quarta-feira, 25 de setembro de 2019


Sobrepujar a Dor

Paiva Netto

A sabedoria antiga revela que as criaturas humanas podem expressar sua melhor capacidade justamente pela atitude que têm diante da Dor.
Especialistas do comportamento humano concordam que, em situações adversas, quando o sofrimento nos surpreende de maneira tão cruel, a superação requer postura de coragem. Deixar de lado sentimentos de angústia e revolta é igualmente indispensável.
Aos que acreditam em um poder superior, na Eternidade, de forma geral, a provação é mais prontamente aceita, enfrentada e vencida. Contudo, mesmo os céticos podem encontrar energia construtiva para dar novo sentido às suas existências. Temos, por exemplo, a Caridade, o auxílio ao próximo, como emblemática ferramenta de reconstrução de nossa própria felicidade.

Não temer os desafios
A crise é o teste da inteligência. A luta instiga o nosso valor. Por que temer os desafios? É a maneira escolhida por Deus para premiar a nossa capacidade. E qualquer vitória no campo espiritual e físico exige sacrifício.

Vitória ao alcance
Ninguém pode sentir-se derrotado antes mesmo de tentar o sucesso. Refletindo a respeito do estado de espírito que devemos manter, de forma que tornemos realidade as boas metas que estabelecermos para a nossa existência, concluí: todas as vitórias estão decididamente ao nosso alcance pela força do nosso próprio e valoroso trabalho. Portanto, de nossa criatividade diligentemente bem aplicada. Administrar é chegar antes!

O negativismo atrasa o progresso
É indiscutível que a conduta psicológica negativa de lideranças e liderados não contribui em nada para o crescimento social das populações. Estou com o escritor, professor e pastor metodista norte-americano William Arthur Ward (1921-1994) quando diz: “O pessimista queixa-se do vento; o otimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas”.
Assim sendo, não percamos tempo! Ajustemos as nossas velas e sobrepujemos os vendavais, a fim de concretizar o Bom Ideal que cultivamos. Isso não tem nada a ver com o famigerado “os fins justificam os meios”, atribuído a Maquiavel (1469-1527), autor de O Príncipe. Mas é triste ver alguns pensadores de grande valor, antigos demolidores de preconceitos e tabus, depois de tanta luta, declarar-se desiludidos de tudo. Ora, quando eu era menino, ouvia, na voz dos mais antigos, este conforto de Teócrito (aprox. 320-250 a.C): “Enquanto há vida, há esperança”.
Certa vez, o saudoso Dom Hélder Câmara (1909-1999), arcebispo emérito de Olinda/PE, Brasil, com a sua inata certeza de eras mais felizes para os povos, manifestou-se desta forma: “Feliz de quem atravessa a vida inteira tendo mil razões para viver”.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
                                                                   paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com

sábado, 21 de setembro de 2019


Livre-arbítrio gera determinismo


Paiva Netto

Uns acham que temos apenas livre-arbítrio e que podemos fazer o que quisermos, sem que haja consequência. No entanto, é só observar o mundo para perceber como estão errados. Essa esbórnia que ameaça o planeta é justamente derivada disto: “Não, eu tenho livre-arbítrio! Ora, eu faço o que quiser. Eu, eu, eu!... Ademais, eu não preciso de ninguém! Eu não devo nada a ninguém! Eu valho por mim mesmo (ou por mim mesma). Quero é saber de mim. Eu, eu, eu!... Os outros que se lixem!”
Como se o que acontece com os outros não o afetasse...
Meu Irmão, será que você não deve mesmo nada a ninguém?! E Você, minha Irmã?! Ah, é?! Então, vejamos: a roupa que Você veste não foi feita por você. Rarissimamente, as pessoas confeccionam suas próprias vestimentas. Só se forem costureiras ou alfaiates. Mesmo assim, e o tecido? E os botões? Não foram feitos por eles. Vieram de alguma fábrica, de uma micro, média ou grande empresa. E a pasta de dente? E a escova? E mais: o feijão? E o arroz? Foi Você quem os plantou, meu Irmão? Foi Você, minha Irmã? É preciso urgentemente derrubar a sociedade do homem solitário, para fazer surgir a Sociedade do Ser Humano Solidário.
Recordando a máxima de Alziro Zarur (1914-1979) que concilia determinismo e livre-arbítrio, diz o ilustre poeta e pregador: “A Lei Divina, julgando o passado de homens, povos e nações, determina-lhes o futuro”.
Juntou o livre-arbítrio da criatura humana a ser medido por Deus (a Lei Divina, julgando o passado de homens, povos e nações) ao determinismo resultante dos nossos atos bons ou maus (determina-lhes o futuro). Daí surge o determinismo (bem diferente do fatalismo), mas não como algo aleatório, como uma bomba voadora que não sabemos onde cairá, uma decisão de um deus maluco que de repente resolve dividir benesses e torturas entre seres terrestres ou celestes, conforme o seu bestunto alienado. Não! Somos nós quem criamos o destino, de acordo com o emprego que fizermos do nosso livre-arbítrio. Para os que o usarem inadequadamente, o alertamento dos versículos 1 e 2 do Salmo 94:

“1 Ó Senhor, Deus das vinganças, ó Deus das vinganças, resplandece!*
“2 Exalta-te, ó Juiz da Terra; dá o pagamento aos soberbos!”.

