sexta-feira, 17 de junho de 2016

Salvemos nossas crianças

 

Paiva Netto


Jesus, no Seu Evangelho, consoante Mateus, 24:15 e 16, alertou:

Quando, pois, virdes a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda! — qui legit, intelligat), então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes”.

Que lugar mais santo no mundo pode existir além da intimidade das criaturas de Deus, o coração, o cérebro, a Alma das pessoas?
Atentemos para a covardia e crueldade contra nossas crianças que, quando não são arrancadas do útero materno, sofrem todo tipo de agressão física e/ou psicológica por parte daqueles que deveriam protegê-las. Tudo isso nos leva a pensar que já vivemos a época anunciada pelo Divino Mestre. Nunca como agora a abominação desoladora atacou tanto o ser humano. É palmar “fugir para os montes”, do pensamento e da compaixão, ou seja, para que do mais alto vigiemos melhor o “lugar santo”.
Num planeta que se arma até os dentes, mesmo parecendo que não, tendo a deusa morte como grande inspiradora, os locais seguros vão se reduzindo em velocidade descomunal. Mas existe um oásis que se deve fortalecer, porque é o abrigo das futuras gerações: o coração dos pais, em especial, o das mães. É nesse acolhedor ambiente que os pequeninos moldarão os seus caracteres. Daí terão ou não respeito ao semelhante, saberão ou não discernir o certo do errado, portanto, construirão ou não um mundo mais feliz.
O emblemático episódio, há alguns anos, envolvendo pessoa aparentemente “acima de qualquer suspeita”, guardiã da lei, que, segundo a perícia médica, impôs maus-tratos à filha adotiva, de apenas 2 anos, e tantos outros noticiados pela mídia são de estarrecer. Jogam por terra a ideia de que a violência doméstica está somente ligada à desarmonia familiar, às dificuldades financeiras, a problemas com drogas, a exemplo do álcool. Fica patente o grave desequilíbrio emocional presente nas esferas das relações humanas. Urge, pois, por significativa parcela da Humanidade, acurado exame de consciência.
Por que permitimos que a situação chegue a esse ponto? Valores como família, dignidade, fé e Espiritualidade precisam sobrepor-se à cultura do consumismo desenfreado, à frieza de sentimentos, à falta de caridade e à ganância desmedida.

Reflexões da Alma
Não somos palmatória do mundo, mas gostaríamos de colaborar na busca de respostas a essas inquietantes indagações. No meu livro Reflexões da Alma, pondero:
O mundo fatiga-se com demasia de palavras e pobreza de ações eficazes, atos que de forma efetiva sirvam de modelo para a concretização de um espírito de concórdia, que na verdade transforme o indivíduo de dentro para fora, coisa que não se consegue por decreto. Evidentemente que esse trabalho espiritual e humano de iluminação das criaturas deve ser acompanhado por acertadas medidas políticas, econômicas e sociais; Instrução; Educação; e a indispensável Espiritualidade Ecumênica. Isto é, uma perfeita sintonia com as Dimensões Superiores da Humanidade Celeste, até agora invisíveis aos nossos olhos materiais.
O estágio de fragilidade moral do mundo é tão avançado, apesar dos progressos atingidos, que, para acabar com a violência, só existe uma medicina forte: a da escalada da Fraternidade Solidária, aliada à Justiça, na Educação. Por isso, ecumenicamente espiritualizar o ensino é um poderoso antídoto contra a agressividade. Por falar na “Senhora de Olhos Vendados”, aqui um ilustrativo pensamento do ensaísta francês Luc de Clapiers, Marquês de Vauvenargues (1715-1747): “Não pode ser justo quem não é humano”. Por conseguinte, também não é possível ser feliz.

