terça-feira, 17 de agosto de 2021

 

Verdadeiro espírito de Caridade e Justiça

 

Paiva Netto

 

“... e da parte de Jesus Cristo, a fiel testemunha, o primogênito dos mortos, e o soberano dos reis da Terra. Àquele que nos ama, e pelo Seu sangue nos libertou dos nossos pecados, e nos constituiu reino, sacerdotes para o Seu Deus e Pai, a Ele a glória e o domínio pelos séculos dos séculos. Amém.”

(Apocalipse, 1:5 e 6)

 

Dizer que Jesus nos libertou dos nossos pecados significa asseverar também que o Divino Mestre nos deixou um roteiro doutrinário excelente para nossa vitória. Ao seguirmos esse Sagrado Estatuto com verdadeiro espírito de Caridade Evangélica e de Justiça Divina, nos transformaremos no esteio de nossos semelhantes na Terra. Porquanto não há pecado maior do que a ausência de Amor solidário para com os cidadãos (ou cidadãs) de cada país.

No livro Nahjul Bhalagah, o Imam Ali ibn Abi Talib (aprox. 600-661), primo e genro do Profeta Muhammad (570-632) — “Que a Paz e as bênçãos de Deus estejam sobre ele” —, político, militar e principal conselheiro espiritual dos califas nomeados após a morte do Profeta, afirma: “A caridade é uma cura eficiente; as ações das pessoas na vida presente estarão diante de seus olhos na outra vida”.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

paivanetto@lbv.org.brwww.boavontade.com

 

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

 

Solução ideal

Paiva Netto

 

O problema do mundo não é primordialmente o pecado, mas a carência de Amor que o gera. “Deus é Amor”, inspirado em Jesus definiu João, Evangelista e Profeta, o Discípulo Amado do Divino Mestre, em sua Primeira Epístola, 4:16: “E nós temos reconhecido o Amor de Deus por nós, e Nele cremos. Deus é Amor: aquele que permanece no Amor permanece em Deus, e Deus, nele”.

No filme Irmão Sol, Irmã Lua (1972), do renomado cineasta italiano Franco Zeffirelli (1923-2019), cena impressionante é projetada: na ocasião em que recebeu a Francisco de Assis (1181-1226), em Roma, o papa Inocêncio III (1160-1216), profundamente comovido pela presença e pelas palavras de Il Poverello, quase que em êxtase, ao beijar-lhe os pés, exclamou: “Erros podem ser perdoados. Nossa obsessão com o pecado original nos faz muitas vezes esquecer nossa inocência original!”

Jesus trouxe aos povos elevada e abrangente visão a respeito do Pai Celeste: Caridade (isto é, Amor), Fraternidade, Generosidade, Compaixão e também a perfeita Justiça, porque, sem ela, vigora a impunidade, fomentadora da corrupção que estabelece o caos.

No livro Os Mensageiros, do Espírito André Luiz, pela psicografia do Legionário da Boa Vontade no 15.353, Chico Xavier, lemos explicação de Alfredo, administrador de um Posto de Socorro no Mundo Espiritual, que diz: “Enquanto não imperar a lei universal do amor, é indispensável persevere o reinado da justiça”.

É evidente que, quando me refiro à Justiça, não estou tratando de vingança, porquanto esta é a mais completa negação daquela. Nesse sentido, o respeitado escritor e libretista italiano Pietro Metastasio (1698-1782) sentenciou: “Sem piedade, a justiça é crueldade. E é fraqueza a piedade sem justiça”.

De minha parte, tantas vezes tenho ponderado que premiar quem não merece é crime.

A mensagem do Cristo Ecumênico, o Celeste Estadista, é eterna: “Passará o Céu, passará a Terra, mas as minhas palavras não passarão” (Evangelho, segundo Lucas, 21:33), pois Ele divinamente apregoa o Amor do Seu Novo Mandamento como a definitiva solução para os infortúnios que afligem a humanidade: “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos. Não há maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos” (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35; e 15:13).

