A crença nos
Espíritos como “vantagem adaptativa”
Paiva Netto
Entender
o que ocorre quando se deixa o plano físico, crer na eternidade da vida,
comunicar-se com os ancestrais em Espírito, entre outras questões, acompanham
os grupos humanos desde o princípio das eras. Estudiosos têm buscado
compreender como essas crenças se manifestam psicológica e socialmente. Para
muitos deles, a exemplo do antropólogo franco-americano Pascal Boyer, a crença em
seres sobrenaturais é universal às religiões e é considerada pelos
pesquisadores uma “vantagem adaptativa”.
O
igualmente antropólogo norte-americano Michael
Winkelman, em entrevista também ao programa Conexão Jesus — O Ecumenismo Divino, da Super Rede Boa Vontade de
Comunicação (rádio, TV, internet e publicações), afirmou:
— Por que é tão natural que a gente
acredite nos Espíritos? (...) Nossos princípios biológicos nos levam a ter esse
tipo de crença, por isso é natural para o ser humano acreditar nos Espíritos,
pois temos evoluído certas capacidades mentais que nos conduzem a esse tipo de
crença. (...) O mundo dos Espíritos tem um papel muito importante na evolução
das pessoas e da sociedade. A ideia dos Espíritos nos dá uma referência a ser
incorporada para melhorar nosso próprio comportamento. Ela igualmente nos
oferece uma possibilidade de uma sociedade maior, mais bem integrada e com
melhor funcionamento.
A
influência do Mundo Espiritual sobre o mundo da matéria, da qual trata o dr.
Winkelman, é corroborada por vários pesquisadores. O debate ainda se amplia em
relação à hipótese de estarmos programados para crer em Espíritos e
exteriorizar nossa Religiosidade. Podemos mesmo dizer que esse sentido
espiritual favoreceu nossa sobrevivência. Afinal, estamos nós, Homo sapiens sapiens, aqui para contar a história e não outro
tipo de hominídeo.
Imaginem
os benefícios que herdamos, como coletivo social, do indispensável cuidado da
Espiritualidade Superior para conosco?! Quantos nobres e elevados valores
podemos desenvolver por inspiração consciente ou inconsciente, vinda do coração
generoso de abnegadas Irmãs e devotados Irmãos que, do Outro Lado da Vida,
derramam sobre nós o amparo celestial? Citemos o perdão para ilustrar isso. A
sociedade entraria em colapso sem esse divino postulado. E ele está na base das
tradições de fé em todo o mundo, porquanto é ensinamento cuja origem vem do
mais alto. Não foi sem propósito que Jesus,
o Supremo Ligador do Céu à Terra, tanto difundiu esse princípio de
transcendente teor espiritual:
Quantas vezes se deve perdoar a um
irmão
21
Então, Pedro, aproximando-se do
Cristo, Lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e
eu lhe perdoarei? Até sete?
22
Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete (Evangelho, segundo Mateus, 18:21 e 22).
Educar
nossas capacidades sensitivas, sob os auspícios do Amor Divino, para
estabelecer a perfeita sintonia com o Governo Invisível da Terra é a salvação
da humanidade neste Fim dos Tempos. Já advertia o saudoso Alziro Zarur:
— Não há segurança fora de Deus.
José de Paiva Netto ― Jornalista,
radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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