Conquistas
civis
Paiva Netto
Ao
longo das eras, o estudo do Direito tem sido aperfeiçoado, a fim de dar
garantias cada vez mais sólidas à sociedade. O século 20, por exemplo, nos
legou um imenso aprendizado por meio de sucessivas conquistas civis. E todos
hão de concordar que, a partir do Evangelho, protagonizado por Jesus há dois
mil anos, a jurisdição da Terra vem, paulatinamente, acatando o espírito de
Humanidade, de Misericórdia e de Justiça, que Ele tanto testemunhou com Sua
Cidadania Espiritual por onde passava e pregava.
Em
homenagem a tantos protagonistas que, ao longo da História, almejaram liberdade
e condições dignas de vida e em contribuição a tão significativo marco,
trago-lhes, por oportuno, trecho de modesta palestra que proferi, publicada
em Reflexões e Pensamentos — Dialética da Boa Vontade (1987) e
no Manifesto da Boa Vontade (21 de outubro de 1991), entre
outros, que visa contribuir para a formação da consciência planetária
do Cidadão do Espírito:
Acreditar
que possa haver direitos sem deveres é levar ao maior prejuízo a causa da
liberdade. Quando situo — é importante
esclarecer — os deveres do cidadão acima dos seus próprios direitos, em
hipótese alguma defendo uma visão distorcida do trabalho, em que a escravidão é
uma de suas facetas mais abomináveis.
Por
isso, queremos que todos os seres humanos sejam realmente iguais em direitos e
oportunidades, e cujos méritos sociais, intelectuais, culturais e religiosos,
por mais louvados e reconhecidos, não se percam dos direitos e
liberdades dos demais cidadãos. Porquanto, reitero, Liberdade sem
Fraternidade Ecumênica é condenação ao caos.
Trabalhemos
por uma sociedade em que Deus e Suas Leis de Amor e Justiça inspirem zelo à
liberdade individual, para garantir segurança política e jurídica a todos, como
nos suscita o abrangente significado do Natal Permanente do Cristo de Deus.
Refiro-me ao Criador Supremo, não ao errôneo entendimento que procura fazer
Dele, que é Amor, instrumento execrável de fanatismo e tirania, preconceito e
ódio. Consequentemente, não faço alusão ao deus antropomórfico, caricato,
criado à imagem e semelhança do homem imperfeito. (...)
As
virtudes reais serão aquelas constituídas pela própria criatura — que é, antes
de tudo, Espírito — na ocupação honesta dos seus dias, na administração dos
seus bens e no respeito pelo que é alheio, na bela e instigante aventura da
vida. Uma nação que se faça de tais elementos será sempre forte e inviolável.
Desejo
que, em pleno século 21, consigamos consolidar esses ideais e expandi-los aos povos
da Terra, para que sejam plenamente vivenciados. E jamais repetir os séculos
anteriores naquilo em que foram um fracasso.
José de Paiva Netto ― Jornalista,
radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br — www.boavontade.com
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