segunda-feira, 18 de outubro de 2021

 

Visão geoantropocêntrica do pensamento

Paiva Netto

 

Da nova edição de minha obra Jesus e a Cidadania do Espírito (2019), destaco um tema que é muito apropriado a este nosso estudo. Nele, afirmo — e não se espantem: O conhecimento humano não deve escravizar as Almas.

Alguns pensadores, embora tenham abandonado a perspectiva que Ptolomeu (90-168) possuía a respeito da Terra e do Sol — a de que tudo girava ao redor de nosso planeta (geocentrismo) —, lá no fundo, ainda assim academicamente raciocinam. Cultivam uma visão geoantropocêntrica em suas observações, submetendo os próprios juízos à distorcida imagem de uma ciência que, apesar de percorrer longuíssimas distâncias, no bojo de bólidos e mais bólidos de ultravelocidade, ideologicamente orbita em torno do globo terrestre; de uma filosofia cujo eixo gravitacional é o orbe que habitamos; de uma limitada espiritualidade geoestacionária etc. Não creem, hoje em dia, no errôneo sistema astronômico do pensador grego, mas agem, falam, escrevem como se tudo estivesse restrito à nossa área ou à visão material do Universo.

Escrevi na Folha de S.Paulo, na década de 1980, que isso nada mais constitui do que um sistema egocêntrico: o ser humano a pretender que tudo evolua em torno do seu ego. Quanta presunção!

Porém, já há muitos que se referem a novos universos, por meio do estudo da mecânica quântica e relativística. E mais: pelo menos alguns, por exemplo, já têm intuído a existência de outros Cosmos, os espirituais, revelados pela Ciência além da ciência.

Precisamos ter a compreensão de que, mesmo estando na Terra, vivemos a Vida Eterna. Aonde você vai, meu Irmão, minha Irmã, meu jovem, minha jovem, durante o sono? Há regiões sublimes ainda não alcançáveis a Espíritos de poucas luzes. Quando chegar a hora, as portas lhes serão abertas. Ninguém jamais deve forçar a sua entrada pelo aparente, porém desastroso, “atalho” do suicídio, pois as consequências são gravíssimas: conduz a Alma a territórios espirituais asfixiantes, umbralinos, trevosos. A Lei de Deus tem que ser respeitada.

Muitas vezes, o indivíduo, quando infringe as leis humanas, fica aparentemente impune. E coisas dessa natureza têm sido a desgraça das nações. Entretanto, não se iludam: no Mundo Espiritual, ou ainda mesmo na matéria, o sujeito é apanhado pela Lei de Deus. Diante dos sublimes mecanismos do Cosmos, não há brechas para o não cumprimento da Lei Divina. O que pode existir, isso sim, é um acréscimo de misericórdia de que nos fala Jesus. Mas o certo é que não há impunidade ao infrator em nenhum ponto do Universo.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com

 

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Serviço – A Missão dos Setenta e o “lobo invisível” (Paiva Netto), 384 páginas. À venda nas principais livrarias ou pelo www.amazon.com.br.

 

domingo, 17 de outubro de 2021

 

Talheres e Espírito

Paiva Netto

 

“Boa Vontade para mudar os hábitos.” Este foi o tema do 8o Fórum Internacional dos Soldadinhos de Deus, da LBV, no sábado, 26/3/2011.

Na Legião da Boa Vontade costumamos carinhosamente chamar as crianças de Soldadinhos de Deus. Por que?! Queremos este mundo semeado por um gigantesco exército de corações bem formados pelo Amor Fraterno e Ecumênico, pela Generosidade, pela Solidariedade...

Reproduzo-lhes trechos de meu improviso, ao dirigir-me a eles, no encerramento do Fórum:

 

Que prazer estar hoje com vocês! Quero destacar um fato de que a maioria já tem conhecimento: são as próprias crianças que comandam este evento. É claro que com o apoio e a experiência dos mais velhos, mas são elas que escolhem os temas e tantas atividades mais que firmam a riqueza de um fórum nascido e desenvolvido por si mesmas.

 

Cidadãos Celestes

Mudar os hábitos. Como? O que é fundamental? Muita gente deixa de comer com as mãos e passa a usar talheres. Mudaram os hábitos dessas pessoas. Mas será uma reforma suficiente? Que somos nós? Espírito, acima de tudo Espírito, transitoriamente corpo! Então, é a partir daí que temos de raciocinar. Por isso a minha preocupação em falar-lhes tanto da cidadania do Espírito. No meu livro É Urgente Reeducar! (2010), abordo esse assunto. Porque, se não soubermos a nossa origem, todos os nossos atos poderão ser equivocados. E vão desabar em cima de erro sobre erros.

Que tal espiritualmente avaliarmos as situações para iniciar novos passos com acerto? Com esse conhecimento podemos realizar mudanças como nunca ocorreram antes. Se somos, em primeiro lugar, Espírito, dirigidos achamo-nos consequentemente por leis que estão acima das mais expressivas construções jurídicas do planeta Terra. Por quê?! O Código Hamurabi, o Direito Romano, a reforma do Código Civil, feita por Napoleão Bonaparte (1769-1821), são de suprema valia. Mas limitam-se ao saber terreno. E nós, antes de cidadãos dos países, somos Cidadãos Celestes. Temos que partir do Espírito, que é eterno. Portanto, averiguar de que modo ele funciona.

