segunda-feira, 29 de outubro de 2018


Desarmar os corações
Paiva Netto

Relendo o meu livro Jesus, a Dor e a origem de Sua Autoridade — O Poder do Cristo em nós (2014), lançado em 8 de novembro de 2014, achei alguns modestos apontamentos, os quais gostaria de apresentar a vocês, que me honram com a leitura.
Por infelicidade, os povos ainda não regularam suas lentes para enxergar que a verdadeira harmonia nasce no íntimo esclarecido de cada criatura, pelo conhecimento espiritual, pela generosidade e pela justiça. Consoante costumo afirmar e, outras vezes, comentarei, eles geram fartura. A tranquilidade que o Pai-Mãe Celeste tem a oferecer — visto, de lado a lado, com equilíbrio e reconhecido como inspirador da Fraternidade Ecumênica — em nada se assemelha às frustradas tratativas e acordos ineficientes ao longo da nossa História. O engenheiro e abolicionista brasileiro André Rebouças (1838-1898) traduziu em metáfora a inércia das perspectivas exclusivamente humanas: “(...) A paz armada está para a guerra como as moléstias crônicas para as moléstias agudas; como uma febre renitente para um tifo. Todas essas moléstias aniquilam e matam as nações; é só uma questão de tempo”. (O destaque é meu.)
Ora, vivenciar a Paz desarmada, a partir da fraternal instrução de todas as nações, é medida inadiável para a sobrevivência dos povos. Mas, para isso, é preciso, primeiro, desarmar os corações, conservando o bom senso, conforme enfatizei à compacta massa de jovens de todas as idades que me ouviam em Jundiaí/SP, Brasil, em setembro de 1983 e publiquei na Folha de S.Paulo, de 30 de novembro de 1986. Até porque, como pude dizer àquela altura, o perigo real não está unicamente nos armamentos, mas também nos cérebros que criam as armas; e que engendram condições, locais e mundiais, para que sejam usadas, os dedos que apertam os botões e pressionam os gatilhos.
Armas sozinhas nada fazem nem surgem por “geração espontânea”. No entanto, são perigosas mesmo que armazenadas em paióis. Podem explodir e enferrujam, poluindo o ambiente. Elas são efeito da causa ser humano quando afastado de Deus, a Causa Causarum, que é Amor (Primeira Epístola de João, 4:16). Nós é que, se distantes do Bem, somos as verdadeiras bombas atômicas, as armas bacteriológicas, químicas, os canhões, os fuzis, enquanto descumpridores ou descumpridoras das ordens de Fraternidade, de Solidariedade, de Generosidade e de Justiça do Cristo, que é o Senhor Todo-Poderoso deste orbe.
No dia em que o indivíduo, reeducado sabiamente, não tiver mais ódio bastante para disparar artefatos mortíferos, mentais e físicos, estes perderão todo o seu terrível significado, toda a sua má razão de “existir”. E não mais serão construídos.
É necessário desativar os explosivos, cessar os rancores, que insistem em habitar os corações humanos. Eis a grande mensagem da Religião do Terceiro Milênio, que se inspira no Cristo, o Príncipe da Paz: desarmar, com uma força maior que o ódio, a ira que dispara as armas. Trata-se de um trabalho de educação de largo espectro; mais que isso, de reeducação. E essa energia poderosa é o Amor — não o ainda incipiente amor dos homens —,  mas o Amor de Deus, de que todos nós nos precisamos alimentar. Temos, nas nossas mãos, a mais potente ferramenta do mundo. Essa, sim, é que vai evitar os diferentes tipos de guerra, que, de início, nascem na Alma, quando enferma, do ser vivente.
As pessoas discutem o problema da violência no rádio, na televisão, na imprensa ou na internet e ficam cada vez mais perplexas por não descobrir a solução para erradicá-la, apesar de tantas e brilhantes teses. Em geral, procuram-na longe e por caminhos intrincados. Ela, porém, não se encontra distante; está pertinho, dentro de nós: Deus!
“(...) o Reino de Deus está dentro de vós” Jesus (Lucas, 17:21).
E devemos sempre repetir que “Deus é Amor!” (Primeira Epístola de João, 4:8). Não o amor banalizado, mas a Força que move os Universos. Lamentavelmente, a maioria esmagadora dos chamados poderosos da Terra ainda não acredita bem nesse fato e tenta em vão desqualificá-lo. São os pretensos donos da verdade... Entretanto, “o próximo e último Armagedom mudará a mentalidade das nações e dos seus governantes”, afiançava Alziro Zarur (1914-1979). E eu peço licença a ele para acrescentar: governantes sobreviventes.
Conforme anunciado no austero capítulo 16, versículo 16, do Livro da Revelação, o Apocalipse, “Então, os ajuntaram num lugar que em hebraico se chama Armagedom. (Armagedom, local onde reis, príncipes e governantes são agrupados para a batalha decisiva.)