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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domingo, 15 de agosto de 2021

 Quem quiser diminuir a sua dor ajude os que sofrem

Paiva Netto

 

Alguns, em face de qualquer adversidade, dizem: “Deus não existe porque aconteceu algo de ruim comigo!”

Mas e o Bem que se dá com os outros a todo minuto e que outrora se deu com você? Ou que virá a acontecer-lhe? Os queixosos esquecem-se, por vezes egoisticamente, de que, se estão sofrendo naquele momento — e que já tiveram ocasiões várias de felicidade — muitos e muitos, neste justo instante, exultam de alegria. Mesmo assim, conforme afirmei em meu livro Sabedoria de Vida (2001), Deus é a Divina Compaixão a esclarecer os pessimistas intransigentes.

Aliás, não desejamos com esse raciocínio menoscabar as angústias de ninguém que possa estar carpindo uma vida inteira de sofrimentos. Trabalhamos, isso sim, por minorar o calvário desses queridos seres espirituais e humanos, ao apresentar-lhes o supino exemplo do Cristo, que, sendo o Filho Amantíssimo do Pai Celestial, padeceu o martírio de um mundo, até hoje, selvagem, e nele ainda mais fez brilhar Luz, Poder e Autoridade, não para Si próprio, porém para os Seus irmãos e irmãs, reitero.

Todavia, um gigantesco passo para a realização pessoal é libertarmo-nos do egoísmo exacerbado, que não nos deixa reconhecer no contentamento alheio forte impulso para a sustentação de nossa Alma.

Aconselhei em Como Vencer o Sofrimento (1990): Quem quiser diminuir a sua dor ajude os que sofrem.

E em meu artigo “Aplacar a tempestade”, publicado no ano de 2013 em diversos jornais e sites, escrevi: Diante das mais variadas situações, em que a dor, a angústia e o desespero chegam, muitas vezes sem avisar, é imprescindível o gesto solidário das criaturas em prestar socorro espiritual e material ao seu próximo. E, ao lado desse apoio imediato, é preciso alimentar a força da esperança e da Fé Realizante, que movem o ser humano a se manter sob a proteção do Pai Celestial e o estimulam a arregaçar as mangas e concretizar suas mais justas súplicas.

Bem a propósito estas belas palavras da poetisa norte-americana Emily Dickinson (1830-1886):

 

“Se eu puder evitar que um coração se parta,

“Eu não terei vivido em vão;

“Se eu puder evitar a agonia duma vida,

“Ou acalentar uma dor,

“Ou assistir um desfalecido melro

“A voltar a seu ninho,

“Eu não terei vivido em vão”.

 

Portanto, é hora de — com decisão — deixarmos de pôr em Deus a culpa de nossas molecagens, entre elas a de arruinar nossa residência coletiva, enquanto bizantinamente discutimos “quantos anjos cabem na cabeça de um alfinete”.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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sábado, 14 de agosto de 2021

 

Muito além do mercado

Paiva Netto

 

Com a Economia da Solidariedade Espiritual e Humana, dentro da Estratégia da Sobrevivência, procuro demonstrar que, acima do mercado, existe um requisito anterior a ele próprio, que há de subsistir eternamente. Trata-se do Espírito Eterno do ser humano que, evoluído e valorizado como o Capital de Deus, torna-se o fulcro de equilíbrio da Economia, porque se contrapõe à ganância e à impunidade.

Afrânio Peixoto (1876-1947), médico baiano, deputado federal e escritor que marcou a ficção realista e impressionista do início do século 20, certeiramente expressou: “Através do tempo o lucro impiedoso cresceu e campeou. É ele que faz as calamidades e as guerras, porque a ambição ilícita é que gera a ferocidade da espoliação e da conquista”.