E para os que dele fizerem, com Boa Vontade, a glória para os seus destinos, aqui e na Pátria Espiritual, o conforto do Salmo 91:1 a 16:

Sob a sombra do Altíssimo
“1 O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente
“2 diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio.
“3 Pois Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa.
“4 Cobrir-te-á com as Suas penas, e, sob Suas asas, estarás seguro; a Sua verdade é pavês e escudo.
“5 Não te assustarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia,
“6 nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia.
“7 Caiam mil ao teu lado e dez mil à tua direita; tu não serás atingido.
“8 Somente com os teus olhos contemplarás e verás o castigo dos ímpios.
“9 Pois disseste: O Senhor é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada.
“10 Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda.
“11 Porque aos Seus Anjos darás ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos.
“12 Eles te sustentarão nas Suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.
“13 Pisarás o leão e a áspide, calcarás aos pés o leãozinho e a serpente.
“14 Porque a mim se apegou com amor, Eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome.
“15 Ele me invocará, e Eu lhe responderei; na sua angústia Eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei.
“16 Saciá-lo-ei com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação”.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

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* Deus das vinganças — Estamos diante da linguagem necessariamente arrebatada dos Profetas, que precisam fazer-se escutar pelos ouvidos moucos de povos de dura cerviz. Deus jamais se vinga, porquanto é Amor. O que ocorre é que cada um receberá de acordo com suas obras, públicas ou ocultas, no decorrer das vidas sucessivas.

quarta-feira, 18 de setembro de 2019


As graves consequências dos diversos tipos de suicídio


Paiva Netto

Ninguém está livre das influenciações espirituais inferiores, as quais, mesmo quando não se revelam num gesto tão extremado como matar-se, encerram consequências que podem configurar verdadeiro suicídio em vida.
Quantas empresas, por exemplo, são levadas à “morte”, ou seja, à falência? Quantos casais estão em conflito, arrastando em seu bojo a felicidade dos filhos? Quantos se entregam à “morte” pelos vícios da bebida, do cigarro, das drogas, que enfermam e destroem nosso veículo físico e distorcem a Alma? E as chagas do ódio, da violência doméstica, do feminicídio, da pedofilia, da efebofilia, dos estupros...? Quantos são drasticamente atingidos, arrancados do mundo por essas barbáries? E as guerras, o desmantelamento econômico de países, os conflitos étnicos de toda sorte?... E a hipnose coletiva que, pelo planeta, enceguece governantes e governados? Todos são Espíritos na carne; portanto, completamente suscetíveis de sofrer o magnetismo inferior desses “invasores de Almas”, que aqui denominamos “lobos invisíveis” ou espíritos obsessores. Contudo, em medida ainda mais vigorosa, qualquer pessoa é capaz de se tornar instrumento benfazejo sob os cuidados das Falanges Divinas, das Almas Benditas. Todos somos médiuns, conforme nos revela Allan Kardec (1804-1869). E poder nenhum é maior que o de Deus.
Reitero a importância da leitura de “Quanto à Abrangência do Templo da Boa Vontade” e “O equilíbrio como objetivo”, páginas nas quais esclareço que o mundo material não mais poderá evoluir sem o auxílio flagrante do Mundo Invisível Superior. (...)

Como impedir a ação dos espíritos malignos
Meus Irmãos e minhas Irmãs, que drama enfrentam, muitas vezes, nossos Anjos Guardiães a fim de nos livrar de funestas ambiências, que acabamos atraindo para dentro de nossos lares, de nossas empresas, de nossas igrejas, de nossas comunidades, de nossos países! No entanto, alguém pode dizer: “Mas, Irmão Paiva, eu tento, eu luto; contudo, não consigo afastar esses obsessores espirituais de meu caminho. No ambiente da minha empresa, pelas ruas, em minha casa, nas dos meus entes queridos, eles sempre estão lá, ou acolá, me atormentando, fazendo com que minha competência no trabalho seja abalada; minha felicidade, minha saúde, minha paz sejam postas abaixo. Já não tenho forças...”
Tem forças, sim!!! Quem lhe disse que não? Afaste de si as sugestões de fraqueza, justamente, do aqui ultradenunciado “lobo malfeitor espiritual”. E ore por ele, de maneira que a prece fervorosa toque os recônditos de sua alma, tornando-o, pela transformação do caráter, um bom sujeito. Rogue pelo apoio de seu Anjo da Guarda, ou Espírito Guia, ou Nume Tutelar — seja qual for a maneira que você denomine esses Benfeitores (ainda) Invisíveis.
Como bradava Alziro Zarur (1914-1979): “O Bem nunca será vencido pelo mal”.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
                                                                   paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com