda ignorados pelos seres humanos, Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, pôde realizar o milagre da multiplicação de peixes e pães, conforme o relato de Mateus, 14:13 a 21.

 

A Primeira Multiplicação de Pães e Peixes

“13 Jesus, ouvindo que João Batista fora decapitado por ordem de Herodes, retirou-se dali num barco, para um lugar deserto, à parte. Sabendo disso, as massas populares vieram das cidades, seguindo-O por terra.
“14 Desembarcando, Ele viu uma grande multidão. Compadeceu-se dela e curou os seus enfermos.
“15 Ao cair da tarde, aproximando-se Dele, os discípulos Lhe disseram: Senhor, o lugar é deserto, e vai adiantada a hora. Despede, pois, esse povo para que, indo pelas aldeias, compre para si o que comer.
“16 Jesus, porém, lhes disse: Não precisam retirar-se; dai-lhes, vós mesmos, o alimento.
“17 Ao que Lhe responderam: Senhor, não temos aqui senão cinco pães e dois peixinhos!
“18 Então, o Mestre ordenou-lhes: Trazei-os a mim.
“19 E, tendo mandado que todos se assentassem sobre a relva, tomando os cinco pães e os dois peixinhos, erguendo os olhos ao céu, os abençoou. Depois, havendo partido os pães, deu-os aos discípulos, e estes, às multidões.
“20 Todos comeram e se fartaram. E, dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos repletos.
“21 E os que comeram foram cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças”.

Além disso, não nos esqueçamos do que o Divino Benfeitor nos ensinou a respeito da capacidade pessoal de cada ser humano, ao dizer: “Vós sois deuses. Eu voltarei ao Pai, vós ficareis aqui na Terra, portanto, podereis fazer muito mais do que Eu” (Evangelho, segundo João, 10:34 e 14:12).

A quem, talvez por ócio, analisando o trecho anterior, argumentasse que Jesus é um caso especial e, por isso, não há parâmetros para se comparar a nossa competência à Dele, divinamente superior, poderíamos considerar que não seria necessário subirmos a tamanha grandeza, bastando que os que têm posses deixassem de desperdiçar tanto. Seria um passo. Sim, mas um passo considerável. Como observou Confúcio (551-479 a.C.): “Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha”.
Destaquemos que, no versículo 20 do capítulo 14, o Evangelista Mateus revela: “Todos comeram e se fartaram. E, dos pedaços que sobraram, recolheram ainda doze cestos repletos”.
Quer dizer, não jogaram fora o que lhes sobejou. As apreciáveis porções haveriam de, em nova oportunidade, beneficiar aquela gente ou outra. Costumo dizer que a migalha de hoje é a farta refeição de amanhã. Reflitamos sobre isso.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
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quinta-feira, 1 de junho de 2017

A nobre destinação de um cristal

Paiva Netto

Primeiro de junho de 1989 marca a colocação do cristal sagrado no pináculo do Templo da Boa Vontade, uma das Sete Maravilhas de Brasília/DF, poucos meses antes da inauguração, em 21 de outubro. A ideia de uma pedra no ápice do monumento constava desde os planos iniciais. Traria a luz do sol para o interior da Pirâmide de Sete Faces, elevando o ambiente e permitindo, como tantos afirmam, a cromoterapia. Os dias passavam velozes e nada de aparecer o mineral na proporção correspondente ao lugar a ele destinado.

 

Desígnio divino

Como resolver esse impasse? O desígnio divino tinha a solução para a difícil empreitada. Em 16 de março daquele ano, ao voltar de Brasília, onde estive acompanhando as obras do Templo da Paz, assisti a uma reportagem de um telejornal.
Foi assim: encontrava-me no meu gabinete de trabalho em São Paulo. Era alta noite. Ligo o aparelho na antiga TV Manchete. O noticiário já estava pela metade. O que aconteceu? Vi o minério rapidamente e o pessoal dizendo que era o maior cristal puro no mundo. No mesmo instante, telefonei para o estimado Haroldo Rocha, responsável, na época, pela LBV na capital da República, e disse-lhe: ─ “Haroldo, acabei de ver isso na TV Manchete. Vá buscar essa pedra, por favor. Se não a trouxer (aí dei uma boa gargalhada), não precisa nem voltar. Retorne, mas a traga, porque é o que procuramos”. Na manhã seguinte, matérias a respeito do assunto pululavam na mídia.
Haroldo, então, se dirigiu a Cristalina/GO. Passou o dia inteiro lá. Havia muitos estrangeiros no local. Todos querendo o grande quartzo. Pacientemente, esperou sua vez. Chegando o fim da tarde, pôde falar ao garimpeiro Chico Jorge da necessidade de levar aquela pedra, que seria posta em um lugar especial. Descreveu-lhe o Templo da Boa Vontade em construção. Foi quando, ao se aproximar deles, a esposa do minerador interveio: “Chico, você vai passar essa pedra para o Templo, porque eu sou ouvinte da LBV e gosto muito dela”. Em resumo foi assim. Haroldo retornou, trazendo a pedra que se encontra hoje gloriosamente cravada no pináculo do TBV. O que mais impressiona nessa história é que, naquela mesma semana, a mulher do garimpeiro, dona Maria de Lourdes, lembrou-se de um sonho no qual o marido achava uma pedra que teria uma nobre destinação. Nestes 28 anos, esse belo cristal irradia a luz do Amor de Deus, fortalecendo, ainda mais, a vocação mística da capital brasileira.
Ao casal Chico Jorge e Maria de Lourdes, a gratidão dos milhões de peregrinos que, ao entrarem na nave da Pirâmide das Almas Benditas, dos Espíritos Luminosos, são beneficiados pela saudável energia espargida do cristal do Templo da Boa Vontade.

 

Carta especial

Em correspondência a mim dirigida, o leitor G. S. P., hoje cumprindo pena num presídio, conta que, por intermédio de sua mãe, chegou-lhe às mãos uma das obras de minha autoria: “Quero dizer que há muito tempo tenho acompanhado o trabalho da LBV, o qual tem toda a simpatia de minha parte, e que particularmente acho que é o mais importante que temos no país, principalmente na área social. (...) No início deste mês, a minha mãe me mandou um sedex, pois me encontro encarcerado, e entre os materiais de que necessito mandou-me também o seu livro Em Pauta — Coletânea de artigos publicados. Esses artigos muito me impressionaram, uma leitura que tocou o meu coração. Que Deus o abençoe grandemente! Um forte abraço”.
Sinto-me gratificado em saber que esses meus modestos escritos lhe estejam reconfortando a Alma.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com