Diante do exposto por esse eminente membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), convém esclarecer que, ao falar no papel ainda não devidamente conhecido do Espírito Imortal na Economia, não proponho uma quimera inatingível. Refiro-me àqueles seres humanos que aplicam a consciência espiritual deles no dia a dia, pois estão plenamente cônscios — em Espírito e Verdade, pelo prisma do Novo Mandamento do Cristo — a respeito de sua verdadeira origem, que é divina, e, portanto, vivem a Cidadania do Espírito.

Com tal sabedoria, não poderão, sem más consequências para si mesmos, alegar-se vítimas de ceticismos nocivos ou fanatismos, visto que o Divino Dono do Capital chamado Espírito virá, por processos que a maioria ainda não deduz, cobrar dos seus reducionistas ou detratores os desvios. Reafirmo: a Economia é a mais espiritual das ciências ou arte, porquanto enfeixa o ordenamento dos bens imprescindíveis à sobrevivência das cidadãs e dos cidadãos e à melhoria da qualidade de vida, espiritual, moral e fisicamente falando. Abordar com apurado senso esse assunto é incumbência natural dos religiosos e mesmo dos descrentes em relação à existência da Divindade, mas que trazem dentro de si o apreço pela nobreza do semelhante. Sem espírito solidário, não haverá civilização sobrevivente.

Os sinais dos maus-tratos sofridos pelo nosso planeta são evidentes e demonstram a falta de caridade de muitos para com a morada que o Ser Onidirigente dos Mundos criou para a nossa evolução. O pastor evangélico Paulo Leivas Macalão (1903-1982) retrata em suas palavras a Bondade Sublime do Supremo Governante dos Universos e o descaso dos habitantes da Terra:

“Recebemos há dias um grande e belo mamão, que nos foi oferecido como primícias. Quando o fruto foi partido ao meio, fiquei maravilhado com a quantidade de sementes que possuía.

“Ao verificar o interior do mamão cheio de sementes, Deus me revelou duas grandes verdades: a abundância existente e o convite de Deus à fartura, e o nosso descuido, no comer os frutos: jogar fora as sementes”.

Allan Kardec, conhecido como “o Codificador do Espiritismo”, registra em O Livro dos Espíritos, pergunta 685, lição que vem ao encontro do que estamos expondo: “A ciência econômica procura remédio para isso [o mercado de trabalho] no equilíbrio entre a produção e o consumo. Mas, esse equilíbrio, dado seja possível estabelecer-se, sofrerá sempre intermitências, durante as quais não deixa o trabalhador de ter que viver. Há um elemento, que se não costuma fazer pesar na balança e sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém, à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos, porquanto a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos.

Urge um grande serviço ecumênico de reeducação, de modo que todas as barreiras de ódio sejam derrubadas. Há certos ensinamentos que devem ser reiterados, por exemplo: o problema não é bem de leis, mas de homens, porquanto, como já escrevi, não há regime bom enquanto o homem for mau (desculpem o cacófato). A presente globalização requer, para que resulte em maior estabilidade para o orbe que habitamos, a pacificação dos corações. Batalha mais árdua, bem mais desafiadora — quando a insensatez resiste ao progresso do Espírito que anima o ser humano — do que as guerras que têm ensanguentado as páginas da História. Diante das dificuldades, jamais se esqueçam: quando a Boa Vontade dos seres humanos se une à Boa Vontade de Deus, não há obstáculos intransponíveis. Dure o tempo que for preciso para se concretizar a imprescindível Cultura de Paz, porquanto tudo é possível àquele que crê” (Evangelho, segundo Marcos, 9:23), como preconizou o Administrador Celeste, que sempre soube o que pregava.

