quarta-feira, 12 de junho de 2013



                                  Vítimas inocentes
Paiva Netto

O Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão, 4/6, instituído pelas Nações Unidas em 19 de agosto de 1982, teve inicialmente o propósito de chamar a atenção para o drama dos milhares de pequeninos que sofrem os efeitos da guerra, muita vez perdendo suas vidas. 
Os cidadãos de bem, em toda parte, não podem ficar surdos aos gritos de dor desses inocentes. Trata-se de patrimônio humano, garantia de futuro — que desejamos mais feliz — da civilização.
Mas o despertar da sociedade deve abranger igualmente as crianças que padecem de agressão nos próprios lares, nas escolas, nas ruas, mesmo em países não considerados campos de guerra declarada, e as sacrificadas pelo horrendo tráfico de órgãos, ou, ainda antes de nascerem, pelo procedimento criminoso do aborto.
O psicólogo dr. Pedro Lagatta, pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo (NEV/USP), em entrevista ao programa “Viver é Melhor”, da Boa Vontade TV (canal 23 da SKY), expôs aos telespectadores várias faces da violência que acomete as crianças, sejam elas físicas ou emocionais; incluídos aí o execrável abuso sexual e o perverso bullying. Tudo isso com consequências dolorosas e duradouras.
Trago-lhes hoje esclarecimento importante do dr. Lagatta, em que ele procura estabelecer um diferencial em torno da polêmica e famosa palmada, ainda em uso por muitos pais na educação dos filhos. “Palmada é um termo bem ruim; é um eufemismo que tenta de alguma maneira esconder o que acontece realmente nas casas. Quando a gente fala que as crianças apanham de chinelo e objetos duros, o que acontece é um sistemático espancamento. Palmada parece que os pais só vão lá e dão umas palmadinhas para fazer a criança parar de chorar, mas muitas vezes não se trata disso, se trata da autorização para a violência, uma violência séria”.
O tema merece de pais e educadores vigilância constante quanto aos limites que devem ser absolutamente respeitados. Corrigir não significa agredir. É o que defende a Pedagogia do Afeto, que desenvolvemos nas escolas da LBV.
A sabedoria popular ilustra bem ao comparar as crianças com a argila, pronta para ser moldada. Ora, os melhores jarros, as mais belas cerâmicas carecem de cuidados específicos em sua confecção. Se o oleiro não souber unir disciplina e carinho, o trabalho apresentará defeitos indesejáveis.

CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO
Com o tema “A Arte na arte de educar: uma visão além do intelecto”, a Legião da Boa Vontade realiza em São Paulo/SP, nos dias 26, 27 e 28 de junho, a 12ª. edição de seu Congresso Internacional de Educação.
O encontro promove palestras e oficinas pedagógicas que colaborem na formação continuada de professores, graduandos, pesquisadores, profissionais da área educacional e segmentos afins, que propõe qualidade pedagógica aliada à Espiritualidade Ecumênica.
Neste ano, conferenciam o dr. Mario Sergio Cortella, doutor em Educação, filósofo e escritor, com a palestra inaugural do evento; dr. Claudio Picollo, doutor em Educação, com o tema “O que é interdisciplinaridade?”; Nádia Conceição Lauriti, mestre em Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa, com “A arte e a percepção na Educação”; Ricardo Piovan, administrador de empresas com formação em técnicas de Expansão de Consciência, que discorrerá sobre “Resiliência na sala de aula”.
Também palestram Lisie De Lucca, mestre em Educação, com o tema “A experiência estética como caminho para a semeadura do entusiasmo pelo conhecimento”; Eduardo Natali, pós-graduado em Deficiência Auditiva/Libras e em Educação Especial/Inclusiva, sobre “Acessibilidade, uma nova perspectiva de inclusão”; Suelí Periotto, mestre em Educação e Paula Suelí, historiadora, apresentam “A prática da Pedagogia do Afeto e da Pedagogia do Cidadão Ecumênico”.
Inscrições pelo site www.lbv.org/congressodeeducacao e informações pelos telefones (11) 3225-4590 ou 3361-6078.

José de Paiva Netto — Jornalista, radialista e escritor.

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