sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

 

Solução ideal

Paiva Netto

 

O problema do mundo não é primordialmente o pecado, mas a carência de Amor que o gera. “Deus é Amor”, inspirado em Jesus definiu João, Evangelista e Profeta, o Discípulo Amado do Divino Mestre, em sua Primeira Epístola, 4:16: “E nós temos reconhecido o Amor de Deus por nós, e Nele cremos. Deus é Amor: aquele que permanece no Amor permanece em Deus, e Deus, nele”.

No filme Irmão Sol, Irmã Lua (1972), do renomado cineasta italiano Franco Zeffirelli (1923-2019), cena impressionante é projetada: na ocasião em que recebeu a Francisco de Assis (1181-1226), em Roma, o papa Inocêncio III (1160-1216), profundamente comovido pela presença e pelas palavras de Il Poverello, quase que em êxtase, ao beijar-lhe os pés, exclamou: “Erros podem ser perdoados. Nossa obsessão com o pecado original nos faz muitas vezes esquecer nossa inocência original!” (O destaque é meu.)

Jesus trouxe aos povos elevada e abrangente visão a respeito do Pai Celeste: Caridade (isto é, Amor), Fraternidade, Generosidade, Compaixão e também a perfeita Justiça, porque, sem ela, vigora a impunidade, fomentadora da corrupção que estabelece o caos.

No livro Os Mensageiros, do Espírito André Luiz, pela psicografia do Legionário da Boa Vontade no 15.353, Chico Xavier, lemos explicação de Alfredo, administrador de um Posto de Socorro no Mundo Espiritual, que diz: “Enquanto não imperar a lei universal do amor, é indispensável persevere o reinado da justiça”.

É evidente que, quando me refiro à Justiça, não estou tratando de vingança, porquanto esta é a mais completa negação daquela. Nesse sentido, o respeitado escritor e libretista italiano Pietro Metastasio (1698-1782) sentenciou: “Sem piedade, a justiça é crueldade. E é fraqueza a piedade sem justiça”.

De minha parte, tantas vezes tenho ponderado que premiar quem não merece é crime.

A mensagem do Cristo Ecumênico, o Celeste Estadista, é eterna: “Passará o Céu, passará a Terra, mas as minhas palavras não passarão” (Evangelho, segundo Lucas, 21:33), pois Ele divinamente apregoa o Amor do Seu Novo Mandamento como a definitiva solução para os infortúnios que afligem a humanidade: “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos. Não há maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos” (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35; e 15:13).

 

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com

 

____________________________________

ServiçoJesus e a Cidadania do Espírito (Paiva Netto), 400 páginas. À venda nas principais livrarias ou pela amazon.com.br.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2022

 

Religião: Solidariedade sem fronteiras

Paiva Netto

 

Em 21 de janeiro, celebra-se o Dia Mundial da Religião. Em artigo publicado na Folha de S.Paulo, na década de 1980, arguido por um leitor se não sectarizaria minha palavra o fato de, em meus escritos, dar muito valor à Religião, expandi o que anteriormente havia registrado no primeiro volume de O Brasil e o Apocalipse (1984), que já esgotou várias edições:

 

Não vejo Religião como ringues de luta livre, nos quais as muitas crenças se violentam no ataque ou na defesa de princípios, ou de Deus, que é Amor, portanto Caridade, e que, por isso, não pode aprovar manifestações de ódio em Seu Santo Nome nem precisa da defesa raivosa de quem quer que seja. Alziro Zarur dizia:

 

— O maior criminoso do mundo é aquele que prega o ódio em nome de Deus.

 

Compreendo Religião como Fraternidade, Solidariedade, Entendimento, Compaixão, Generosidade, Respeito à Vida Humana, Salvação das Almas, Iluminação do Espírito, que todos somos. Tudo isso no sentido mais elevado. Creio na Religião como algo dinâmico, vivo, pragmático, altruisticamente realizador, que abre caminhos de luz nas Almas e que, por essa razão, deve estar na vanguarda ética. Não a vejo como coisa abúlica, nefelibata, afastada do cotidiano de luta pela sobrevivência que sufoca as massas. Não a entenderia se não atuasse também, de modo sensato, na transformação das realidades tristes que ainda atormentam os povos. Estes, cada vez mais, andam necessitados de Deus, que é o antídoto para os males espirituais, morais e, por consequência, os sociais, incluídos o imobilismo, o sectarismo e a intolerância degeneradores, que obscurecem o Espírito das multidões. (...) E de maneira alguma devem-se excluir os ateus de qualquer providencia que venha beneficiar o mundo.