Jesus e as mães
A professora Adriane Schirmer, de São Paulo/SP, enviou-me e-mail no qual destaca meu artigo “Jesus e as Mães”: “O que dizer de tão comovida prece? Numa sociedade em que o Dia das Mães é direcionado às vendas, o senhor não se esquece nem daquelas que já estão no mundo espiritual, zelando, com certeza, pelos que aqui ficaram”.
Grato, professora Adriane. A maternidade é um sol que não se apaga.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Doe vida

Paiva Netto


Não há nada mais valioso na Terra do que a existência humana. No planeta, somos os únicos seres conscientes da finitude física, embora prossigamos nossa jornada de aprendizado, no âmbito espiritual, após o fenômeno chamado morte. A partir do momento que valorizamos a vida desde o seu estágio físico, construímos, verdadeiramente, uma Sociedade Solidária Altruística Ecumênica.
A doação de sangue, aplaudível vereda que aproxima o ser humano de sua humanidade, é indispensável em favor de tantos que lutam para sobreviver.
No Brasil, em período de férias e feriados, justamente quando ocorrem mais acidentes de todo tipo, cresce a demanda por sangue e diminui o número de doadores. Um cálculo cujo saldo preocupa os hemocentros do país.

 

Déficit Nacional

Em entrevista ao programa Sociedade Solidária, da Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV — Canal 196), a dra. Selma Soriano, médica hematologista e hemoterapeuta da Fundação Pró-Sangue de São Paulo, fez um apelo: “Que a população antes de tirar férias, de sair em viagem, faça a sua doação de sangue. Normalmente, a demanda de sangue em feriados aumenta em torno de 30%, e a doação cai em torno de 40%. Daí trabalharmos sempre com os estoques no limite. Desse modo, priorizamos o atendimento de urgência (...)”.
A transfusão de sangue é imprescindível não somente no socorro às vítimas de graves acidentes, de catástrofes como deslizamentos de terra, inundações etc. A dra. Selma explica: “Precisamos, e muito, de doações de sangue no tratamento de pacientes que estão em Unidade de Terapia Intensiva; para os que lutam contra o câncer que, às vezes, carecem de reposição de sangue; e para os pacientes de transplante de órgãos. No caso de doenças congênitas, temos a hemofilia. Isso sem falar nas cirurgias. Nas de grande porte, 60% delas necessitam de transfusão de sangue”.
Segundo o Ministério da Saúde, 3,7 milhões de pessoas doam sangue anualmente no Brasil. Está longe de ser o ideal, já que deveríamos ter cerca de 5,4 milhões de doadores. Para suprir esse déficit são feitas campanhas de apelo à sociedade. “Temos 1,8% da população brasileira que doa sangue, e a gente deveria estar entre 3% e 5%. Faltam componentes sanguíneos para algumas situações específicas”, revela a hematologista.

 

Minutos que salvam

Que essa ação caritativa se torne um hábito saudável e permanente, já que é algo que não exige sacrifício algum.“Entre a pessoa chegar a um banco de sangue e fazer a sua doação, ela permanece de 40 a 50 minutos no máximo. O ato em si, propriamente dito, leva apenas 7 minutos”, afirma a dra. Selma.
Inúmeros são os postos de coleta no Brasil. No site www.prosangue.sp.gov.br, você encontra vários deles e se informa quanto aos requisitos básicos para ser um doador de sangue.
Eis nosso contributo no esclarecimento geral a respeito desse importante assunto. Doar sangue, gesto que merece o devido apoio de todos, pode ser a própria salvação do ofertante amanhã.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

Ser humano: uma espécie em extinção

 