Sobrepujar os obstáculos
Zarur dizia, “na verdade, quem ama a Deus ama ao próximo, seja qual for sua religião, ou irreligião”.
Recordo uma meditação minha que coloquei no livro Reflexões da Alma (2003): O coração torna-se mais propenso a ouvir quando o Amor é o fundamento do diálogo.
E um bom diálogo é básico para o exercício da Democracia, que é o regime da responsabilidade. 
Ao encerrar este despretensioso artigo, recorro a um argumento que apresentei, durante palestras sobre o Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, apropriado igualmente aos que porventura pensem que a construção responsável da Paz seja uma impossibilidade: (...) Isso é utopia? Ué?! Tudo o que hoje é visto como progresso foi considerado delirante num passado nem tão remoto assim. (...)
Muito mais se investisse em educação, instrução, cultura e alimentação, iluminadas pela Espiritualidade Superior, melhor saúde teriam os povos, portanto, maior qualificação espiritual, moral, mental e física, para a vida e o trabalho, e menores seriam os gastos com segurança. “Ah! é esforço para muitos anos?!” Por isso, não percamos tempo! Senão, as conquistas civilizatórias no mundo, que ameaçam ruir, poderão dar passagem ao contágio da desilusão que atingirá toda a Terra. Não podemos permitir tal conjuntura.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

sábado, 27 de outubro de 2018


Trombetas e compositores
Paiva Netto

Primeiro de outubro de 2018, 46 anos da Proclamação do Apocalipse de Jesus!

Celebrando essa importante revelação feita por Alziro Zarur (1914-1979), em Ribeirão Preto/SP, trago a todos vocês página que apresentei em Apocalipse sem Medo (2000). Trata-se do capítulo “Trombetas e compositores”. Lá, eu afirmo que até hoje há quem exclame: “O Apocalipse é o desamor de Deus para com a humanidade!” E prossigo:

Estarão certos? Veremos que não.
Vamos por partes. O que nos ensina a sabedoria antiga?: “O pensamento é o alfaiate do destino”.

Com os nossos ideais e atos, acabamos por desvendar a nossa intimidade. Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista, declara isto no Evangelho, segundo Lucas, 6:45: “O homem bom do bom tesouro do coração tira o bem, e o mau do mau tesouro tira o mal; porque fala a boca do que está cheio o coração”.

Diante disso, os Anjos das Sete Trombetas — que, na atualidade, em análise simples, significam fatos políticos e fatos político-guerreiros — quando as tocam, não o fazem aleatoriamente. Estão externando o que os Sete Selos (Apocalipse, capítulos 6 e 8) revelam acerca do nosso sentimento, expresso na partitura musical que, com as nossas atitudes, compusemos.

Nós é que produzimos a trágica ou bela melodia que os Anjos executarão.
O Apocalipse é, portanto, traçado por nós, quando respeitamos ou infringimos as normas do Criador.

Em A Divina Comédia — Paraíso, Canto XXII —, Dante Alighieri (1265-1321) poeticamente ilustra a Justiça de Deus: “Nunca se apressa a espada celestial, / nem se atrasa, a não ser pela opinião / de quem a invoca ou teme, por sinal”.

Por sua vez, Alziro Zarur sentencia: “A Lei Divina, julgando o passado de homens, povos e nações, determina-lhes o futuro”.

Portanto, reitero, o Apocalipse não foi feito para apavorar com os caminhos obscuros do mistério, mas para iluminar as estradas da nossa vida, porque Apocalipse significa Revelação.