Respeitado o livre-arbítrio de todos, é imperativo que haja união, enquanto é tempo, para o que se tornam absolutamente necessárias paciência e audácia, fatores preponderantes para o advento da nova Economia, alicerçada nas Leis Econômicas de Jesus.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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sexta-feira, 13 de agosto de 2021

 

Livre-arbítrio gera determinismo

Paiva Netto

 

Uns acham que temos apenas livre-arbítrio e que podemos fazer o que quisermos, sem que haja consequência. No entanto, é só observar o mundo para perceber como estão errados. Essa esbórnia que ameaça o planeta é justamente derivada disto: “Não, eu tenho livre-arbítrio! Ora, eu faço o que quiser. Eu, eu, eu!... Ademais, eu não preciso de ninguém! Eu não devo nada a ninguém! Eu valho por mim mesmo (ou por mim mesma). Quero é saber de mim. Eu, eu, eu!... Os outros que se lixem!”.

Como se o que acontece com os outros não o afetasse...

Meu Irmão, será que você não deve mesmo nada a ninguém?! E você, minha Irmã?! Ah, é?! Então, vejamos: a roupa que você veste não foi feita por você. Rarissimamente, as pessoas confeccionam suas próprias vestimentas. Só se forem costureiras ou alfaiates. Mesmo assim, e o tecido? E os botões? Não foram feitos por eles. Vieram de alguma fábrica, de uma micro, média ou grande empresa. E a pasta de dente? E a escova? E mais: o feijão? E o arroz? Foi você quem os plantou, meu Irmão? Foi você, minha Irmã? É preciso urgentemente derrubar a sociedade do homem solitário, para fazer surgir a Sociedade do Ser Humano Solidário.

Recordando a máxima de Alziro Zarur (1914-1979) que concilia determinismo e livre-arbítrio, diz o ilustre poeta e pregador: “A Lei Divina, julgando o passado de homens, povos e nações, determina-lhes o futuro”.

Juntou o livre-arbítrio da criatura humana a ser medido por Deus (a Lei Divina, julgando o passado de homens, povos e nações) ao determinismo resultante dos nossos atos bons ou maus (determina-lhes o futuro). Daí surge o determinismo (bem diferente do fatalismo), mas não como algo aleatório, como uma bomba voadora que não sabemos onde cairá, uma decisão de um deus maluco que de repente resolve dividir benesses e torturas entre seres terrestres ou celestes, conforme o seu bestunto alienado. Não! Somos nós quem criamos o destino, de acordo com o emprego que fizermos do nosso livre-arbítrio. Para os que o usarem inadequadamente, o alertamento dos versículos 1 e 2 do Salmo 94:

 

“1 Ó Senhor, Deus das vinganças, ó Deus das vinganças, resplandece!

“2 Exalta-te, ó Juiz da Terra; dá o pagamento aos soberbos!”

 

(Aqui, uma explicação se faz necessária: Estamos diante da linguagem necessariamente arrebatada dos Profetas, que precisam fazer-se escutar pelos ouvidos moucos de povos de dura cerviz. Deus jamais se vinga, porquanto é Amor. O que ocorre é que cada um receberá de acordo com suas obras, públicas ou ocultas, no decorrer das vidas sucessivas.)

Mas prosseguindo, para os que dele fizerem, com Boa Vontade, a glória para os seus destinos, aqui e na Pátria Espiritual, o conforto do Salmo 91:1 a 16:

 

Sob a sombra do Altíssimo

“1 O que habita no esconderijo do Altíssimo e descansa à sombra do Onipotente

“2 diz ao Senhor: Meu refúgio e meu baluarte, Deus meu, em quem confio.

“3 Pois Ele te livrará do laço do passarinheiro e da peste perniciosa.

“4 Cobrir-te-á com as Suas penas, e, sob Suas asas, estarás seguro; a Sua verdade é pavês e escudo.

“5 Não te assustarás do terror noturno, nem da seta que voa de dia,

“6 nem da peste que se propaga nas trevas, nem da mortandade que assola ao meio-dia.

“7 Caiam mil ao teu lado e dez mil à tua direita; tu não serás atingido.

