Caridade na ONU
Paiva Netto
Em
2013, a Organização das Nações Unidas instituiu em seu rol de datas
celebrativas o 5 de setembro como o Dia Internacional da Caridade.
A
ONU afirma que a Caridade pode contribuir na promoção do diálogo entre pessoas
de diferentes civilizações, culturas e religiões, assim como a solidariedade e
a compreensão mútua. E reconhece os esforços das organizações caritativas e de
particulares nesse propósito.
A Caridade sustenta a vida humana
É
um tema muito presente em meus artigos, pois considero ser imprescindível à
nossa sobrevivência. Aproveito o ensejo para lhes adiantar pequeno trecho
de O Capital de Deus, livro que
estou preparando, com muito cuidado, no qual apresento algumas das palestras
que proferi, a partir da década de 1960:
Meditemos
sobre esta passagem do Apóstolo João, na sua Primeira Epístola,
4:20: “Se alguém disser: Amo a Deus,
e odiar a seu irmão, é mentiroso; pois aquele que não ama a seu irmão, a quem
vê, não pode amar a Deus, a quem não vê”.
Caridade,
criação de Deus, é o sentimento que mantém o ser vivo nas horas de tormenta de
sua existência. Se você me disser que não precisa de Amor, está equivocado, ou
equivocada, enfermo, ou enferma... Em resumo, trata-se simplesmente disto:
Amor, sinônimo de Caridade, de que tanto carece a sociedade míope, obumbrada
pela cultura insidiosa, mantida por aqueles que provocaram, para os povos, as
desgraças todas que ensanguentam a História e que nos põem em perigo constante.
Até quando?
A
Caridade sustenta a vida humana. O jornalista Francisco de Assis Periotto,
ao ouvir essas minhas palavras, completou-as assim: "no pão e na decência".
Elevado espírito social
O
avanço tecnológico tem derrubado muitas fronteiras e feito algumas desabar
sobre outras. Entre elas, econômicas e sociais. Contudo, a globalização não vai
impedir a diversidade. Porquanto, se mundializa, dá também expressão ao
regionalismo. De várias formas, todo mundo influencia todo mundo. No entanto,
barreiras, em diversas partes do planeta, ainda tornam cada vez mais distantes
ricos de pobres. Isso pode resultar em consequências profundas, em amplitude
internacional, a exemplo do fim do Império Romano. Entretanto, desta vez, tais
transformações poderão provocar providências inusitadas até em corações de
pedra, antes contrários ao pragmático espírito de Caridade, que serão levados a
pensar que existem algumas coisas vitais, até mesmo para eles, como... a
compaixão. (...) Caridade não é pífio sentimentalismo, a que alguns gostariam
de reduzi-la. Acertou, pois, quando escreveu o grande Joaquim
Nabuco (1849-1910): "À
luta pela vida, que é a Lei da Natureza, a religião opõe a Caridade, que é a
luta pela vida alheia".
Não
seria essa a função de um verdadeiro político? O que seria mais importante para
o fortalecimento das comunidades do que esse elevado espírito social?
É
possível igualmente esperarmos do alto significado da Caridade, na atitude
diária, o completo caminho da verdadeira independência de nossa Pátria.
Caridade
é assunto sério.
José de Paiva Netto ― Jornalista,
radialista e escritor.
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