Paiva Netto


Aristóteles (384-322 a.C.) afirma que o homem é um animal racional. Consagrada a definição, torna-se imperioso dar maior abrangência ao debate ecológico, acostumado a privilegiar a fauna e a flora. O ser humano precisa estar inserido nessa discussão, visto que, com seu Espírito Eterno, é a criatura mais importante da Terra. Muitos querem salvar a Amazônia, contudo quantos se preocupam em salvar nossas crianças?
A Legião da Boa Vontade nunca foi contrária ao progresso, todavia condena a poluição dos mananciais e das praias, a derrubada das florestas, o emporcalhamento dos campos, enfim, as agressões ao meio ambiente. Porque entende que a destruição da Natureza é a extinção da raça humana, pois, a todo momento, em diferentes países, o homem, na ânsia de enriquecer a qualquer preço, cava a própria sepultura. O Profeta Isaías já fazia no Velho Testamento da Bíblia Sagrada uma advertência nos versículos cinco e seis do capítulo 24 do seu Livro:
(...) 5 Na verdade a terra está contaminada por causa dos seus moradores, porquanto transgridem as leis, violam os estatutos e quebram a aliança eterna.
6 Por isso, a maldição consome a terra, e os que habitam nela se tornam culpados; por esse fato, serão queimados os moradores da terra, e poucos homens restarão”.
O sexto versículo, uma antevisão milenar, aponta um conflito atômico, hipótese viável numa sociedade que já deflagrou duas guerras mundiais e pouco respeito dá à terra, da qual o homem, desde o seu nascimento, retira seu sustento. Este planeta é a habitação comum dos povos. O ser humano e seu Espírito Eterno não são criações à parte da Natureza, mas seus expoentes. A riqueza deste orbe é sua Humanidade, visível e invisível, ecologicamente conciliada com a fauna e a flora, com todo o meio ambiente. A propósito, cabe lembrar o soneto do grande poeta e Fundador da LBV, Alziro Zarur (1914-1979):

 

“A Suprema Vergonha

Mãe Natureza, eu — Poeta — sou teu filho,
E em teu piedoso seio, calmo, ingresso.
Basta-me olhar-te, e a vislumbrar começo
A miséria sem fim do humano trilho.

Dessa contemplação eis que regresso,
E, ó Mãe Perfeita, vê quanto eu me humilho:
Só o homem maculou esse teu brilho
Com a cínica mentira do progresso!

Ante a tua bondade intraduzível,
Serenissimamente inconsuntível,
As humanas grandezas todas somem...

E, ó Mãe Natura, se algo me envergonha
Ao contemplar-te, Mãe, eis a vergonha:
É a suprema vergonha de ser homem!”.

(...) O ser humano tem-se colocado nessa posição, da qual terá obrigatoriamente de sair pelo próprio esforço e merecimento, para não se transformar em uma “espécie em extinção”. Todo dia é dia de renovar nosso destino. A Vida sempre vence.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

terça-feira, 14 de junho de 2016

Segurança infantojuvenil

Paiva Netto


Abuso e exploração sexual infantojuvenil. Assuntos que não podem ser ignorados. Problemas de magnitude global que exigem alerta constante de todos nós, principalmente dos pais e dos governos. Nada melhor que procurarmos caminhos eficientes em prol da assistência aos pequeninos.
Os Jogos Olímpicos trarão ao Brasil em agosto deste ano um enorme fluxo de turistas, algo providencial para a movimentação do comércio e de outros setores de serviço. Contudo, potencializa ainda mais a vulnerabilidade de crianças e jovens no que diz respeito à exploração sexual.
Juntamos nossos esforços aos de numerosas organizações do Terceiro Setor e aos do próprio governo no combate a essa terrível violência.
A Boa Vontade TV (Oi TV — Canal 212 — e Net Brasil/Claro TV — Canal 196), no programa Sociedade Solidária, trouxe elucidativa entrevista com a professora Dalka Chaves de Almeida Ferrari, membro da diretoria do Instituto Sedes Sapientiae, de São Paulo/SP, e coordenadora-geral do Centro de Referência às Vítimas de Violência (CNRVV).
A segurança das crianças e dos jovens, segundo a professora Dalka, carece de uma mobilização geral: “Trata-se de trabalho contínuo que merece uma atenção constante da política pública para fazer esse enfrentamento. E hoje são necessárias a capacitação e a sensibilização dos hotéis, com seus gerentes e todo o corpo de trabalho, dos taxistas, do pessoal da rodoviária, dos ônibus, dos aeroportos. Se for pensar em política, todos os ministérios teriam que ser capacitados para fazer esse enfrentamento”.

