Espírito e laboratório
Paiva Netto
No artigo de hoje, comentaremos acerca da tese do médico norte-americano
Stuart Hameroff e do físico
britânico sir Roger Penrose segundo a qual a
existência da Alma pode ser comprovada cientificamente. Tomando por base uma
teoria de 1996, sugerem que o cérebro seria uma máquina biológica, com 100
bilhões de neurônios, funcionando como rede de informação.
Entrevistados pelo jornal inglês Daily
Mail, os pesquisadores explicaram a teoria quântica da consciência, pela
qual as Almas estariam contidas em estruturas denominadas microtúbulos,
localizadas, por sua vez, nas células cerebrais. A gravidade quântica nesses
microtúbulos é, na opinião deles, a responsável pelas experiências da
consciência.
Exemplifica o dr. Hameroff: “Vamos
dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir, os microtúbulos
percam seu estado quântico. A informação quântica dentro dos microtúbulos não é
destruída. Ela não pode ser destruída; simplesmente, é distribuída e dissipada
pelo universo. (...) Se o paciente é ressuscitado, esta informação quântica
pode voltar para os microtúbulos, e ele passa por uma EQM (experiência de
quase-morte)”.
O Espírito e a Mente
Ainda são teorias.
Mas observamos crescente interesse sobre o tema, cujo campo de pesquisa
é muito vasto. Todavia, necessário se faz ressaltar que o Espírito ou a Alma
não se resume a uma projeção da mente carnal, o raciocínio material. Trata-se
de essência eterna e inteligente que, enquanto ligada ao corpo — por um fio
luminoso que se desprende por efeito da morte —, anima a vida como a conhecemos
no mundo. Salomão, o governante
sábio, em Eclesiastes, 12:6 e 7, fala-nos desse “fio de prata”, que, ao se
romper, leva o pó (corpo) de volta à terra de onde veio, e o Espírito retorna a
Deus, que o concedeu. Na verdade, como há décadas dizemos, o Espírito não é
simples projeção da mente.
A
Ciência chegará ao Espírito
Escrevendo no Jornal de Brasília,
em 20/6/1991, afirmei que tempo há de vir em que o Espírito será claramente
levado por todos em consideração. A Ciência está chegando até ele: o que a
Religião intui a Ciência um dia comprovará em laboratório. (Bem que, na área
científica, como tantas vezes já afirmei, não pode haver convicções pétreas nem
negações sem remissão.) Ciência sem Religião pode tornar-se secura de Alma.
Religião sem Ciência pode descambar para o fanatismo. Por isso, na época ideal
que todos desejamos ver surgir no horizonte da História, a Ciência (Cérebro,
Mente), iluminada pelo Amor (Religião, Coração Fraterno), elevará o ser humano
à conquista da Verdade. Assim como houve acelerado progresso material neste
século 20 (estávamos em 1991) — rapidamente passamos da carroça para o foguete interplanetário
—, ocorrerá o mesmo no campo do sentimento (Espírito), de modo que se
estabeleça um mundo mais apreciável. Conforme dizia o poeta e jornalista Alziro Zarur (1914-1979): “Atingir o equilíbrio é a meta suprema. O
Bem nunca será vencido pelo mal”. Tal equilíbrio virá quando a criatura,
pelo Amor ou pela Dor, compreender que é preciso aliar à inteligência do
cérebro a do coração. De qualquer forma a Humanidade evolui sempre... Ou será
que, materialmente falando, estamos ainda nos tempos das cavernas?!... Evidente
que não! O mesmo se dará no campo moral-espiritual, e creio que mais pelo
efeito da Mestra Dor, que, por sinal, é a libertação da Alma.
José
de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.
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