Missionários
de ponta
“Então ouvi o número dos que foram
selados, que era cento e quarenta e quatro mil...” (Apocalipse de Jesus,
7:4).
Paiva Netto
A respeito dos 144
mil salvos, citados no Apocalipse de Jesus, 7:4, podemos, na verdade,
considerá-los como a representação de um grupo de missionários de ponta,
seres desprendidos, apaixonados, com extremo afinco pelo Divino Ideal Crístico.
São Espíritos luminosos de várias origens, diversas vezes renascendo pelos
milênios, em todos os rebanhos, não exclusivamente nos religiosos nem tão
apenas nos chamados cristãos. Esses Espíritos possuem a missão de trazer à
Terra o recado do Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, na linguagem que os
incontáveis agrupamentos de povos, tribos e nações possam compreender.
Apropriadamente, Alziro Zarur
(1914-1979) explicou, na Proclamação do Novo Mandamento de Jesus, por
ele realizada no antigo Hipódromo do Bonfim, na cidade de Campinas, Estado de
São Paulo, em 7 de setembro de 1959, dia comemorativo da independência política
do Brasil: “Há tantas religiões quantos são os graus de entendimento
espiritual das criaturas humanas, conforme a soma de suas encarnações”.
Jesus não é propriedade
do Cristianismo, e sim o Cabeça da Humanidade.
Não apenas 144 mil salvos
Como vemos no
versículo 9 do capítulo 7 do Apocalipse de Jesus, a multidão descrita na
“Visão dos Glorificados” é inumerável. Ipso facto, é muito
importante repetir que os salvos não serão apenas 144 mil.
Alguns lealmente
expõem seus pontos de vista, defendendo a doutrina dos 144 mil salvos. Ao mesmo
tempo, de certa forma, quase acusam (notando ou não) Deus de impiedoso,
porquanto Ele cria bilhões de Espíritos para redimir unicamente parcela
ínfima deles. Raciocínios tão excludentes, semelhantes a esses, podem
tornar-se fatores principais para o crescimento da descrença em nosso país e no
exterior. Já lhes afirmei, há tantos anos, que, segundo minha modesta
perspectiva, a falência religiosa tem promovido o ateísmo.
A Palavra de Deus,
sinônimo de Amor, só pode ser analisada e cumprida sob o impulso desse nobre
sentimento, que é a essência Dele (Primeira Epístola de João, 4:8 e 16). E o pior é que, digamos para argumentar, Deus é
quem paga a conta inventada por irmãos exclusivistas, alguns até
bem-intencionados, contudo impelidos despercebidamente pela ação de insinuoso
egoísmo.
Afinal, somos
Filhos do Criador Celeste, componentes de uma única família planetária, que
deve abolir o ódio de seu meio. Enquanto não nos harmonizarmos, a Terra será
consumida por nossa intemperança e visão retardatária. Tal como dizer: “O
aquecimento global é ideia absurda de iludidos, enganados e enganadores; coisa
de ecochatos!”.
Ora, essa
recorrente maneira de pensar sem sequer medir a gravidade do aquecimento global
é fomentadora do avanço implacável da aniquilação do esplendor do orbe
que nos abriga e mantém vivos.
José de Paiva Netto,
jornalista, radialista e escritor.
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