quinta-feira, 7 de julho de 2022

 

Vá sem pressa, faça uma prece!

 

Paiva Netto

 

Sempre tenho chamado a atenção das pessoas para que tomem cuidado com o trânsito nas estradas e nas metrópoles.

Há muitos anos, num editorial do conceituado jornal brasileiro Folha de S.Paulo, encontrei este pensamento de Goethe (1749-1832), famoso vate e escritor alemão: “A morte é, de certa forma, uma impossibilidade que, de repente, se torna realidade”. Realmente, a maioria dos seres humanos não pensa que um dia terá de “passar desta para melhor ou para pior”, de acordo com o seu comportamento na Terra.

O grande equívoco da humanidade é viver como se depois da morte nada houvesse. Certamente, conforme nos revelam os Mentores Espirituais, um dos maiores dramas na Pátria da Verdade é a chegada de multidões livres das algemas da carne, mas completamente ignorantes do que seja o Mundo Invisível.

Mas voltemos ao editorial da Folha de S. Paulo sobre violência no trânsito, cujo conteúdo, infelizmente, ainda é atualíssimo: “(...) a frase do grande poeta alemão reflete com admirável precisão a maneira como muitos encaram a morte. E não resta dúvida de que essa visão é especialmente comum entre os jovens, cuja inexperiência aliada a um arrebatamento natural como que lhes confere um sentimento de onipotência e imortalidade. E esse sentimento, por ser extremamente enganoso, tem muitas vezes consequências terríveis. As mais notáveis e perversas se fazem ver no alto índice de envolvimento de jovens em acidentes de trânsito no mundo inteiro. Desastres do tráfego já são a principal causa de morte nessa faixa etária, fazendo mais vítimas do que a aids ou outras doenças incuráveis”.

Não adianta apenas dispor leis para os seres humanos. É preciso prepará-los para a Lei. O código de trânsito já existe. Todos sabem que têm de utilizar o cinto de segurança, diminuir a velocidade e respeitar sinais e faixas. No entanto, por que muitos não cumprem essas normas? Talvez porque não valorizem a própria existência.

A campanha Vá sem pressa, faça uma prece!, promovida pela Legião da Boa Vontade (LBV), visa à conscientização de motoristas e pedestres, para que venham a acatar as leis de trânsito por Amor à sua vida e à dos semelhantes.

Fica aqui, portanto, a nossa contribuição para o fim da violência no trânsito, de forma que a velocidade irresponsável ainda existente nas ruas se sublime em atos cada vez mais velozes de respeito a todos e de socorro às pessoas em situação de pobreza. Eis o nosso lema: Promover Desenvolvimento Social, Solidário e Sustentável, Educação e Cultura, Arte e Esporte, com Espiritualidade Ecumênica, para que haja Consciência Socioambiental, Alimentação, Segurança, Saúde e Trabalho para todos, no despertar do Cidadão Planetário.

Vá sem pressa, faça uma prece!

 

LBV — trânsito livre para a Vida

Educação e trânsito

Lamentavelmente, poucos refletem no fato de que, no Brasil, o trânsito tem feito um número maior de vítimas do que muitas guerras. Segundo a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), entre 2020 e 2021, mais de 45 mil pessoas morreram por acidentes no Brasil. Boa parte desses casos não ocorreria se motoristas e pedestres fossem mais prudentes e observassem dicas simples ao conduzir um veículo ou ao atravessar uma rua. Atitudes iguais a essas evitariam o sofrimento de milhares de famílias e um custo total de R$ 1,5 trilhão, segundo estimativas — entre os anos de 2007 e 2018 — do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, (Ipea), publicado em setembro de 2020, em consequência dos acidentes de trânsito nas rodovias e vias urbanas.

Por isso, é fundamental:

— não dirigir cansado, sob a influência de emoções ou sob efeito de bebidas alcoólicas e/ou de qualquer substância entorpecente;

— não trafegar acima dos limites de velocidade;

— usar obrigatoriamente o cinto de segurança;

— conhecer bem o veículo que se dirige e mantê-lo em boas condições de funcionamento;

— desenvolver uma direção defensiva, prevenindo, dessa maneira, acidentes; e

— levar as crianças até 10 anos de idade no banco traseiro do carro.

A conscientização é o primeiro passo para o fim da “guerra” nas estradas e ruas brasileiras. Para isso, é muito importante, acima de tudo, que a Boa Vontade esteja presente entre motoristas e pedestres.

Vivamos, todos nós, em paz no trânsito!

 

Prece do Motorista

Extraída da revista BOA VONTADE no 26, de agosto de 1958, a oração ficou famosa na interpretação de Alziro Zarur (1914-1979), saudoso fundador da LBV e proclamador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, em seus programas radiofônicos.

 

“Jesus,

“quero que sejas

“a Luz dos meus olhos,

“para que eu veja sempre o caminho certo!

“O Guia dos meus braços,

“para que eu me dirija sempre para o Bem!

“A Força da minha vida,

“para que eu resista na luta diária pelo pão!

“O meu Amigo constante,

“para que eu sirva a todos com Boa Vontade!

“O Amor do meu coração,

“para que eu ame a todos como a mim mesmo!

“Que a Paz de Deus ilumine os nossos caminhos.

“E viva Jesus!”

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com

quarta-feira, 6 de julho de 2022

 

O patrimônio da Caridade

Paiva Netto

 

A Caridade é o conforto de Deus para as Almas e o relacionamento cordial entre criaturas que firmemente desejam a preservação deste mundo. Ela é uma função espiritual e social, não apenas um ato particular de socorrer apressadamente o mais próximo. É uma política dignificante, um planejamento humanitário, uma estratégia, uma logística de Deus, entendido como Amor, a nós oferecida, de modo que haja sobreviventes à cupidez humana. A Caridade é a Força Divina que nos mantém de pé. Sabemos, e basta ir ao dicionário, que Caridade é sinônimo de Amor. Portanto, é respeito, solidariedade, companheirismo, cidadania sem ferocidades. O mundo precisa de carinho e Amor Fraterno. Quem diz que não quer ser amado está doente ou mentindo, o que, no fundo, no caso em questão, é a mesma coisa. Pode ter certeza de que a pessoa está gritando lá dentro: “Socorro! Preciso ser amado! ou, preciso ser amada! Mas não tenho coragem de dizer! Tenho vergonha de reivindicar, um pouco que seja, da Fraternidade dos meus irmãos humanos! Mas escutem o meu apelo desesperado e silencioso!”

Como escrevi no livro Tratado Universal sobre a Dor (1990), o Amor revela a Luz, e a Luz espanta a treva. Que mais quereremos nós? O ser humano tem carência de Amor verdadeiro. É o que muitos dirigentes dos povos em definitivo precisam entender. Governa bem aquele que governa o coração. Exclamam alguns: “— Ah, eu não falo em Caridade!” Infelizmente creem que ela se resume em dar às pressas esmola ao mendicante que os interpela. Já estão em falta quando se irritam diante do necessitado, que em geral é efeito e não causa. Devem refletir sobre este ditado latino: “Hodie mihi; cras, tibi”. (Hoje, eu; amanhã, você). Ou seja: agora, o pedinte é ele; amanhã, poderemos ser nós. O pior é que alguns transferem essa “amofinação” para um sentimento elevadíssimo, que é a Caridade, que eles não entendem muito bem, mas que se personifica na cola que junta as partes separadas da sociedade mundial. Enfim, Caridade é a esperança que repousa em Deus.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

                                                 paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com