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.
                                                     paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com

quinta-feira, 25 de outubro de 2018


Entrar no Silêncio do Espírito
Paiva Netto

Minhas Irmãs e meus Amigos, minhas Amigas e meus Irmãos, façamos nosso Minuto de Silêncio. Já expliquei, muitas vezes, que o silêncio a que me refiro não é apenas o material, trata-se do espiritual, aquele que você consegue em meio à maior balbúrdia. Se este é o seu caso, já controla seus nervos do corpo e da alma. Esclareci, à saciedade, àqueles que falam ou escrevem para mim: “Irmão Paiva, faço um grande esforço para entrar no silêncio, mas meus vizinhos são uma barulheira tremenda; as minhas crianças também... Parece uma creche a minha casa: correm pra cá, pra lá”.
E eu respondo: deixem a meninada correr! Criança parada, em geral, encontra-se enferma. Dificilmente está bem de saúde. Ela tem de expressar a sua energia, precisa mover-se. Não se deve “algemar” a criançada.

“Ah, mas há uma barulhenta obra aqui do lado. Um horror!”

Não adianta vir com justificativa. É necessário aprender a entrar no Silêncio. Contudo, no que vem do Espírito.
Já dei o exemplo de quem viaja de ônibus, ou de metrô, ou mesmo de avião, mas que consegue concentrar-se no Silêncio da Alma.
Passa a simpática aeromoça: “O que o senhor deseja beber? O que gostaria de comer?”
Alguém grita no abarrotado trem suburbano: “Tira a mão do meu bolso!”
Coisas desse tipo ocorrem e, no entanto, quantas pessoas às vezes estão absortas nos seus pensares, indiferentes à balbúrdia circundante. Esperamos que sejam bons pensamentos...
Alguns, em volta, até gritam: “Eh, o camarada ali está desligado!”
Mas o que acontece é que, como nunca estamos espiritualmente sozinhos, ele pode estar dialogando com o seu Anjo Guardião, ou então com um obsessor. Aí é ruim! Por isso, temos de permanecer na faixa de Deus, o Grande Decifrador de todos os mistérios (Apocalipse de Jesus, 10:7) e Apaziguador de nossos conflitos interiores (Evangelho do Cristo, segundo João, 4:27).
Como diz o nosso Amigo Espiritual Flexa Dourada“Os problemas estão na Terra, a solução, no Alto”. Em Deus, naturalmente!
Entremos, portanto, em sintonia permanente com aqueles que se encontram na Espiritualidade Superior: o Reino de Deus, do Cristo e do Espírito Santo ou Espírito da Verdade ou Paráclito, que vem descendo até nós, na descrição confortadora da Nova Jerusalém (Apocalipse, 21:2 e 10):

“2 Eu, João, vi também a Cidade Santa, a Nova Jerusalém, que da parte de Deus descia do céu, vestida como noiva adornada para o seu esposo.
“10 E ele me transportou, em Espírito, a uma grande e elevada montanha, e me mostrou a Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus”.

A qualquer zoada que haja à nossa volta, pretendendo prejudicar nosso intercâmbio com o Mundo Espiritual Elevado, lembremo-nos sempre deste pensamento do dr. Osmar Carvalho e Silva (1912-1975), grande Legionário da Boa Vontade. E o nosso Chico Periotto, médium da Boa Vontade de Deus, recebeu esta assertiva do saudoso Osmar em Figueira da Foz, Portugal, no dia 6 de junho de 1992: “O nosso trabalho depende da dedicação de vocês, mas o sucesso de vocês depende do nosso apoio”.
Isso vem ao encontro de importante fundamento doutrinário da Religião de Deus, do Cristo e do Espírito Santo: “O segredo do governo dos povos é unir a humanidade da Terra à Humanidade do Céu”, o que historicamente sucederá com a chegada espiritual da Nova Jerusalém (Apocalipse, capítulo 21).
Apesar do alarido, a despeito da algazarra, da confusão do mundo, entremos no Silêncio, isto é, na Sintonia de Deus. E como a nossa vida vai melhorar! Porque o ensinamento é do Cristo: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação” (Evangelho, segundo Marcos, 14:38, e Mateus, 26:41).

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.