“8 Somente com os teus olhos contemplarás e verás o castigo dos ímpios.

“9 Pois disseste: O Senhor é o meu refúgio. Fizeste do Altíssimo a tua morada.

“10 Nenhum mal te sucederá, praga nenhuma chegará à tua tenda.

“11 Porque aos Seus Anjos darás ordens a teu respeito, para que te guardem em todos os teus caminhos.

“12 Eles te sustentarão nas Suas mãos, para não tropeçares nalguma pedra.

“13 Pisarás o leão e a áspide, calcarás aos pés o leãozinho e a serpente.

“14 Porque a mim se apegou com amor, Eu o livrarei; pô-lo-ei a salvo, porque conhece o meu nome.

“15 Ele me invocará, e Eu lhe responderei; na sua angústia Eu estarei com ele, livrá-lo-ei e o glorificarei.

“16 Saciá-lo-ei com longevidade e lhe mostrarei a minha salvação”.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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quinta-feira, 12 de agosto de 2021

 

Desenvolvimento Solidário

Paiva Netto

 

Um dos maiores desafios atuais das nações emergentes ou das que já atingiram o mais alto patamar de crescimento material de suas economias é o do desenvolvimento sustentável. Contudo, se desejamos ver o progresso partilhado com todos, acreditamos e temos proposto que o desenvolvimento solidário deva, antes de tudo, iluminar as atitudes dos habitantes da Terra e de suas futuras gerações — do maior ao menor — de nossa morada coletiva. Portanto, além de uma política pública eficaz, o planeta exige o compromisso com uma consciência nova, firmada em princípios que garantam a continuidade da Vida e a coexistência humana acima de todos os outros interesses. Tal mentalidade fomenta ações conjuntas entre os países que visem ao socorro dos povos urgentemente necessitados de alguém que lhes estenda as mãos.

Jesus, o Economista Divino, por Sua vez, nos oferece um caminho novíssimo, porquanto alicerçado em bases renováveis eternas do Espírito, o moto-contínuo, a curul do desenvolvimento planetário. No Evangelho do Cristo Ecumênico, o Estadista Celeste, segundo as anotações de João, 13:34 e 15:13, podemos ler:

 

Uma palavra de Paz

Disse Jesus: “Novo Mandamento vos dou: amai-vos como Eu vos amei. (...) Não há maior Amor do que doar a própria vida pelos seus amigos”.

E isso tem feito que a civilização, pelo menos o que andamos vendo por aí como tal, milagrosamente sobreviva aos seus piores tempos de loucura. A sabedoria do Talmud dá este recado prático: “A Paz é para o mundo o que o fermento é para a massa”.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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quarta-feira, 11 de agosto de 2021

 

Desconstruir o homem-ser-restrito

Paiva Netto

 

A brevidade do tempo é o fantasma que atormenta o homem-ser-restrito, até que, um dia, ele perceba que, na verdade, é Espírito Eterno, pairando acima de todos os grilhões da carne perecível limitante. A Alma Imortal, criada à imagem e semelhança de Deus-Espírito, traz em si infinita fonte de Esperança.

Dessa maneira, veremos que o tempo é, na realidade, o nosso fiel amigo, que nunca deve ser negligenciado, o que, muitas vezes, fazemos inconsequentemente. Cabe mencionarmos este instigante pensamento atribuído a Abraão Lincoln (1809-1865), 16o presidente dos Estados Unidos, que se encontrava exposto no gabinete do Irmão Zarur (1914-1979), no Rio de Janeiro/RJ: “O homem que se decide a parar até que as coisas melhorem verificará, mais tarde, que aquele que não parou e colaborou com o tempo estará tão adiante, que jamais poderá ser alcançado”.

Tenho afirmado em minhas palestras fraternas que, se é difícil, comecemos já, ou melhor, ontem!, porquanto muito resta a ser feito.