(...) Não podemos esquecer que a nossa vida começa no Outro Mundo. Quem não tiver certeza disso deve dar início à sua própria investigação, contanto que isenta de ideias preconcebidas, para não ser apanhado, ou apanhada, de surpresa por revelações extraordinárias, que suplantam as mais avançadas concepções da Ciência ou da Filosofia convencionais. Alguns seguidores da Ciência foram, ou ainda são, mais dogmáticos que o mais radical dos religiosos. E tudo o que é radical provoca o recrudescimento do radicalismo oposto.

Apesar desse fato infeliz, é imprescindível que seja desvendada a realidade espiritual. O respeitado inventor norte-americano Thomas Edison (1847-1931), detentor de 1.093 patentes, sendo talvez a mais famosa delas a da lâmpada elétrica, pressentia tal necessidade ao expor na revista American Magazine, edição de julho-dezembro de 1920:

 

Se nossa personalidade sobrevive à morte, então, é rigorosamente lógico e científico presumir que ela mantém a memória, o intelecto e outras faculdades e conhecimentos que adquirimos na Terra. Portanto, se a personalidade existe depois do que chamamos de morte, é razoável concluir que os que deixam esta Terra gostariam de se comunicar com os que deixaram aqui. Consequentemente, o que se deve fazer é fornecer os melhores meios concebíveis para facilitar a abertura da comunicação conosco e depois ver o que acontece. (...) De minha parte, estou inclinado a acreditar que nossa personalidade futura será capaz de influenciar a matéria. Se este meu raciocínio estiver correto, poderemos, então, desenvolver um instrumento muito delicado, que possa ser afetado, mexido, ou manipulado por nossa personalidade quando ela sobreviver em outra vida, da mesma maneira que um instrumento, quando está disponível, deve registrar alguma coisa.

(Os destaques são meus.)

 

Há décadas bradamos: os mortos não morrem!

E, Religião não rima com intolerância!

 

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com

 

____________________________________________

ServiçoJesus e a Cidadania do Espírito (Paiva Netto), 400 páginas. À venda nas principais livrarias ou pelo www.amazon.com.br.

 

 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

 

O Direito à luz da Vida Eterna

Paiva Netto

 

Em Epístola Constitucional do Terceiro Milênio (1988) — obra nascida de uma carta que enderecei à Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus, em 18 de julho de 1988 —, ao tecer considerações acerca da verdadeira origem da cidadania, afirmei que, reconhecida a existência da vida após a morte, o instinto desbravador do ser humano encontra-se diante de novo desafio: o estudo do Direito à luz da Vida Eterna, portanto, sob o critério do Mundo Espiritual Elevado — uma realidade que já está forçando as portas dos laboratórios até mesmo das nações oficialmente ateias. Os legisladores da Terra, ainda prejudicados pelo véu que a carne faz baixar sobre a inteligência, por isso muita vez “tomando a nuvem por Juno”, continuam cuidando do episódico por não quererem, ou não ousarem, enfrentar o Eterno. Precisarão aprender que a vida é permanente e que há no Plano (ainda) Invisível uma civilização maior que a terrena, plena de Leis que influem em toda a trajetória humana, porque as dimensões carnais e espirituais são interligadas. Esse trabalho de esclarecimento é um dos mais importantes papéis a ser empreendido pela Política de Deus — a Política para o Espírito Eterno do Cidadão Ecumênico.

O próprio Cristo Jesus, no tocante às atribuições do Criador na condução desse Governo Espiritual, assegura em Seu Santo Evangelho, segundo João, 5:17: “— Meu Pai não cessa de trabalhar, e Eu com Ele.

 

José de Paiva Netto, jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com