A Política mais inteligente
Paiva Netto
No livro É Urgente Reeducar! (2010), escrevi:
O Ecumenismo da
Fraternidade será a razão de ser das criaturas humanas no transcurso do
terceiro milênio. É uma questão de progresso (e de sobrevivência), no qual, de certa
forma, acreditou boa parte de gerações e gerações que nos antecederam. Se assim
não cressem e não agissem, onde estaríamos hoje? Talvez na era da pedra
lascada!...
O Amor não é
degradação de corpos nem de mentes, e sim a Força de Deus, da Sabedoria Suprema
em nós, ou lá como pensem os Irmãos ateus acerca dos assuntos mais elevados. Amar é um ato de coragem. Foi o exemplo
que nos ofereceu Jesus. É a Política
mais inteligente que um indivíduo pode conceber. Ela contempla ainda o correto
entendimento do axioma de Confúcio
(551-479 a.C.): “Paga-se a Bondade com a
Bondade, e o mal com a Justiça”, ou seja, é imperioso ter bom senso.
Conforme ressaltei
ao meu velho amigo jornalista Paulo
Rappoccio Parisi (1921-2016), em 1981, instruir com acerto é boa Política,
porque educar e espiritualizar redime as criaturas, as nações, a Natureza, o
planeta. Não podemos progredir destruindo o mundo, a nossa casa coletiva, por
efeito de ignorância não apenas intelectual, como também, e principalmente,
moral e espiritual.
Trata-se de
Política excelente, a providência de educar, reeducar, instruir, espiritualizar
no caminho da Paz, resultante da confraternidade das numerosas culturas que
compõem a civilização que, em si mesma, é una, planetária. (E não esqueçamos
jamais que a nossa existência não é unicamente física, porquanto começa no
Alto, antes de sermos carne.) Do contrário, o que poderá vir a abater-se sobre
a Terra será o doloroso inverso do Amor, a exemplo desse ecocídio que
provocamos por aí. Pois, na verdade, já que fazemos indissociável parte do
esquema planetário de sobrevivência, estamos então cuidando, com contumácia, de
nossa automatança coletiva.
Talvez, ao
descrever “A Grande Tribulação” (Evangelho, segundo Mateus, 24:3 a 28; Marcos,
13:3 a 23; e Lucas, 21:7 a 24),
Jesus esteja narrando a consequência desse esforço humano colérico. Diante
disso, é flagrantemente necessário espiritualizar, dentro do Ecumenismo dos
Corações, as pessoas. Somente assim, e com perseverança, os diversos segmentos
da sociedade passarão a viver em harmonia, demore o tempo que for preciso até
que isso venha a ocorrer. Cabe aqui, perfeitamente, este raciocínio profundo de
Abraão Lincoln (1809-1865), que se
encontrava exposto no gabinete de Alziro
Zarur (1914-1979), na antiga Rádio Mundial, no Rio de Janeiro/RJ, Brasil,
naquele tempo, de 1956 a 1966, a Emissora da Boa Vontade: “O homem que se decide a parar até que as coisas melhorem verificará,
mais tarde, que aquele que não parou e colaborou com o tempo estará tão adiante
que jamais poderá ser alcançado”.
Costumo afirmar em
minhas palestras que, se é difícil, comecemos já, ontem!, porque resta muito a
ser feito.
E quando digo seres
espiritualizados, quero reiterar: revestidos do Amor Fraterno, que a Humanidade
precisa viver, também politicamente, com urgência. Como escreveu José Bonifácio (1763-1838), o patriarca
da Independência brasileira: “A sã
Política é filha da Moral e da Razão”.
Assim é a ação
religiosa e política do Ecumenismo dos Corações, aquele que levanta o caído;
que não se precipita ante as ilusões das contendas filosóficas, quando estas
ocorrem apenas pelo prazer de discutir assuntos, sem levar em conta o que
padece à beira do caminho. Ele não se influencia pelas lucubrações do intelecto
quando arrogante. Pelo contrário. Ilumina-o incansavelmente toda vez que é
convocado a manifestar sua qualidade excelsa. Desconhece os ódios, isto é, não
os vive nem os dissemina. É Amor Fraterno, que promove a Estratégia da
Sobrevivência, que espiritualiza a Economia e a disciplina. (...) É o
Ecumenismo Irrestrito.
José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário