Hamlet, Einstein e a imprescindível intuição
Paiva Netto
Os temas de natureza espiritual
devem ser primeiro pressentidos. Porquanto, falam ao coração diretamente,
vencendo obstáculos, com maior desenvoltura, se houver bom ânimo e simplicidade
de alma. E por nossa parte eterna, quando vigilante e boa, ouve-se a mensagem
de Deus com maior clareza. Com frequência se alcança pelo sentimento (na
acepção em que é entendido pelos poetas) o que demora a vir pela mente.
Despertá-lo é abrir a Alma para o Criador. A Intuição é a Inteligência de Deus
em nós.
O próprio Einstein (1879-1955) conta que muitas vezes pensava, pensava,
pensava a respeito de um assunto da física, da matemática, da razão, do
raciocínio e não conseguia obter resultado qualquer. Ia dormir e, em sonho,
como ele mesmo relatou, descortinava-se, diante de si, o monumento do Universo,
e, lá, a famosa Equação da Relatividade, E=mc²,
pairando no espaço.
“Há mais coisas entre o céu e a terra, Horácio, do que sonha
a vossa filosofia.” Pôs Shakespeare (1564-1616) estas palavras na boca de Hamlet, que
segurava a caveira do amigo: “To be or
not to be, that is the question”. (“Ser
ou não ser, eis a questão”.)
Aqui, uma curiosidade sobre essa
frase, constante da peça do brilhante dramaturgo inglês. No Ato 1, Cena 5,
lemos: “There are more things in Heaven
and Earth, Horatio, than are dreamt of in your philosophy”. (“Há mais coisas entre o céu e a terra,
Horácio, do que sonha a vossa filosofia”.) No original inglês, não existe o
adjetivo “vã”, como geralmente é acrescentado em algumas versões para o idioma
português.
José de Paiva Netto, jornalista,
radialista e escritor.
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