 

Quebrar o pacto do silêncio

Durante sua conversa com o sociólogo Daniel Guimarães, apresentador do Sociedade Solidária, a professora Dalka Ferrari enfatizou também a imprescindível providência de proteção da criança dos abusos sexuais nos ambientes doméstico e social: “Quebrar o pacto do silêncio, conseguir falar desse assunto, porque ainda é muito velado, é meio tabu dentro da sociedade. Se a gente tiver jovens esclarecidos, conscientizados, sensibilizados sobre os cuidados que têm que ter com o próprio corpo, os limites que são dados, eles se sentirão bem e não deixarão que esse corpo seja invadido. Então, é quase que uma reeducação do autoconhecimento. A pessoa tem que se conhecer, saber exatamente o que ela quer para sua vida, os riscos que pode correr com os envolvimentos”. (...)
E prossegue, enfática: “Isso tudo é algo que precisa ser discutido, porque, se a gente não conscientizar, desde a criança, o adolescente, o jovem até os pais, os educadores, que cuidam dessa criança e desse adolescente todo dia, a gente não vai fazer esse problema vir à tona. As pessoas têm vergonha de falar, não querem enfrentá-lo. E, à medida que o jovem ficar autônomo, sabendo como se defender, ele poderá ajudar outro jovem, poderá ser um multiplicador desses conhecimentos”.
Psicóloga, especialista em violência doméstica, ela reforça: “Então, o objetivo maior de tudo isso é fazer com que eles conheçam (...) quais são as situações perigosas em que podem se envolver, ou em que precisam se defender dentro e fora da família. Porque é assim: a proteção dos pais existe por um tempo, mas há uma hora que vai depender da criança e do jovem fugirem, saírem ou pedirem ajuda por causa do risco que estão enfrentando”.
Estamos tratando de tema realmente complexo e que deve ser salientado e discutido na mídia, em casa, nas igrejas, nas escolas, nas universidades, no trabalho, em toda a parte, de modo a ampliarmos a guarda em torno da infância e da juventude. E tenhamos em nossas agendas o Disque 100 (Disque Direitos Humanos), para fazer denúncias, procurar ajuda.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
paivanetto@lbv.org.br – www.boavontade.com

domingo, 12 de junho de 2016

Dia dos Namorados


Paiva Netto

Dedico aos que se amam — e os enamorados pela vida também estão incluídos — trecho de uma prece ecumênica que proferi, de improviso, na Super Rede Boa Vontade de Rádio:
Ó Jesus, cuja misericórdia nos sustenta, hoje o nosso pedido é em favor daqueles que se amam, se unem, se casam, que pela força do Amor enfrentam as dificuldades do caminho, criam seus filhos — se os têm — e avançam na direção de Deus, o Amor Supremo que liga realmente os corações dos que se amam.
Amor é medicina para a Alma. É o segredo do sucesso permanente. Amor, ensinamento de Jesus, é, nesta definição do Apóstolo Pedro (I-4:8), o poder que “cobre uma multidão de pecados”, isto é, quem age em função dele transforma seus erros e os dos demais em semente para tempos melhores; constrói a segurança que o mundo, por desfazer do Amor, não consegue realizar ainda. O segredo está em saber amar na medida deixada por Ti, Cristo Ecumênico, Divino Estadista, para todos os povos, porque o Amor derruba as fronteiras. É a maior força da Vida. É o que sustenta todas as obras de Boa Vontade. Que nos impede de claudicar. Que nos alimenta e nos dá força, afastando de nós as carências.
É ele, o Amor, que vibra nas nossas Almas, que mantém juntos os que realmente se respeitam. Por isso, se amam, e amam-se porque se respeitam. Para todos esses, sem exceção, o nosso pedido a Deus, ao Cristo e ao Espírito Santo para que se realizem no Amor eternamente.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

sexta-feira, 10 de junho de 2016

Desumanidade gera desumanidade

 

