sábado, 30 de junho de 2018



Sobrepujar a dor

Paiva Netto

A sabedoria antiga revela que as criaturas humanas podem expressar sua melhor capacidade justamente pela atitude que têm diante da Dor.

Especialistas do comportamento humano concordam que, em situações adversas, quando o sofrimento nos surpreende de maneira tão cruel, a superação requer postura de coragem. Deixar de lado sentimentos de angústia e revolta é igualmente indispensável.

Aos que acreditam em um poder superior, na Eternidade, de forma geral, a provação é mais prontamente aceita, enfrentada e vencida. Contudo, mesmo os céticos podem encontrar energia construtiva para dar novo sentido às suas existências. Temos, por exemplo, a Caridade, o auxílio ao próximo, como emblemática ferramenta de reconstrução de nossa própria felicidade.

Não temer os desafios
A crise é o teste da inteligência. A luta instiga o nosso valor. Por que temer os desafios? É a maneira escolhida por Deus para premiar a nossa capacidade. E qualquer vitória no campo espiritual e físico exige sacrifício.

Vitória ao alcance
Ninguém pode sentir-se derrotado antes mesmo de tentar o sucesso. Refletindo a respeito do estado de espírito que devemos manter, de forma que tornemos realidade as boas metas que estabelecermos para a nossa existência, concluí: todas as vitórias estão decididamente ao nosso alcance pela força do nosso próprio e valoroso trabalho. Portanto, de nossa criatividade diligentemente bem aplicada. Administrar é chegar antes!

O negativismo atrasa o progresso
É indiscutível que a conduta psicológica negativa de lideranças e liderados não contribui em nada para o crescimento social das populações. Estou com o escritor, professor e pastor metodista norte-americano William Arthur Ward (1921-1994) quando diz: “O pessimista queixa-se do vento; o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas”.

Assim sendo, não percamos tempo! Ajustemos as nossas velas e sobrepujemos os vendavais, a fim de concretizar o Bom Ideal que cultivamos. Isso não tem nada a ver com o famigerado “os fins justificam os meios”, atribuído a Maquiavel (1469-1527), autor de O Príncipe. Mas é triste ver alguns pensadores de grande valor, antigos demolidores de preconceitos e tabus, depois de tanta luta, declarar-se desiludidos de tudo. Ora, quando eu era menino, ouvia, na voz dos mais antigos, este conforto de Teócrito (aprox. 320-250 a.C): “Enquanto há vida, há esperança”.

Certa vez, o saudoso Dom Hélder Câmara (1909-1999), arcebispo emérito de Olinda/PE, Brasil, com a sua inata certeza de eras mais felizes para os povos, manifestou-se desta forma: “Feliz de quem atravessa a vida inteira tendo mil razões para viver”.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com


Milagres existem. Só que, perante a Lei de Deus, não são milagres


Paiva Netto

No início da década de 1980, respondendo à pergunta de um jovem repórter, declarei-lhe que milagres existem. Só que, perante a Lei de Deus, não são milagres.

Um dia, o Mecanismo Celeste que os rege será desvendado pela Ciência humana.

Nessa ocasião magnífica, mais comovente será o entendimento dele. E os milagres se multiplicarão, porque seremos mais bem versados em sua legislação excelsa.

O próprio Jesus afirma, em Seu Evangelho, segundo João, 14:12:   Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que Eu faço, e as fará maiores do que estas, porque Eu vou para meu Pai [e vós permanecereis na Terra]”.

A existência de Deus
O Mecanismo das Leis Divinas, que regem a vida no Cosmos, pode ser visto como um milagre pela nossa atual compreensão, que segue em desenvolvimento.

Numa época, mesmo que distante, desvelaremos a Sua Essência Sublime.

Quando em definitivo aliarmos mente e Fé, razão e Amor Fraterno, isso se tornará realidade. Seremos testemunhas, então, de um milagre novo, que promoverá a Sociedade Ideal, a realmente Generosa, por consequência Solidária, Altruística e Ecumênica. Porquanto, esse é o supremo objetivo da Fé Realizante, isto é, a Fé que se mobiliza pela transformação da comunidade. Teremos finalmente entendido que o Amor, ou a falta dele, define o caráter dos Espíritos, dos seres humanos, dos povos e das nações.

Fato sobrenatural
Ora, o singular fato de vivermos em nosso planeta já é acontecimento, digamos, sobrenatural, que os maiores cientistas ainda não deslindaram ao certo.

Enquanto os cultores da razão perscrutam os caminhos do Conhecimento Superior, continuemos exercendo o milagre do trabalho, orando e vigiando, consoante determina Jesus no Seu Evangelho, segundo Marcos, 14:38, e Mateus, 26:41: “Vigiai [trabalhai] e orai, para não cairdes em tentação. O Espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca”.
Voltaremos ao assunto.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

sexta-feira, 29 de junho de 2018



Parece que foi ontem...

Paiva Netto

Estou comemorando mais um ano de trabalho na Legião da Boa Vontade (LBV). Amanhecia 29 de junho de 1956 – Dia de São Pedro e São Paulo. Nasci no Rio de Janeiro. Com 15 anos, num gesto intuitivo, liguei o rádio. Estava no ar a Rádio Tamoio. Vivíamos os festejos juninos. Surpreso, ouvi os acordes de Noite Feliz! — de Joseph Möhr (1787-1863) e Franz Grüber (1792-1848) — em tempo ainda distante do Natal. E logo vibrou a palavra de Alziro Zarur (1914-1979), saudoso fundador da LBV. Esse fato mudou a minha vida, tal qual a de tantos outros que aguardavam algo que lhes falasse o que precisavam ouvir a respeito de Quem, no dizer de João Batista, nem somos merecedores “de limpar-Lhe o pó das sandálias”: Jesus! Zarur entoava o “Glória a Deus nas Alturas, Paz na Terra aos homens de Boa Vontade!” (Evangelho, segundo Lucas, 2:14). Naquela hora, como que um raio desceu sobre mim, mas não me fulminou. Pelo contrário: percebi que não sou apenas um produto da carne, posto que certa mentalidade por aí faz alguns pensarem que este mundo seja um açougue. Tenho Espírito. Não em resultado de combinações químicas cerebrais, porquanto a inteligência situa-se além do corpo, como que havendo uma mente psíquica fora do cérebro somático. (...) A partir daquele momento, o que foi despertado em mim não poderia surgir de um pedaço de matéria que um dia se transformará na rebelião famélica dos vermes. Ah! Somos alguma coisa bem superior, que sintoniza as estrelas! É essencial ter, portanto, em nós um diapasão que ressoe na grandeza de sua melodia. (...) No mesmo instante, virei-me para minha saudosa mãe, Idalina Cecília de Paiva (1913-1994), e, decidido, sentenciei: “É com esse que eu vou!”.

 

Aprendi nestes anos de vida legionária que ninguém faz nada sozinho. No meu 62º aniversário de trabalho nesta Obra – que luta ininterruptamente por um Brasil melhor e uma Humanidade mais feliz – compartilho também essa marca com todos os que, com suas preces e apoio às nossas iniciativas, formam a grande família da Boa Vontade de Deus.


José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com