Leiamos o testemunho, em forma de poesia, da lavra do médico e poeta Laurindo Rabelo (1826-1864), fundamental para o nosso aprendizado. O “Poeta Lagartixa” — assim conhecido porque era magro e de estatura alta — possuía um espírito francamente crítico. Vendo quanto tempo tinha perdido em coisas fúteis que antes considerava sérias, ele aconselha aqueles que desperdiçam oportunidades a não mais cometer essa falta grave, para mais tarde não chorar amargamente. Eis o extraordinário soneto:

 

A CONTA DO TEMPO

Deus pede estrita conta do meu tempo;

Forçoso é do meu tempo já dar conta.

Mas, como dar, sem tempo, tanta conta,

Eu que gastei, sem conta, tanto tempo?

 

Para ter minha conta feita a tempo,

Dado me foi bom tempo e não fiz conta;

Não quis, sobrando tempo, fazer conta;

Quero hoje fazer conta e falta o tempo.

 

Oh! vós que tendes tempo sem ter conta,

Não gasteis esse tempo em passatempo!

Cuidai de, enquanto é tempo, fazer conta!

 

Mas, ah! se os que contam com seu tempo,

Tivessem desse tempo alguma conta,

Não choravam, como eu, o não ter tempo!

 

Costumo dizer que o tempo vai passar de qualquer maneira. Não o percamos. Gastemo-lo praticando o Bem. E, ao compreender nossa origem divina, jamais olvidaremos esta salvadora lição evangélica deixada pelo Sublime Professor: “Ajuntai para vós tesouros no Céu, onde nem a traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não escavam nem roubam. Porque onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração” (Evangelho de Jesus, segundo Mateus, 6:20 e 21).

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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terça-feira, 10 de agosto de 2021

 

Construindo a liberdade

 

Paiva Netto

 

A melhor tecnologia a ser desenvolvida, nestes tempos de globalização desenfreada, é a do conhecimento de nós mesmos, como criaturas de um Deus que é Caridade. É superior à própria internet, pois tem o poder de impedir que o ser humano (informatizado ou não) caia de vez no sofrimento e desabe na barbárie mais completa. Bum!! Sem o sentido de Fraternidade Ecumênica, acabaríamos com o planeta, com nossos cérebros brilhantes e corações opacos.

Ao nosso concurso, esta contundente assertiva do ilustre Espírito Dr. Bezerra de Menezes“O vazio promove o vazio. Mas o conteúdo constrói a liberdade, principalmente se ele tiver como respaldo as bases do Espírito, que se fundamentam na Vida Eterna”.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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segunda-feira, 9 de agosto de 2021

 

Amor: o alimento do Espírito

Paiva Netto

 

O organismo precisa de vitaminas, de alimento material para prosseguir em sua jornada. Como diziam os antigos, com muito acerto, “saco vazio não se põe de pé”. Com o Espírito assim também ocorre. Entretanto, a iguaria da Alma é o Amor, um patrimônio de Deus que Ele generosamente reparte com Seus filhos.

 

Mudar os hábitos

É muito oportuna aqui a palavra sempre inspirada do dr. Bezerra de Menezes (Espírito), constante dos originais de seu livro Reflexões sobre Jesus e Suas Leis (Editora Elevação), na psicografia do sensitivo Cristão do Novo Mandamento Chico Periotto: “Nas fases de profundo sofrimento em que o Espírito suplica ao Redentor piedade e sustentação, fontes invisíveis derramam a água torrencial do Amor de Deus sobre nossa existência terrestre. Contudo, a incomensurável força que nos reporta do Santíssimo solicita nossa renovação: mudar para melhor os hábitos, os pensamentos e as ações. O Amor vencerá sempre, e, por isso, a dor será motivada a desaparecer de nosso ainda atribulado caminho”.