Paiva Netto


No meu estudo Cidadania do Espírito, comento:
Desumanidade gera desumanidade. Aí está, em resumo, a explicação do estado atual nas diversas regiões do planeta. Porém, com a riqueza de nosso Espírito, podemos edificar um amanhã mais apreciável. Entretanto, nenhuma reforma será duradoura se não houver o sentido de Caridade, o respeito ao cidadão e o bom comando das gentes, atuando na Alma. Todavia, para que isso realmente ocorra, é necessário que estejamos integrados em Deus, que é Amor, portanto, Caridade. Sem essa providência e perseverança nela, como preconiza Jesus, possivelmente nem saberíamos por onde começar. A integração verdadeira em Deus e em Sua Lei, expressa pelo Divino Mestre no Seu Novo Mandamento, é a reforma que falta ter início. Disse Jesus: "Novo Mandamento vos dou: Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos, se tiverdes o mesmo Amor uns pelos outros. O meu Mandamento é este: que vos ameis como Eu vos tenho amado. Não há maior Amor do que doar a própria Vida pelos seus amigos. Porquanto, da mesma forma como o Pai me ama, Eu também vos amo. Permanecei no meu Amor" (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35, 15:12, 13 e 9).

Supremo poder da Alma
Caridade é a comprovação do supremo poder da Alma ao construir épocas melhores de vida (material e espiritual) para as criaturas e seus países, os Cidadãos do Espírito. Não existe maior inspiração para a boa política do que ela, seguida pela Justiça aliada ao Bem. Absurdo?! O tempo mostrará que não. Resta às multidões aprender em definitivo a enxergar essa realidade e desenvolver o sentido de compaixão. Assim, com o passar das eras, o mundo abandonará a doença que, pelos milênios, lhe tem feito tanto mal: a pouca atenção que dá à força do Amor Fraterno, “princípio básico do Ser, fator gerador de Vida, que está em toda parte e é tudo”.
Sobre o sublime ato de se doar ao próximo e suas consequências sociais, assim se manifestou o pensador político francês Alexis de Tocqueville (1805-1859), autor de A democracia na América: “A caridade dos indivíduos se dedica às maiores misérias, procura o infortúnio sem publicidade e, de maneira silenciosa e espontânea, repara os males. (...) Pode produzir somente resultados benéficos. (...) Alivia muitas misérias, sem produzir nenhuma”.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Deserto, seca, poluição...

Paiva Netto

Dezessete de junho é o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca. Vale, portanto, ressaltar recentes e alarmantes estatísticas. Uma delas vem da OMS, conforme nos informa o site da ONU-Brasil: “A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou a necessidade de reduzir as emissões de poluentes como o carbono negro, o ozônio, o metano e o dióxido de carbono, que não só contribuem para as mudanças climáticas, como também provocam mais de 7 milhões de mortes associadas à poluição do ar por ano”. E, conforme noticiou a Deutsche Welle, uma pesquisa do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica diz que os reservatórios de água no país, considerados críticos pela Agência Nacional de Águas (ANA), perderam em média 80% de sua cobertura florestal.
Ora, os danosos impactos desse verdadeiro “arboricídio” estão aí. O ar, o solo e a água diariamente escasseiam em qualidade, fertilidade e abundância.

Cuidado, estamos respirando a morte
Há 16 anos, em 1o de julho de 2000, a revista Manchete publicou um artigo meu que parece até que foi escrito hoje:
Atualmente, em vastas regiões da Terra, o simples ato de respirar corresponde à abreviação da vida. Sofrimentos de origem pulmonar e alérgica crescem em progressão geométrica. Hospitais e consultórios de especialistas vivem lotados com as vítimas das mais diferentes impurezas.
Abeirar-se do escapamento de um veículo é suicídio, tal a adulteração de combustível vigente por aí. Isso sem citar os motores desregulados...

