Liberdade depreende temperança
Paiva Netto
Em qualquer momento da existência humana, a mesa está posta
por Jesus àqueles que anseiam
alimentar-se do Seu Evangelho, do Seu Apocalipse e das Suas Palavras, por
intermédio dos Profetas, no Antigo Testamento da Bíblia Sagrada. A ceia
prossegue, ofertada pelo Cristo de Deus, como na Sua Carta à Igreja em
Laodiceia (Apocalipse, 3:20 a 22):
20 Eis que estou à porta e bato; se alguém
ouvir a minha voz e abri-la para mim, entrarei em sua casa e cearei com ele, e
ele, comigo.
21 Ao
vencedor, Eu o farei sentar-se comigo no meu trono, assim como também Eu venci
e me sentei com meu Pai no Seu trono de glória.
22 Quem tem
ouvidos de ouvir ouça o que o Espírito diz às Igrejas do Senhor.
Jesus bate à porta. Abramos-Lhe o caminho para que, com Ele,
possamos usufruir o alimento e a água espirituais que nos bastarão por toda a
Eternidade. Dessa forma, nunca mais sentiremos escassez do que nos faz fortes,
consoante o Evangelho, segundo João,
6:35 e 51:
— Eu sou o
Pão da Vida. Quem vem a mim de modo algum terá fome, e quem em mim crê jamais
terá sede! (...) Eu sou o Pão Vivo que desceu do Céu. Se alguém dele comer,
viverá eternamente (...).
No entanto, é preciso haver aquela fé que remove montanhas, pois, na Boa Nova, conforme os relatos de Marcos, 16:15, o Cristo Ecumênico, o
Sublime Estadista, ordena a Seus discípulos:
— Ide por
todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura.
Antes de nos transmitir essa famosa diretiva, Ele nos traz a
seguinte advertência no versículo 14:
—
Finalmente, apareceu Jesus aos onze, quando estavam à mesa, e censurou-lhes a
incredulidade e a dureza de coração, porque não deram crédito aos que O tinham
visto ressuscitado.
Jesus (Marcos, 16:14).
Por isso, o Divino Mestre — durante a Sua Missão entre os
incrédulos que Lhe pediam mais uma prova, depois de tantas que Ele já lhes
mostrara — asseverou, em Seu Evangelho, segundo Mateus, 16:4:
— Uma
geração má e adúltera pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o do
Profeta Jonas [ou seja, o do sofrimento] (...).
Deus respeita o livre-arbítrio. Que mais deseja o ser humano
a não ser liberdade? Contudo, ela depreende temperança, e não pôr a casa
do vizinho abaixo. A Sabedoria Espiritual ensina que “a semeadura [o que concretizamos, de bom ou de mau, com nossas
escolhas] é livre, mas a colheita, obrigatória”. Do contrário, seria o reino
desbragado da impunidade, que corrói países tal qual caruncho ou cupim, como se
tem visto, há tempos, pelo mundo. Grandes estruturas se desfazem por causa da
inconsequência, que convoca a ação urgente da Justiça Perfeita, isto é, a
Divina, tornando melhores as nações, por força do Amor ou da aflição. Por esse
motivo, concluo: Deus nos deixa moralmente
livres, mas não imoralmente livres.
Afirmo, ainda, como tenho feito há décadas: Liberdade sem Fraternidade
Ecumênica é condenação ao caos.
O sinal de
Jonas
Quanto ao “sinal de Jonas”, no segundo volume de O Brasil e o Apocalipse (1985) fiz o
seguinte comentário acerca dessa advertência do Cristo, anotada por Mateus,
16:4 “(...) nenhum sinal lhe será dado,
senão o do Profeta Jonas”:
O fato se deu assim: depois de Jesus ter sobejamente
demonstrado Sua Sabedoria e Seu Poder Espiritual, após realizar centenas e
centenas de curas e de anunciar a vinda do Reino de Deus, homens tão sôfregos
quanto levianos insistiam em Lhe pedir novos
sinais, para que se convencessem de Sua Missão redentora e de que Ele, o
Nazareno, era o Messias prometido desde Moisés.
O Cristo energicamente respondeu-lhes que a eles, geração adúltera e perversa,
só seria dado o sinal de Jonas. E o
que é o sinal de Jonas? Resposta: O sofrimento pelo qual passou o Profeta
israelita, da tribo de Zebulom, ao
tentar fugir da tarefa de pregar e convencer os ninivitas a abandonar os seus
muitos erros. Conta a Bíblia que Jonas, depois de penar por três dias e três
noites na escuridão do “ventre de um
peixe” (o calabouço infecto de um navio, como revela a Doutrina do Centro
Espiritual Universalista — o CEU da Religião Divina*1), realmente
arrependido, pediu perdão a Deus e foi para Nínive, capital da Assíria, onde
honrou o que veio cumprir na Terra.
*¹ Centro Espiritual Universalista — o CEU da Religião Divina — Leia
mais sobre o assunto no primeiro volume das Sagradas
Diretrizes Espirituais da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo,
p. 212.
Serviço – Tesouros da Alma
(Paiva Netto), 304 páginas. À venda nas principais livrarias ou pela amazon.com.br.
José de Paiva
Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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