Doe vida
Paiva
Netto
Não há nada mais valioso na
Terra do que a existência humana. No planeta, somos os únicos seres conscientes
da finitude física, embora prossigamos nossa jornada de aprendizado, no âmbito
espiritual, após o fenômeno chamado morte. A partir do momento que valorizamos
a vida desde o seu estágio físico, construímos, verdadeiramente, uma Sociedade
Solidária Altruística Ecumênica.
A doação de sangue,
aplaudível vereda que aproxima o ser humano de sua humanidade, é indispensável
em favor de tantos que lutam para sobreviver.
No Brasil, em período de
férias e feriados, justamente quando ocorrem mais acidentes de todo tipo,
cresce a demanda por sangue e diminui o número de doadores. Um cálculo cujo
saldo preocupa os hemocentros do país.
Déficit Nacional
Em entrevista ao
programa Sociedade Solidária, da
Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV
— Canal 196), a dra. Selma
Soriano, médica hematologista e hemoterapeuta da Fundação Pró-Sangue de São
Paulo, fez um apelo: “Que a população
antes de tirar férias, de sair em viagem, faça a sua doação de sangue.
Normalmente, a demanda de sangue em feriados aumenta em torno de 30%, e a
doação cai em torno de 40%. Daí trabalharmos sempre com os estoques no limite.
Desse modo, priorizamos o atendimento de urgência (...)”.
A transfusão de sangue é
imprescindível não somente no socorro às vítimas de graves acidentes, de
catástrofes como deslizamentos de terra, inundações etc. A dra. Selma
explica: “Precisamos, e muito, de
doações de sangue no tratamento de pacientes que estão em Unidade de Terapia
Intensiva; para os que lutam contra o câncer que, às vezes, carecem de
reposição de sangue; e para os pacientes de transplante de órgãos. No caso de
doenças congênitas, temos a hemofilia. Isso sem falar nas cirurgias. Nas de
grande porte, 60% delas necessitam de transfusão de sangue”.
Segundo o Ministério da
Saúde, 3,7 milhões de pessoas doam sangue anualmente no Brasil. Está longe de
ser o ideal, já que deveríamos ter cerca de 5,4 milhões de doadores. Para
suprir esse déficit são feitas campanhas de apelo à sociedade. “Temos 1,8% da população brasileira que doa
sangue, e a gente deveria estar entre 3% e 5%. Faltam componentes sanguíneos
para algumas situações específicas”, revela a hematologista.
Minutos que salvam
Que essa ação caritativa se
torne um hábito saudável e permanente, já que é algo que não exige sacrifício
algum. “Entre a pessoa chegar a um
banco de sangue e fazer a sua doação, ela permanece de 40 a 50 minutos no
máximo. O ato em si, propriamente dito, leva apenas 7 minutos”, afirma a
dra. Selma.
Inúmeros são os postos de
coleta no Brasil. No site www.prosangue.sp.gov.br, você encontra vários
deles e se informa quanto aos requisitos básicos para ser um doador de sangue.
Eis nosso contributo no
esclarecimento geral a respeito desse importante assunto. Doar sangue, gesto
que merece o devido apoio de todos, pode ser a própria salvação do ofertante
amanhã.
José de Paiva Netto ―
Jornalista, radialista e escritor.
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