Cidades assassinadas
Quando Você se aproxima, por estrada, via aérea ou marítima, de grandes centros populacionais do mundo, logo avista paisagem sitiada por oceano de gases nocivos.
Crianças e idosos moram lá... Merecem respeito.
No entanto, de maneira implacável, sua saúde vai sendo minada. A começar pela psíquica, porquanto as mentes humanas vêm padecendo toda espécie de pressões. Por isso, pouco adiantará cercar-se de muros cada vez mais altos, se de antemão a ameaça estiver dentro de casa, atingindo o corpo e a psicologia do ser.
Em cidades praieiras, a despeito do mar, o envenenamento atmosférico avança, sem referência à contaminação das águas e das areias... O que surpreende é constituírem, muitas delas, metrópoles altamente politizadas, e só de algum tempo para cá seus habitantes na verdade despertarem para tão terrível risco.
Despoluir qualquer área urbana ou rural deveria fazer parte do programa corajoso do político que realmente a amasse. Não se pode esperar que isso apenas ocorra quando se torna assunto lucrativo. Ora, nada mais proveitoso do que cuidar do cidadão, o Capital de Deus.
As questões são múltiplas, mas esta é gravíssima: estamos respirando a morte. Encontramo-nos diante de um tipo de progresso que, ao mesmo tempo, espalha ruína. A nossa própria.
Comprova-se a precisão urgente de ampliar em largo espectro a consciência ecológica do povo, antes que a queda de sua qualidade de vida seja irreversível. Este tem sido o desafio enfrentado por vários idealistas pragmáticos. Entretanto, por vezes, a ganância revela-se maior que a razão. O descuido no preparo de certas comunidades, para que não esterilizem o solo, mostra-se superior ao instinto de sobrevivência. (...)

A poluição que chega antes
A infinidade de poluições que vêm prejudicando a vida de cada um deriva da falência moral que, de uma forma ou de outra, inferniza a todos. Viver no presente momento é administrar o perigo. Mas ainda há tempo de acolhermos a asserção de Antoine de Saint-Exupéry(1900-1944): “É preciso construir estradas entre os homens”. Realmente, porque cada vez menos nos estamos encontrando nos caminhos da existência como irmãos. Longe da Fraternidade, não desfrutaremos a Paz.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

quarta-feira, 8 de junho de 2016

Alerta aos Jovens

 

Paiva Netto


Tóxicos: “Carta de um filho para o pai”
Nos idos de 1980, apresentei, na Super Rede Boa Vontade de Comunicação* (rádio, TV e publicações, hoje, o fazemos também pela internet), “Carta de um filho para o pai”, publicada em O Imparcial, de Monte Alto/SP. Nela, um jovem de 19 anos, usuário de entorpecentes, escreve um bilhete de adeus ao seu genitor. Diante da comoção dos ouvintes, determinei que o texto fosse impresso em diferentes idiomas. É indispensável o esclarecimento dos pais. Nas passeatas e panfletagens, em conferências, na rádio e na TV, os orientamos a prestar maior atenção ao cotidiano dos filhos, suas amizades, dúvidas, ambientes que frequentam. O caso é verídico, aconteceu num hospital de São Paulo/SP:
“Acho que neste mundo ninguém procurou descrever seu próprio cemitério. Não sei como meu pai vai receber este relato, mas preciso de todas as forças enquanto é tempo. Sinto muito, meu pai, acho que este diálogo é o último que tenho com o senhor. Sinto muito, mesmo... Sabe, pai, está em tempo de o senhor saber a verdade de que nunca desconfiou. Vou ser breve e claro, bastante objetivo.
“O tóxico me matou. Travei conhecimento com meu assassino aos 15 anos de idade. É horrível, não, pai? Sabe como conheci essa desgraça? Por meio de um cidadão elegantemente vestido, bem elegante mesmo, e bem-falante, que me apresentou ao meu futuro assassino: a droga.
“Eu tentei recusar, tentei mesmo, mas o cidadão mexeu com o meu brio, dizendo que eu não era homem. Não é preciso dizer mais nada, não é, pai? Ingressei no mundo do vício.
“No começo foi o devaneio; depois as torturas, a escuridão. Não fazia nada sem que o tóxico estivesse presente. Em seguida, veio a falta de ar, o medo, as alucinações. E logo após a euforia do pico, novamente eu me sentia mais gente do que as outras pessoas, e o tóxico, meu amigo inseparável, sorria, sorria.
“Sabe, meu pai, a gente, quando começa, acha tudo ridículo e muito engraçado. Até Deus eu achava cômico. Hoje, no leito de um hospital, reconheço que Deus é mais importante que tudo no mundo. E que sem a Sua ajuda eu não estaria escrevendo esta carta. Pai, eu só estou com 19 anos, e sei que não tenho a menor chance de viver. É muito tarde para mim. Mas ao senhor, meu pai, tenho um último pedido a fazer: mostre esta carta a todos os jovens que o senhor conhece. Diga-lhes que em cada porta de escola, em cada cursinho de faculdade, em qualquer lugar, há sempre um homem elegantemente vestido e bem-falante que irá mostrar-lhes o futuro assassino e destruidor de suas vidas e que os levará à loucura e à morte, como aconteceu comigo. Por favor, faça isso, meu pai, antes que seja tarde demais para eles.
“Perdoe-me, pai... já sofri demais, perdoe-me também por fazê-lo padecer pelas minhas loucuras.
“Adeus, meu pai”.