 

Riquezas incomensuráveis

A Ciência, ou melhor, alguns cientistas vivem distanciados desse conceito por negarem a existência da Vida além da vida e antes da vida material. E, com esse ato dogmático, o que fazem? Fecham a porta para si mesmos de campos amplíssimos. Não acessam riquezas incomensuráveis abertas para a nossa Alma, que estão lá aguardando que sejamos realmente homens e mulheres libertos, capazes de enfrentar o estabelecido como infalível. Nada pode ser considerado imutável quando a Ciência é a descoberta diária de conhecimentos novos e mundos desconhecidos.

Quantas coisas hoje anunciadas como verdades inamovíveis daqui a meia hora deixarão de o ser? Quem disse que vocês, crianças, não entendem isso? Estou falando para os seus Espíritos, às vezes mais velhos do que os de adultos, gente também de valor inestimável. Por isso interesso-me em falar com a Alma de vocês. Então, se somos, acima de tudo, Seres Eternos, temos de partir do princípio de que o governo da Terra começa no Céu.

Voltarei ao assunto.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com

 

 

sábado, 16 de outubro de 2021

 

Pensamento desgovernado e o “lobo invisível”

Paiva Netto

 

Minhas Amigas e meus Irmãos, minhas Irmãs e meus Amigos, em minha obra A Missão dos Setenta e o “lobo invisível”, reproduzo a palestra que proferi na Super Rede Boa Vontade de Rádio em 31 de dezembro de 2004, que depois, em série, publiquei, acrescida de novas considerações, na revista JESUS ESTÁ CHEGANDO!. Pela ótica ecumênica da Quarta Revelação, a Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, prossigo no combate à funesta ação do pensamento desgovernado — que solertemente atua, o mais das vezes, como se fora um “lobo invisível”, um espírito trevoso, encarnado ou não — e discorro sobre estratégias para melhor nos proteger de seus danosos efeitos.

 

Males afugentados pela sabedoria

(Provérbios, 2:6 e 10 a 15)

“6 O Senhor dá a sabedoria, e da Sua boca vêm a inteligência e o entendimento.

“10 Porquanto a sabedoria entrará no teu coração, e o conhecimento será agradável à tua alma.

“11 O bom conselho te guardará, e a prudência te conservará,

“12 a fim de te livrar do caminho mau e do homem que fala coisas perversas;

“13 dos que deixam as veredas da retidão, para andar por caminhos tenebrosos;

“14 que se alegram depois de ter feito o mal e triunfam de prazer nas piores coisas;

“15 cujos caminhos são todos corrompidos e cujos passos são infames.”

 

Ou seja, o “lobo”, invisível ou visível, é que trabalha por manter o pensamento da ovelha desgovernado. Entretanto, o Bom Pastor, Jesus, sempre atento, estende Sua bendita e forte mão ao rebanho, qualquer que seja o nome que possua, para que não se perca e aprenda as lições de Sua Divina Sabedoria, a qual afugenta das mentes os males.

Ainda na análise que realizo do Evangelho de Jesus, segundo Lucas, 10:1 a 24, em Espírito e Verdade, à luz do Mandamento Novo do Cristo Ecumênico, o Divino Estadista — “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35) —, ilustro meus comentários com outra importante passagem da Boa Nova, descrita nas anotações de Marcos, 5:1 a 14: “A cura do endemoninhado gadareno”, que transcrevo em meu livro.

 

“Lobo invisível” combate-se com oração fervorosa

O “lobo” caracterizado por um espírito obsessor geralmente é muito mais atuante do que os “lobos” reencarnados (homem ou mulher) e, além disso, com a vantagem, para ele, de ser invisível. Como costuma agir? De várias formas. Eis uma bem comum: começam a brotar ideias estranhas na cabeça do indivíduo. A pessoa imagina, então, que está conversando sozinha. Que nada! Uma caterva de almas trevosas, à sua volta, põe-se a “soprar”, nos seus ouvidos, apelos a que não deve atender, por serem maus. Para a defesa contra tal qualidade de seres ainda inferiores, só existe uma soluçãoQuem o revela é Jesus, no Seu Evangelho, segundo Mateus, 17:21: “Para esse tipo de espírito, só muita oração e vigilância”.

Não me canso de repetir que é essencial, em todos os momentos da vida, cultivar o hábito da oração. Já lhes disse que não tomo uma decisão sem antes elevar o pensamento a Deus. E mais: quem tem juízo não vai dormir sem fazer a sua súplica aos Espíritos do Bem, Almas Benditas.

Por oportuno, transcrevo aqui a Prece da Vigilância Espiritual, de autoria do saudoso proclamador da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo, Alziro Zarur (1914-1979), que recomendamos seja proferida sempre antes de repousar:

 

Prece da Vigilância Espiritual (oração noturna)

“Deus Está Presente!

“Meu Jesus, que a Gloriosa Falange de São Francisco de Assis, Patrono da Divina Legião da Boa Vontade, guarde o meu Espírito, não somente o meu corpo, enquanto durmo. E, se vier a sofrer um ataque da treva, que eu esteja apto (ou apta) a revidá-lo instantaneamente. Mas peço a Tua misericordiosa proteção, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

“Amém!

“Viva Jesus!”

 

Que assim seja! Vale destacar que podemos também traduzir vigilância como Boas Obras, porquanto, conforme definiam os antigos: “Cérebro desocupado é oficina de satanás”.

Ora, de ações generosas carecem as sociedades, para que eticamente progridam nos diversos ramos espiritual-humanos: na Política, na Religião, na Sociologia, na Educação, na Ciência, na Filosofia, no lar, na vida pública; enfim, em toda parte.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com