 

Coragem firmada em Deus

Se amamos de verdade, até para a luta comum nos tornamos mais fortes. Nada ensombrece o nosso destino. Pelo contrário, robustece dentro de nós aquilo que possuímos de mais valioso, que é a coragem sustentada em Deus, aquela em que se devem alicerçar as outras boas qualidades espirituais e humanas. Por isso, o Amor Fraterno é o inesgotável combustível dos que têm e vivem um grande e verdadeiro ideal.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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domingo, 8 de agosto de 2021

 A Coragem Feminina

Paiva Netto

 

Mulher! Sinônimo de fortaleza, destemor e compaixão... Certamente por isso Jesus contou com o extraordinário apoio de incontáveis heroínas, a exemplo de Maria, chamada Madalena, Joana de Cuza, Suzana, Marta e Maria, irmãs de Lázaro — a quem o Sublime Amigo ressuscitou —, além de tantas outras que o Evangelho não registra, mas o Espírito de Deus imortaliza. No momento da crucificação, todas corajosamente acompanhavam Maria Santíssima, enquanto os homens, exceto João Evangelista, assustados, se escondiam. Depois, vieram a redimir-se. Aliás, na hora trágica no Gólgota, elas é que permaneceram ao lado do Divino Ressuscitado: “E diante da cruz estavam a Mãe de Jesus, a irmã dela e também Maria Madalena, e Maria, mulher de Clopas (Evangelho, consoante os relatos de João, 19:25).

Assim sendo, na Volta Triunfal do Taumaturgo Celeste ao planeta Terra — conforme está anunciado no Seu Santo Evangelho e no Seu Apocalipse Redentor, já que Ele vem dar “a cada um de acordo com as suas obras” (Boa Nova do Cristo, segundo Mateus, 16:27 e Apocalipse, 22:12) —, aquelas mulheres terão a glória de estar à frente da equipe de recepção. Elas e todos os que são capazes, pela força do Amor Fraterno, de transpor os perigos e não desonrar o seu Mestre, pois assegurou Jesus: “Todo aquele que me testemunhar diante dos homens, Eu o testemunharei diante do Pai, que está nos Céus; mas aquele que me negar perante os homens, também Eu o negarei diante do Pai, que está nos Céus” (Evangelho, segundo Mateus, 10:32 e 33).

Gosto muito deste significativo provérbio judaico sobre as mães: “Deus, não podendo estar em todos os lugares, fez as mães”.

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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sábado, 7 de agosto de 2021

 

Abaixo a intolerância

Paiva Netto

 

Quando falamos em Ecumenismo, queremos dizer universalismo do Bem, portanto, Fraternidade acima de todos os ódios lacerantes.

Swami Vivekananda (1863-1902), monge, iogue e filósofo hindu, a respeito do Princípio da Tolerância, declarou, no Parlamento das Religiões, realizado em Chicago, EUA, em 1893: “Santidade, pureza e caridade não são posses exclusivas de nenhuma igreja no mundo; todo sistema produziu homens e mulheres de caráter elevado. Em face dessa evidência, se alguém sonha com a sobrevivência exclusiva da sua própria fé e a ruína das outras, tenho pena dele do fundo de minha alma. E aponto que, em breve, sobre a bandeira de toda religião será escrito, apesar da resistência: (...) ‘Ajude e não Lute’, ‘Assimilação e não Destruição’, ‘Harmonia e Paz, e não Contenda’”.

Como várias vezes já enfatizei em minhas pregações, faladas e escritas, o milagre que Deus espera dos seres espirituais e humanos é que aprendam a amar como Jesus nos amou. Essa afirmativa provoca uma pergunta: E como o Divino Mestre nos amou e tem amado? Ao que respondo: com o Novo Mandamento de Jesus, o Cristo Ecumênico, o Excelso Estadista — “Amai-vos como Eu vos amei. Somente assim podereis ser reconhecidos como meus discípulos” (Evangelho, segundo João, 13:34 e 35).

 

José de Paiva Netto ― Jornalista, radialista e escritor.

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