*      *     *

Algum tempo após escrever essa carta, o jovem morreu.
Eis por que fraternalmente advertimos: Cuidemos bem de nossa juventude, como o faz a Legião da Boa Vontade, porque a nenhum de nós interessa ter amanhã uma pátria de drogados, bêbados e frustrados. Queremos, isto sim, uma geração, uma civilização de homens e mulheres, jovens e crianças honrados, realizadores no Bem, amantes da Paz, da Verdade e da Justiça. É por isso que a LBV trabalha incessantemente.
A propensão dos jovens é acreditar e batalhar pelo futuro. Graças a Deus!
Ainda bem!

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

terça-feira, 7 de junho de 2016

Vida em revolução

Paiva Netto

 

Faço hoje uma referência ao primeiro livro do biólogo inglês Rupert Sheldrake, publicado em 1981: Uma nova ciência da vida. O autor apresenta a Teoria da Ressonância Mórfica. Nela, propõe a existência de estruturas que se desdobram pelo espaço-tempo dando forma e comportamento a tudo. Desse modo, o átomo, as próprias moléculas, os tecidos, os organismos e mesmo as sociedades, os sistemas planetários e as galáxias estariam atrelados a campos peculiares.

Mudança de paradigma
A revista BOA VONTADE, no 228, na seção “Espírito e Ciência”, publicou trechos inéditos de palestra gravada por Rupert, em sua residência em Londres, para o Fórum Mundial Espírito e Ciência (FMEC), promovido pela Legião da Boa Vontade.
Trago-lhes, para reflexão, extratos da palavra do biólogo inglês: “Neste momento está ocorrendo uma mudança de paradigma na Ciência. Ela altera a visão mecanicista, surgida no século 17, que postulava que todo o Universo seria uma máquina, incluindo animais, plantas e nós, seres humanos. Não há Alma ou espírito no mundo natural. (...) A exceção seria a mente humana racional, que se supõe localizada em uma diminuta parte do cérebro, a glândula pineal. (...) O que fazemos, neste instante, é nos libertar disso. A Terra não é mais vista como um sistema mecânico, mas, sim, um ser vivo chamado Gaia. Os átomos não mais representam pequenos blocos de matéria como bolas de bilhar, ao contrário, são semelhantes a organismos, padrões vibratórios de atividade”.

Consciência Divina
Durante o bate-papo com a equipe da Super Rede Boa Vontade de Comunicação, o também filósofo e Ph.D. em bioquímica revelou que “a maioria das pessoas que acreditam em Deus, eu inclusive, não o faz porque se alistou para seguir um conjunto de dogmas sem sentido, cientificamente falando. (...) Todas as religiões estão baseadas em experiências que vão além da comum, do dia a dia, em uma conexão com a forma superior de consciência. Se a Natureza se faz de toda série de níveis, existe o nível humano, o de Gaia, o do sistema solar, da Via-Láctea, em cada um deles pode haver formas de consciência acima das humanas.
“(...) Naturalmente, se a Consciência Divina está por trás de todo o Universo e, automaticamente, é sua fonte criativa, claramente seria bem maior em abrangência do que a nossa própria. Não deveríamos esperar entendê-la pelo raciocínio. (...)
“Não vejo conflito entre Ciência e Religião desde que haja uma visão aberta em ambas. (...) Tanto uma quanto outra tentam compreender a natureza última da realidade, e as duas precisam admitir que ainda não chegamos lá. (...) Uma pode reforçar a outra, podem se ajudar mutuamente na descoberta do Cosmos. (...) Em minha opinião, a união desses dois estudos será o fato mais empolgante a ter lugar nas próximas décadas”.

O sétimo elemento
A comprovação de que muito falta para encontrarmos respostas às inquietantes indagações sobre a origem da vida na Terra, bem como fora dela, pode estar na fascinante descoberta de um micro-organismo denominado GFAJ1 — feita por uma equipe da Nasa, no lago Mono, no nordeste da Califórnia (EUA). Esse fato muda por completo o que até então sabíamos sobre a formação de todas as criaturas; isso porque um dos conceitos mais sólidos da ciência afirma que toda forma de vida depende das combinações entre oxigênio, carbono, hidrogênio, nitrogênio, enxofre e fósforo. Testes em laboratório demonstraram que esse micro-organismo não só sobreviveu às doses maciças de arsênio – elemento químico venenoso para a vida na Terra –, como também foi gradativamente incorporando-o às suas moléculas. Com isso, abre-se a possibilidade, inclusive, da existência de novas formas de vida dentro e fora do orbe terrestre.
A astrobióloga Felisa Wolfe-Simon, chefe dos pesquisadores, destacou: “Até hoje se pensava que todas as formas de vida precisavam de fósforo e este micróbio substitui fósforo por arsênio. Isso é profundo. O que mais poderemos encontrar?”.

Rumo ao Espírito
A ciência investigativa, pautada por princípios éticos, há de nos levar um dia, não tão distante talvez, a deparar com a realidade do Espírito. Em 1981, durante a conferência “A Decodificação do Pai-Nosso”, que rea­lizei em Porto Alegre/RS, no Ginásio de Esportes do Colégio Protásio Alves, convidei o povo que me honrava com sua atenção a desenvolver este raciocínio:
A ciência tradicional deverá preparar-se para absorver os muitos dados novos coligidos pela Ciência de ponta. Entretanto, terá de incluir igualmente nas novidades o reconhecimento do Mundo Espiritual, não como resultado de químicas cerebrais que excitariam a mente humana na região do ilusório, pois esta conclusão é muito cômoda, sobretudo ante a realidade pluridimensional, onde existe o prolongamento da vida consciente e ativa do ser, nas esferas ainda imperceptíveis ao sentido visório.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Não existe futuro sem moços

 

Paiva Netto


Na LBV, não alimentamos clima para conflito de gerações. Pelo contrário: aliamos ao patrimônio da experiência dos mais velhos a energia dadivosa dos mais moços. E o povo ganha com isso.
Estamos constantemente recordando aos jovens que um dia também terão cabelos brancos. Da mesma forma fraternalmente falamos aos idosos, lembrando-lhes de que já foram moços... É muito importante não esquecermos disso...
Os jovens amanhã envelhecerão também... Se quiserem manter o mesmo espírito de esperança, a mesma feição juvenil, apesar das naturais rugas do tempo e dos sempre belos cabelos brancos, pratiquem o Bem. Não há outro caminho. É o Espírito que fortalece o nosso ânimo, que nos concede a beleza eterna da simpatia. Não há melhor cosmético do que a consciência tranquila.
Pode parecer um paradoxo. Todavia, o país que desampara os seus idosos não crê no futuro da sua mocidade. Que é a nação, além de seus componentes? Havendo futuro, os moços envelhecerão. Viverão mais. Irão aposentar-se... Uma convicção arraigada do gozo imediato das coisas é a demonstração da descrença no amanhã. E os que podem pensam: “Vamos viver agora, antes que tudo acabe!”. E os que conseguirem resistir tanto que se danem... Não há exagero algum aqui. É o que se vê. Tem-se a impressão de que muitos daqueles que desfrutam do vigor da juventude ignoram a possibilidade de até mesmo alcançar a decrepitude. Mas poderão chegar lá... Não existe futuro sem moços. Também não o há sem velhos. Jovem é aquele que não perdeu o ideal.

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.